Armando: “Legado do PSB é colocar Pernambuco no fim da fila entre os Estados com menor investimento público”

O ex-senador Armando Monteiro (PSDB) comentou nesta segunda-feira (14) o relatório do Tesouro Nacional que mostra Pernambuco nas últimas posições dentre todos os Estados brasileiros no quesito investimento público.

Segundo o levantamento, Pernambuco amarga o 17° lugar no volume de investimentos absolutos e cai para a 24ª posição quando considerados os investimentos em relação ao que foi arrecadado (receita corrente líquida).

“Diferentemente do que o governo alardeia, o desempenho de Pernambuco no que toca aos investimentos públicos estaduais é constrangedor, e demonstra claramente a incapacidade do governo do PSB. Os dados divulgados pelo relatório do Tesouro Nacional, pasmem, indicam que Pernambuco foi ultrapassado largamente por Bahia, Ceará, Alagoas, Maranhão e o Piauí, este último com receita estadual três vezes menor do que a de Pernambuco. Já Alagoas, cuja receita estadual é menos da metade de Pernambuco, investiu mais de duas vezes”, compara.

Armando se refere aos dados trazidos pelo relatório do Tesouro Nacional indicando os investimentos públicos realizados pelos estados e Distrito Federal em 2021. Em números absolutos, Pernambuco ficou em 17° lugar no ranking nacional, com R$ 1,8 bi de recursos investidos. Bahia (R$ 5,6 bi), Alagoas (R$ 3,9 bi), Ceará (R$ 3,8 bi), Maranhão (R$ 2,9 bi) e Piauí (R$ 1,9 bi) ficaram à frente de Pernambuco.

Já quando se considera o investimento sobre o que foi arrecadado pelo Estado (receita corrente líquida), Pernambuco despenca para a 24ª posição, com um percentual de 5,6%, metade da média nacional. Para se ter uma ideia, Alagoas foi o Estado que mais aplicou, destinando 30,8% de sua arrecadação para investimentos públicos, sendo seguido no Nordeste pelo Piauí (16,4%), Maranhão (15,8%), Ceará (15,1%), Bahia (12,4%), Paraíba (9%) e Sergipe (5,9%). No Nordeste, apena o Rio Grande do Norte, com 5,3%, teve índice menor que Pernambuco.

“Que ajuste fiscal é esse que coloca Pernambuco no fim da fila?”, questiona Armando, lembrando que no último ano o Estado também amargou a última posição no ranking de lugares para se investir no País, divulgado pelo Banco Mundial.

Ainda segundo o ex-senador, este tem sido infelizmente um padrão reproduzido nos últimos seis anos da atual gestão, com uma média muito baixa de investimentos sobre a receita em torno de 3%. “E mesmo que 2021 tenha sido um ano extraordinário para o conjunto de estados do País, com crescimento de arrecadação de quase 30%, Pernambuco ainda ficou nessa posição vexatória”, conclui.

Moura Dubeux renova patrocínio com Sport e anuncia investimento no Bahia e Ceará

Três times nordestinos terão uma força a mais para a temporada de campeonatos neste ano de 2022. Sport Clube do Recife, Esporte Clube Bahia e Ceará Sporting Clube estão com contrato assinado com a Moura Dubeux e terão patrocínio da incorporadora pernambucana até o final da temporada.

“Nascemos no Nordeste e somos apaixonados pela região, e é esse o sentimento que move nosso dia a dia e o amor das torcidas pelos seus times”, comenta o CEO da companhia, Diego Villar. No Recife, o contrato com o Sport, um dos principais clubes do Estado, iniciado no ano passado, foi renovado para acompanhar o time rubro-negro nos torneios estaduais e nacionais. “Queremos estar presentes em todos os momentos de nossos clientes, inclusive na diversão e paixão pelo seu time”, afirma.

