OPINIÃO: Visão de futuro

Por JORGE GOMES*

Revirando o baú de minhas anotações políticas, reencontrei um artigo publicado há exatamente 17 anos, em defesa do então secretário da Fazenda, hoje governador do Estado, Eduardo Campos, que enfrentava, à época, “um penoso processo de amadurecimento de um dos mais promissores políticos de Pernambuco”, como está ali registrado no texto.

Fiz questão de frisar no texto “nunca ter visto na minha vida pública, tanta demonstração de coragem em um jovem que poderia estar desfrutando do prestígio de um mandato em Brasília ou das vantagens de ser parte de uma família bem-sucedida em todas as áreas em que atua”. Na época, enquanto vice-governador do saudoso Miguel Arraes, acompanhei de perto toda a turbulência enfrentada pelo jovem secretário por causa da Operação dos Precatórios, ação legal, como depois foi comprovada pela Justiça, que permitiu o Estado atualizar os pagamentos dos débitos públicos. Naquela situação de adversidade, Eduardo mostrou sua ousadia e coragem, atitudes que hoje os pernambucanos reconhecem como importantes virtudes do governador.

Aquele episódio não o esmoreceu. Pelo contrário, deu forças para se lançar deputado, depois aproveitou a oportunidade de se tornar ministro da Ciência e Tecnologia para, em 2006, candidatar-se ao Governo do Estado. Ali, na condição de candidato a senador, tive o privilégio de acompanhá-lo Pernambuco afora, visitando todos os municípios, convocando os pernambucanos para deixar para trás a velha política e “fazer a máquina moer na direção dos que mais precisavam”, conforme ele costumava dizer em praticamente todos os discursos de campanha. Foi crescendo dia após dia, saiu da terceira posição, levou a disputa para o 2º turno e sagrou-se governador de Pernambuco dando a volta por cima e deixando boquiaberta uma parte de incrédulos da velha política. Em 2010, foi reeleito e é o governador mais bem avaliado do país. Para muitos, disputar uma vaga na Câmara ou no Senado seria o caminho natural e a eleição estaria garantida. Mas para ele não. Agora, quer galgar voos maiores e apresentar uma nova proposta de governo para os brasileiros, ao disputar a Presidência da República.

Há 17 anos, eu antevi e avisei: “Se há quem esteja apostando no desgaste de Eduardo Campos terá uma decepção brutal. Quem o conhece sabe que se trata de um jovem forjado em tempos difíceis, com sensibilidade política e dedicação à causa pública. Um conjunto de valores que ninguém pode destruir”.

Não sou nenhum “Nostradamus” da política, mas faço questão de deixar registrada minha previsão de futuro: o Brasil poderá ter um dos melhores presidentes da República porque Eduardo Campos tem brio, coragem e ousadia e está preparado para mais este desafio. É o palpite de um velho amigo que o acompanha desde sempre.

*Jorge Gomes (PSB) é vice-prefeito de Caruaru

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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