Por MENELAU JÚNIOR
No último dia 25 de julho, Caruaru “balançou” com tremores de terra. Não foi a primeira vez. Em 1960, o Jornal VANGUARDA já trazia em sua primeira página: “Quatro explosões nesta cidade fizeram a terra tremer”. O texto, que não dava como certos os abalos sísmicos, relatava os efeitos da “explosão”.
Mas foi nos anos de 1963 e 1964 que se propagou a lenda de que o Morro Bom Jesus seria um vulcão adormecido – e os tremores, claro, seriam o aviso de que ele logo acordaria. Desde aquela época, a cidade tem sentido pequenos abalos em virtude de uma falha geológica que começa no Atlântico e passa pela região. Na década de 90, os tremores se tornaram mais comuns e com maior intensidade. Em 2007, tivemos o último grande abalo, com 3.9 na escala Richter. O do dia 25 foi de 3,3.
O povo, que não costuma usar a expressão “abalo sísmico”, acabou batizando os tremores de ESTRONDOS. A origem da palavra “estrondo” é curiosa: vem de “extonitrus”, que em latim significa “grande barulho”. O vocábulo é formado por ex-, “fora”, mais o elemento “tonitrus”, que significa “trovão”.
Ou seja, “estrondo” seria o trovão que vem de fora e que faz um grande barulho.
Ah, o nome usado pelos especialistas, ABALO SÍSMICO, tem origem grega. SISMO vem do grego “seíein” e significa “mover, deslocar, mexer”. Por isso virou sinônimo de “terremoto”.
Até a próxima semana.
Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todos os sábados. E-mail: menelaujr@uol.com.br