Com a expansão e consolidação de operação no Nordeste, a Moura Dubeux decidiu ampliar também sua marca. Por isso, o patrocínio também, e de forma inédita, aos times baiano e cearense. Em todos os clubes, a empresa estará presente nos padrões e em ativações.

Viana & Moura entrega mais de 100 casas em Caruaru e Garanhuns

Seja para sair do aluguel, garantir uma renda extra ou conquistar mais estabilidade, o sonho da casa própria está presente na vida de muitos brasileiros. Neste início do mês de fevereiro, mais de 100 famílias pernambucanas puderam concretizar esse objetivo,
com as novas unidades entregues nos residenciais da construtora Viana & Moura.

Só na cidade de Garanhuns, foram entregues mais de 80 casas, em uma solenidade especial com os empresários Pedro Moura e Charles Ruas, que contou com a presença do Prefeito da cidade, Silvado Albino, o Presidente da Câmara Municipal, Johny Albino, secretários municipais, integrantes de associações de moradores e representantes da Caixa Econômica e da Compesa, além de outros convidados.

“É com muita alegria que participamos de mais uma entrega no Residencial Viana & Moura, proporcionando um sonho de muitas famílias ao receberem suas casas. A Viana & Moura tem feito um investimento gigantesco na nossa querida Garanhuns. Já foram entregues mais de 1.700 casas e estão gerando mais de 250 empregos diretos”, celebrou o prefeito.

Na ocasião, o empresário Pedro Moura, que é um dos fundadores da construtora, também comemorou as entregas. “O ano mal começou e nós já estamos aqui, em Garanhuns, num momento de festa. São 80 famílias que passam a ter a casa própria, passam a ter a consolidação do lar. Uma família que tem uma casa própria tem mais estrutura para criar seus filhos. É um bem durável”, declarou.

Outra cidade que sediou um evento de entrega de chaves foi Caruaru, que recebeu, além de diversos parceiros da construtora, compradores que puderam relatar a emoção de dar início a essa nova fase da vida. Ao todo, foram mais de 20 famílias beneficiadas com casas no Residencial Xique-Xique.

“A entrega de uma casa Viana & Moura vem com alguns aspectos que podem mudar a vida de uma família. Além de ter uma casa própria, existe a possibilidade, nas vilas Viana & Moura, de fazer um negócio próprio. Como vem para um bairro que ainda está sendo explorado, com oportunidades aparecendo todos os dias, tem muita gente que consegue montar seu negócio e pagar a parcela da casa inteira a partir da renda gerada”, afirmou Pedro.

A gerente de vendas da construtora, Aylla Barbosa, também celebrou a possibilidade de fazer parte da realização desses sonhos. “Essas entregas são sempre a concretização do que a Viana & Moura tem de propósito, que é contribuir para a felicidade das pessoas, entregando vilas encantadoras e sustentáveis. Essa é a nossa missão”, comemorou.

Prefeitura de Caruaru dá início ao ciclo 2022 do Escolas Criativas

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Educação e Esportes (Seduc), deu início ao ciclo 2022 do Escolas Criativas, programa idealizado pela RBAC (Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa), com o apoio da Fundação Lemann. O objetivo é fomentar a implementação de soluções inovadoras que ajudem a tornar a educação pública mais criativa, prazerosa, relevante, colaborativa e inclusiva para crianças na faixa etária de 6 a 12 anos de idade.

Como parte da programação para 2022, a rede de ensino de Caruaru realizou, durante a semana da Jornada Pedagógica, a Oficina de Aprendizagem Criativa, direcionada aos coordenadores pedagógicos da rede. Na ocasião, foram apresentados o conceito e a aplicabilidade dessa abordagem.

Para este primeiro semestre de 2022, estão programados também o projeto ‘Computação Criativa’, com os professores do Letramento em Programação, utilizando recursos como Micro Bit, Makey Makey e Orange Play; a capacitação para os professores da rede, através dos formadores da Secretaria de Educação, abordando a produção do projeto Mão na Massa, bem como a formação com oficinas de Aprendizagem Criativa para os professores das escolas que fazem parte do programa.

