Por Daniel Finizola
Os números apontam que essa foi a eleições mais disputadas desde a redemocratização. Muitas acusações, denuncias de corrupção de ambos os lados e uma guerra midiática sem igual. As redes sociais viraram terra sem lei. De tudo se falava, pouco de comprovava, muito ódio se disseminava e poucas propostas fluíam. Infelizmente esse foi o tom de boa parte da eleição.
Mais uma vez os projetos do PT e PSDB foram comparados, criticados e elogiados por boa parte da população. Os debates foram marcados pela disputada da paternidade dos programas sociais que contribuíram para erradicar a fome do Brasil. É bom lembrar que durante muito tempo o PSDB e sua militância criticou abertamente tais programas, afirmando que era esmola e tinha um caráter eleitoral. Eis que próximo ao início do pleito presidencial o Senador Aécio Neves também vira o grande defensor do Bolsa Família. Ora, por que será?
Curioso é perceber que boa parte dos eleitores de Aécio também são contra os programas sociais. Estão ligados, na sua maioria, a valores meritocráticos, esquecendo de analisar a história e as desigualdades de nosso país. Quem nunca ouviu comentário do tipo: “Bolsa família deixa o povo acomodado, ninguém quer mais trabalhar” Ai pergunto: Se agora o Aécio é um grande defensor de programas que provocaram essa “acomodação” na população mais humilde, em qual projeto político esse grupo de eleitores de Aécio votou? Cada vez fica mais claro que o projeto dessa turma é aquele que se traduz em uma expressão niilista que diz: “Fora PT”. É, mas democraticamente o povo brasileiro decidiu – “Fica PT”.
Em Pernambuco, muito se falou nas redes sociais sobre o fato do PT não ter eleito deputados federais, aparecendo a expressão: “Pernambuco disse não ao PT”. Será!? Quem afirmou isso pouco sentiu e entendeu as variáveis do processo eleitoral e suas consequências em Pernambuco. Sem dúvida a votação da majoritária contribuiu para esse resultado. No último dia 21 Recife mostrou o vigar que o PT tem no estado, traduzindo-se em mais de 70% dos votos nas urnas, ou seja, a população pernambucana decidiu – “Fica PT”.
Em Caruaru a campanha no segundo turno tomou ares como há muito não se via. Pessoas procurando material de campanha, participando das plenárias, fazendo a militância voluntária nas praças e nas ruas, por sentir e acreditar em um projeto que mudou o Brasil nos últimos doze anos. Ao longo da campanha nas redes sociais e nas plenárias no comitê, escutei várias vezes a frase: “quero me filiar ao PT”. Afirmo que o PT Caruaru deseja e precisa da contribuição de cada cidadão e cidadã caruaruense. Queremos constituir grupos que possam estudar e entender quais os desafios de nossa cidade no campo e na zona urbana. Implantar cada vez mais políticas de inclusão e participação social.
Como vice-presidente do PT Caruaru, quero a agradecer a todas e todos que tomaram as ruas e praças de Caruaru com uma campanha bonita e voluntária. Agora vamos fazer nossa parte! Cobrar, fiscalizar e participar. Vamos tornar esse governo cada vez mais popular.
A eleição mostrou que as grande forças políticas de nossa cidade não estão em sintonia com a vontade popular. Mais de 50% dos votos em Caruaru foram pra Dilma, ou seja, Caruaru também decidiu – “Fica PT”.
O Partido os Trabalhadores em Caruaru vêm acumulando novos quadros e dirigentes. Essa eleição mostrou que a militância petista está viva e não precisa ser filiado ao carregar uma estrela no peito, mas é preciso planejar e acreditar que podemos fazer mais e melhor por nossa cidade.
Que venha 2016.
Daniel Finizola é Vice-Presidente do PT Caruaru.