“Teremos ainda o Fórum de Aprendizagem Criativa, contemplando os professores de toda a rede, e o Oxente Day, evento que oferece oficinas e palestras abordando a programação e a computação criativa. Essa ação é direcionada à comunidade escolar envolvida com o Letramento em Programação”, explicou a secretária executiva pedagógica, Joana Torres.

Em 2021, foram realizados vários debates voltados para a Aprendizagem Criativa. Ainda no primeiro ciclo, a rede municipal de educação de Caruaru participou ativamente da primeira campanha, promovida pela RBAC, nomeada de Dia do Mão na Massa. “Em Caruaru, a campanha aconteceu no dia 17 de setembro de 2021, onde os professores das escolas municipais proporcionaram aos seus alunos uma aula diferenciada, lúdica, atrativa e dinâmica, instigando o pensamento criativo dos mesmos”, relembrou a gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação da Seduc, Lays Rosiene.

O Escolas Criativas tem iniciativa da Tech and Play, da Fundação LEGO.

Prefeitura de Caruaru premia servidores que se destacaram no serviço de Ouvidoria em 2021

Foto: Elvis Edson/Prefeitura de Caruaru

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Controladoria Geral do Município, realizou a cerimônia Melhores do Ano, na tarde desta segunda-feira (14), na Sala de Monitoramento da PMC. No evento, a Prefeita Raquel Lyra fez a entrega dos certificados aos servidores que se destacaram em relação ao tratamento das manifestações registradas pela população nos canais de atendimento da Ouvidoria Geral de Caruaru, em todo o ano de 2021.

Durante a cerimônia, Raquel exaltou o excelente trabalho desenvolvido pelos premiados, com lotações nas mais variadas secretarias. “A partir do momento em que o interlocutor de cada secretaria recebe e responde às informações, solicitações e denúncias feitas, através da Ouvidoria Geral de Caruaru, ele atua como um agente incentivador para com a democratização da nossa gestão. Haja vista que a Prefeitura de Caruaru tem a possibilidade de se aproximar ainda mais das necessidades da nossa população. Parabenizamos todos,” disse.

Tal desempenho desenvolvido pela Controladoria Geral, por meio da Ouvidoria e em conjunto com os interlocutores, também já foi reconhecido, quando, no ano passado, Caruaru obteve a primeira colocação no Índice de Transparência dos Municípios de Pernambuco (IMPE), na categoria “Cidades com população acima dos 100 mil habitantes”.

Desenvolvido pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), o ITMPE tem como objetivo avaliar os sites oficiais e portais de transparência das prefeituras e câmaras municipais de PE, estimulando a melhoria da transparência pública. Dentre os aspectos avaliados pelo índice do TCE-PE, encontra-se justamente o da transparência passiva, que se refere aos serviços de informações ao cidadão.

*Categorias*

Ao todo, o evento Melhores do Ano conta com quatro categorias: “Tempestividade nas respostas da Ouvidoria”, “Qualidade e resolutividade”, “Interlocutor (a) do ano”, além de “Destaque e evolução”. Esta foi a segunda edição do prêmio.

A Secretaria de Ordem Pública foi premiada nas categorias “Tempestividade nas respostas da Ouvidoria” e “Qualidade e resolutividade”. Já a Secretaria de Saúde ganhou em “Destaque e evolução”. Em paralelo, a servidora Virgínia Piseta, também da Ordem Pública, foi a vencedora na categoria “Interlocutora do ano”.

Feira de adoção de animais é realizada após dois anos sem poder funcionar

Nesta quarta-feira (16/02), das 9h às 15h, acontece o ‘Adote um Amigo’, promovido pelo Instituto Quatro Patas, em Caruaru. O evento será realizado na Praça Giácomo Mastroianni, no Centro, ao lado do Assaí Atacadista.

O Instituto volta a realizar a feira de adoção de animais presencialmente, após dois anos sem poder funcionar, por conta da pandemia da Covid-19. Além de pensar no bem estar e na oportunidade de oferecer um lar para cães e gatos, o evento acontece devido à demanda de animais recolhidos e abrigados por protetores da causa animal na cidade.

Para quem desejar adotar um bichinho na feira, basta apresentar documento oficial com foto, ser maior de idade e garantir adoção responsável. Cerca de 50 animais, entre filhotes e adultos, castrados e vermifugados, estarão disponíveis no evento.

O ‘Adote Um Amigo’ conta com o apoio de protetores e defensores da causa animal, além do vereador Fagner Fernandes.

Em centenário, especialistas rediscutem legados da Semana de 22

Exposição Era Uma Vez o Moderno [1910-1944], com curadoria do pesquisador Luiz Armando Bagolin e do historiador Fabrício Reiner, no Centro Cultural Fiesp, Avenida Paulista.

“Eu creio que [nós], os modernistas da Semana de Arte Moderna, não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição”. Vinte anos após a semana ter sido realizada e pouco tempo antes de morrer, o escritor Mário de Andrade ofereceu, durante uma palestra, uma visão mais crítica sobre o evento de 1922, que é considerado o marco do modernismo no Brasil e de ruptura com as correntes estéticas vigentes até então.

Alguns anos depois dessa declaração de Mário, ao ser questionado por um repórter sobre o aniversário de 30 anos do evento, o poeta Manuel Bandeira também fez suas reflexões: “Acho perfeitamente dispensável comemorar o trigésimo aniversário da Semana. Que esperem o centenário. Se no ano de 2022 ainda se lembrarem disso, então sim”.

Passados 100 anos, a Semana de Arte Moderna é lembrada e celebrada em diversos eventos programados em todo o Brasil, mas sua importância vem sendo revisada e seus legados, rediscutidos.

“A Semana de 22 teve um impacto em 1922, no momento em que ela aconteceu. E isso não é uma metáfora, foi literalmente nesse momento”, disse Luiz Armando Bagolin, professor do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP) e curador da exposição Era Uma Vez o Moderno, em cartaz no Centro Cultural Fiesp, na capital paulista.

“Todo mundo me pergunta qual é o legado dos modernistas para nós hoje. Mas eles não deixaram legado nenhum”, enfatizou o especialista.

“O que existe são apropriações que fazemos, à nossa época, das obras, do pensamento e do que foi produzido por essa turma. E dentro dessas apropriações que têm sido feitas desde os anos 60, existe também uma revisão crítica dessas posições – o que é absolutamente normal, salutar, bem-vindo, acho que faz parte do que chamamos de recepção histórica. Eles viveram a história deles. Nós vivemos nossa história”, avaliou.

“O que podemos fazer é recepcionar o que eles fizeram. E a nossa recepção não pode ser apenas passiva, ela tem que ser crítica. A gente tem que pensar para o bem ou para o mal no que eles produziram. E, principalmente: o que vamos fazer 100 anos depois? Essa é a pergunta”, destacou Bagolin.

A Casa Mário de Andrade, onde viveu um dos principais escritores e intelectuais do Modernismo, integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo.
A Casa Mário de Andrade, onde viveu um dos principais escritores e intelectuais do Modernismo, integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo. – Rovena Rosa/Agência Brasil

Segundo o professor do IEB, o modernismo brasileiro envolveu uma utopia de transformação, que não se concretizou para aqueles artistas e intelectuais da Semana de 22.

“O modernismo, em toda parte do mundo, sempre envolveu uma dimensão utópica, que é a perspectiva de converter a realidade social, política e humana em que vivemos para uma realidade maior, por intermédio da arte. E eles não conseguiram”, explicou.

“Lá, no início dos anos 40, do ponto de vista do Mário de Andrade, não é possível você ser moderno diante de um país que continua tendo tantas desigualdades.”

Em uma carta escrita em 1944, mas nunca enviada a Manuel Bandeira, e que está sendo exibida na exposição Era Uma Vez o Moderno, o escritor Mário de Andrade fala sobre esse desencanto.

“É uma carta que, se você lê na íntegra, é muito tocante. Ela revela um profundo amor do Mário de Andrade pelo Brasil, mas também um profundo desencanto pela situação que o país passava naquele momento. E ele não vê saídas porque antes fazia parte do projeto utópico do moderno: a arte poderia ser uma saída. Agora, nem isso. Nem mais a arte o põe num horizonte possível de saída”, analisou Bagolin.

Cartas e obras de Mário de Andrade na exposição Era Uma Vez o Moderno [1910-1944], com curadoria do pesquisador Luiz Armando Bagolin e do historiador Fabrício Reiner, no Centro Cultural Fiesp, Avenida Paulista.
Cartas e obras de Mário de Andrade na exposição Era Uma Vez o Moderno [1910-1944], com curadoria do pesquisador Luiz Armando Bagolin e do historiador Fabrício Reiner, no Centro Cultural Fiesp, Avenida Paulista. – Rovena Rosa/Agência Brasil

“Naquele momento, especificamente, que já era o ápice do Estado Novo de [Getúlio] Vargas, o Mário de Andrade acha que, além de ter desigualdades, ainda estamos sob um Estado que é brutal, ultraconservador, que fica alardeando os valores da família, da pátria e de Deus, mas persegue seus cidadãos. Os que discordavam ou tinham outro ponto de vista no início da década de 30 eram perseguidos politicamente. No final do Estado Novo, na fase mais brutal do regime de Getúlio Vargas, as pessoas eram presas. Como é que você pode ser moderno em um lugar assim, em um país assim, em um país que não resolve as necessidades básicas do seu cidadão?”, destacou.

Literatura

A Casa Mário de Andrade, onde viveu um dos principais escritores e intelectuais do Modernismo, integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo.
A Casa Mário de Andrade, onde viveu um dos principais escritores e intelectuais do Modernismo, integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo. – Rovena Rosa/Agência Brasil

Em termos literários, pensando na apropriação e recepção crítica do trabalho dos modernistas, é possível dizer que essa influência extrapolou fronteiras. Um exemplo é o impacto sobre a produção literária africana, explica a professora de estudos comparados de literaturas de língua portuguesa da Universidade de São Paulo (USP) Vima Lia de Rossi Martin.

“Na verdade, o que acho que vai impactar a produção africana não é exatamente a Semana, mas essa produção poética mais geral”, disse.

Entre os escritores que inspiraram a literatura africana estão Manuel Bandeira, Mário de Andrade e, principalmente, os escritores regionalistas como Jorge Amado, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz.

“O impacto tem a ver com a escrita dos textos, com os temas e com o modo. E aqui penso muito na chamada literatura regionalista mesmo, no impacto da leitura de Vidas Secas [de Graciliano Ramos] por alguns escritores de Cabo Verde que vão, inclusive, identificar uma similaridade climática entre o interior do Nordeste brasileiro e a própria condição das ilhas vulcânicas”, disse.

“Esse exemplo dos textos sobre a seca é bem revelador desse encontro de aspirações de alguns africanos com esse movimento de autores brasileiros que, nos seus projetos literários, optam por discutir aspectos da realidade brasileira, de olhar para populações marginalizadas, de olhar para os retirantes nordestinos”, completou.

O modernismo brasileiro, diz Vima, é fonte de inspiração para a produção literária africana, principalmente a partir da década de 40.

“[O modernismo brasileiro] tem um impacto enorme para os intelectuais e escritores africanos de língua portuguesa – e estou considerando sobretudo Angola, Moçambique e Cabo Verde. No momento de consolidação daquelas literaturas e de afirmação nacionalista desses países, em que as lutas armadas estavam se constituindo e muitos intelectuais estavam travando uma batalha no campo da cultura e da literatura e tentando instituir uma literatura nacionalista, o Brasil foi uma fonte de inspiração enorme para esses intelectuais”, acrescentou.

A professora da USP cita como exemplo um poema escrito pelo poeta Ovídio Martins, de Cabo Verde, no qual ele estabelece um diálogo intertextual com um dos poemas mais conhecidos de Manuel Bandeira, Vou-Me Embora pra Pasárgada.

“O Bandeira publica esse poema em 1930, no livro Libertinagem, e o Ovídio Martins, em 1974, às vésperas da conquista da Independência por Cabo Verde, vai escrever um texto chamado Anti-evasão. Um tema forte do poema do Bandeira é o evasionismo, a ideia de poder ir pra Paságarda, que é esse espaço idílico, de possibilidade de satisfação dos desejos e tal. De poder estar em outro tempo e outro lugar de satisfação, de plenitude”, analisou.

“O Ovídio Martins, num contexto cabo-verdiano de luta pela independência, vai escrever seu Anti-evasão em que, de algum modo, nega essa ideia de sair do espaço – e o espaço considerado é Cabo Verde – e vai reivindicar a possibilidade e o direito de ficar em Cabo Verde para poder lutar pela independência”, explicou.

“Esse é um exemplo muito claro desse diálogo intertextual em que a literatura e a poesia brasileira vão inspirar a produção poética africana de língua portuguesa.”

Para Vima, é possível fazer um paralelo dessa influência do modernismo brasileiro na literatura africana com a Antropofagia, manifesto escrito pelo escritor modernista Oswald de Andrade e que pretendia repensar a questão da dependência cultural do país.

“Acho que, se de um lado os escritores brasileiros foram inspiração para os escritores africanos, a apropriação que os africanos fazem da literatura brasileira não é uma apropriação pacífica. É um gesto criativo, tem a ver sim com a deglutição, com a antropofagia. Então é uma literatura angolana, moçambicana, cabo-verdiana, são-tomense que se dá em diálogo com a literatura brasileira, mas em um diálogo crítico”, afirmou.

“Acho importante enfatizar essa dimensão criativa que se dá por parte de alguns escritores africanos. Não tem nada a ver com assimilação passiva, mas podemos pensar em uma antropofagia, operada em territórios africanos”, analisou a professora.

Confira todas as matérias da série que a Agência Brasil tem publicado sobre o centenário da Semana de Arte Moderna.

Começa nesta terça-feira pagamento do abono salarial do Pasep

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Começa a ser pago na terça-feira (15) o abono do Pasep, para servidores públicos que exerceram atividade com carteira assinada em 2020. Recebem o pagamento os servidores com números finais de inscrição 0 e 1.

Pelo calendário, que seguirá o número final de inscrição, o pagamento para os servidores com número de inscrição com final 9 será feita no dia 24 de março. Além do abono do Pasep, também será pago nesta terça-feira, o depósito do Pis/Pasep (ano base 2019) para nascidos em março.

O Pasep é pago a servidores públicos federais, estaduais e municipais e os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista, independentemente do regime jurídico ao qual se subordina a relação de trabalho (regime jurídico único, CLT ou regidos por legislação própria).

O valor a receber depende da quantidade de meses trabalhados, variando de R$ 101, menor valor pago, até o limite de um salário mínimo (R$1.212) para quem tenha atuado formalmente nos 12 meses do ano de 2020.

Os pagamentos serão feitos pelo Banco do Brasil (BB), por meio de depósito automático na conta. Caso o trabalhador não receba o depósito, ele poderá consultar a pendência no site do BB e solicitar a transferência para a conta de sua preferência.

O abono salarial é pago aos trabalhadores inscritos no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos. Agora, recebe o abono quem trabalhou formalmente por pelo menos 30 dias em 2020, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos.

Na semana passada, o governo iniciou o pagamento do abono salarial a trabalhadores da iniciativa privada, ano-base 2020. O calendário de pagamentos seguirá o mês de nascimento.

Recebem nesta terça-feira os nascidos em janeiro. Já os nascidos em dezembro, receberão dia 31 de março. Para saber se tem direito ao abono Pasep o trabalhador pode ligar a central de atendimento do Banco do Brasil 404-0001 ou pelo número 0800 729 0001.

Além disso, também é possível consultar a central Alô Trabalho 158 do Ministério do Trabalho que também oferece informações do abono salarial.

Veja o calendário de pagamentos do Pasep

Final da inscrição Data de liberação do saque 
0 15/02/2022
1 15/02/2022
2 17/02/2022
3 17/02/2022
4 22/02/2022
5 24/02/2022
6 15/03/2022
7 17/03/2022
8 22/03/2022
9 24/03/2022

 

Agronegócio tem superávit de US$ 7,7 bilhões em janeiro deste ano

Colheita de soja, grãos de soja

A balança comercial do agronegócio brasileiro apresentou saldo positivo, em janeiro deste ano, de US$ 7,7 bilhões. As exportações do setor cresceram 57,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, com resultado em valor de US$ 8,8 bilhões, enquanto as importações caíram para US$ 1,1 bilhão, queda de 15,5% na mesma comparação.

A balança comercial total, que inclui todos os setores, além da agricultura, os resultados apontam déficit de US$ 214,4 milhões. As informações foram divulgadas hoje (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Na análise dos últimos 12 meses, a alta foi de 23,1% nas exportações agrícolas e de 16,7% nas importações, o que contribuiu para o saldo da balança comercial do agronegócio de US$ 108,5 milhões nesse período.

Segundo os pesquisadores do Ipea responsáveis pelo estudo Ana Cecília Kreter, Fábio Servo e Rafael Pastre, janeiro é um mês tradicionalmente com menos embarques para o agronegócio.

Entretanto, o patamar atingido pelo setor em janeiro de 2022 superou não só o desempenho de janeiro de 2021, como ficou 37,1% acima de janeiro de 2019, no período pré-pandemia, quando o país exportou US$ 6,4 bilhões.

Complexo soja

Dos US$ 3,2 bilhões a mais exportados em janeiro deste ano, o complexo soja, que inclui soja em grão, farelo de soja e óleo de soja, representou US$ 1,6 bilhão, com incremento, respectivamente, de 5.223,9%, 44,7% e 1.974% nos valores exportados por esses produtos, frente a 2021.

Segundo o Ipea, os altos percentuais podem ser explicados pelo aumento na quantidade exportada: 4.853,6% somente a soja em grão. Os pesquisadores destacaram também que o preço médio da soja segue numa trajetória de crescimento no mercado internacional desde o ano passado.

Por isso, “como janeiro é um mês de entressafra do grão para o Brasil, qualquer incremento nos embarques impacta de forma mais acentuada no crescimento do valor e do volume”, relata o estudo.

A China foi o principal destino da soja em grão brasileira. O mercado chinês importou em janeiro US$ 991,6 milhões do Brasil, devido ao estoque insuficiente interno para atender a demanda doméstica e a evolução crescente da pecuária chinesa.

Já a Índia, que apresentava até então uma participação marginal na compra de óleo de soja do Brasil, aumentou os embarques do produto, com importação de US$ 188,6 milhões em janeiro de 2022. Em igual mês de 2021, os indianos não haviam importado esse item.

A exportação de carne bovina subiu 46,2% em valor e 25,7% em volume, em janeiro deste ano. O milho, que teve a comercialização prejudicada pela quebra na segunda safra do grão em 2021, começou o ano com aumento de 45,6% em valor e 16,5% em quantidade.

A carne de frango também mostrou expansão de 42,8% no valor exportado frente a janeiro de 2021. O Brasil, que é o maior exportador mundial dessa proteína animal, embarcou US$ 181 milhões a mais em janeiro deste ano, o que também contribuiu para o bom desempenho do setor.

Importações

Ao contrário das exportações, o país importou US$ 202,2 milhões a menos que no ano passado, o que corresponde a uma queda de 15,5% no total de produtos do agronegócio adquiridos do exterior.

Das 15 commodities (produtos agrícolas e minerais comercializadas no mercado externo) acompanhadas pelos pesquisadores do Ipea, 12 apresentaram queda na quantidade importada em janeiro e nove no valor, frente ao mesmo mês do ano passado.

O trigo continuou liderando a pauta de produtos importados, com US$ 138,4 milhões, revelando retração de 10,7%. O estudo do Ipea identifica, porém, que a queda na quantidade importada de trigo (-22,1%) reflete a boa safra brasileira em 2021.

Assim como os produtos da pauta de exportação, a maior parte das importações apresentou alta nos preços médios em janeiro de 2022 frente a 2021.

Com exceção do café, do açúcar e do algodão, os demais produtos da pauta de exportação acompanhados pelo Ipea apresentaram crescimento em valor e em quantidade na comparação com janeiro do ano passado.

Mesmo assim, os embarques nos próximos meses dependerão da safra atual. “Os impactos do fenômeno climático La Niña e a produção dos principais países concorrentes do Brasil serão determinantes também para o desempenho da balança comercial do agronegócio em 2022”, sinalizaram os pesquisadores do Ipea.

Número de casos de covid-19 chega a 27,5 milhões no Brasil

O número de infectados pelo novo coronavírus no Brasil chegou a 27.538.503. Em 24 horas, foram confirmados 58.540 diagnósticos positivos de covid-19. Ontem, o painel de informações do Ministério da Saúde registrava total de 27.479.963 casos.

A quantidade de casos em acompanhamento de covid-19 está em 2.930.091. A expressão é usada para casos notificados nos últimos 14 dias que não tiveram alta, nem evoluíram para morte.

O número de mortes por covid-19 alcançou 638.835 – de ontem (13) para hoje (14), secretarias estaduais e municipais de Saúde registraram mais 473 mortes. Ontem, o sistema de informações da pandemia marcava 638.362 óbitos.

Ainda há 3.146 mortes em investigação. São os casos em que o paciente faleceu, mas a definição da causa da morte ainda demanda exames e procedimentos posteriores.

Até hoje, 23.969.577 pessoas se recuperaram da covid-19. O número corresponde a 87% dos infectados desde o início da pandemia.

As informações estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (14). O balanço consolida informações enviadas por secretarias municipais e estaduais de Saúde sobre casos e mortes associados à covid-19.

Boletim epidemiológico 14.02.2022
Boletim epidemiológico 14.02.2022 – Ministério da Saúde

Os números em geral são mais baixos aos domingos, segundas-feiras e nos dias seguintes a feriados, quando são mais reduzidas as equipes que alimentam os dados.

Estados

Segundo o balanço do Ministério da Saúde, São Paulo é o estado com maior número de mortes por covid-19 desde o início da pandemia (161.517), seguido por Rio de Janeiro (70.842), Minas Gerais (58.595), Paraná (41.781) e Rio Grande do Sul (37.586).

Os estados com menos óbitos em consequência da doença são Acre (1.926), Amapá (2.082), Roraima (2.114), Tocantins (4.053) e Sergipe (6.179).

Vacinação

Já foram aplicadas no Brasil 374,6 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Receberam a primeira dose 169,6 milhões de pessoas e 154,7 a segunda ou a dose única. A dose de reforço foi aplicada em 45,6 milhões de pessoas.