Bahia: 26 pessoas morreram por causa das chuvas

Chuvas ,ITAJUIPE, Bahia

A Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) informou hoje (3) que o número de mortos pelas enchentes no estado subiu para 26. A última morte registrada foi de um homem de 39 anos, que se afogou num povoado do município de Belo Campo. A morte ocorreu no último dia 30 de dezembro, mas só agora foi atualizada pela prefeitura da cidade.

Ao todo, há 518 feridos no estado, onde 30.915 pessoas estão desabrigadas e 62.731 desalojadas. O número total de atingidos pelas enchentes chegou a 715.634 pessoas. Os desabrigados são aqueles que tiveram que abandonar suas casas e dependem de abrigo do poder público. Já os desalojados são aqueles que saíram de suas casas e encontraram hospedagem por conta prórpia, como em casa de parentes.

Em todo o estado 166 municípios foram afetados pelas chuvas, dos quais 154 estão com decreto de situação de emergência.

Médicos
Mais cedo, um grupo de 23 médicos, vinculados ao Programa Mais Médicos, chegou à Ilheus, um dos epicentros da tragédia, para ajudar vítimas das enchentes. Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, até dia 10, o total de profissionais do programa atuando no estado chegará a 119.

Já a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) informou ter remanejado oito médicos do quadro para atuar na região. Eles se juntarão ao grupo de médicos enviados pelo governo federal. Uma das tarefas dos profissionais de saúde é prevenir e tratar problemas resultantes do contato com água poluída das enchentes como cólera, leptospirose, hepatite, doenças diarreicas e febre tifoide.

Após desembarcaram em Ilhéus, os médicos foram deslocados para os seguintes municípios: Gandu, Itajuípe, Piraí do Norte, Dário Meira, Teolândia, Canavieiras, Apuarema, Nova Ibiá, Ibicaraí, Angical, Paratinga, Wanderley, Cotegipe, Jucuruçu, Itamaraju, Prado, Medeiros Neto, Ibicuí, Itarantim, Jiquiriçá, Ubaíra e Amargosa.

Geral Explosão de casos de covid-19 em cruzeiros motivou suspensão

A explosão de casos de covid-19 em embarcações de navios de cruzeiro foram a motivação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendar a suspensão da temporada de cruzeiros no país. Segundo a agência, os últimos nove dias registraram 798 casos do vírus. A título de comparação, em 55 dias de temporada, até 25 de dezembro de 2021, apenas 31 casos haviam sido confirmados.

Se considerado o período de início da temporada – 1º de novembro de 2021 – o número sobe para 829 casos até o momento. Do total de casos confirmados nesse período, 60% são referentes a tripulantes. Segundo a Anvisa, os números mostram uma “mudança radical” no cenário epidemiológico e requerem uma reavaliação da atividade no setor.

“Tal mudança repentina e brusca do contexto epidemiológico, provavelmente decorrente do surgimento da variante Ômicron, requer nova avaliação do cenário da pandemia de covid-19, nos termos da Portaria GM/MS 2.928/2021, que dispõe que a autorização da operação de navios de cruzeiro poderá ser revista a qualquer momento em função dos desdobramentos do contexto epidemiológico dos navios de cruzeiro ou de alterações do cenário epidemiológico nacional e internacional”, disse, em nota.

A Anvisa acrescentou que sua decisão foi pautada em critérios técnicos e fundamentada no princípio da precaução. Também destacou a dificuldade de estados e municípios em obter os dados epidemiológicos junto às empresas responsáveis pelas embarcações. Segundo ela, isso prejudicou a condução oportuna das investigações pelas autoridades locais de saúde.

Rio inicia hoje nova etapa de vacinação com dose de reforço

Lançamento da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, durante cerimônia em Porto Alegre.

O Rio de Janeiro terá mais uma etapa de vacinação contra covid-19 nesta terça-feira (4), informa a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do estado. Pessoas com mais de 18 anos e que estão com o ciclo vacinal regular completo há pelo menos 4 meses poderão tomar a dose de reforço nos postos de saúde.

Pessoas imunossuprimidas – aquelas que têm doenças que fragilizam o sistema imunológico natural, tais como lúpus, câncer e doença de Crohn também poderão tomar a nova dose.

A SES informa que o público com 12 anos ou mais também pode ser imunizado, respeitado o intervalo indicado pelos fabricantes de cada tipo de vacina: para a AstraZeneca, 12 semanas; para a CoronaVac, 28 dias; e 21 dias para a ComiRNAty, da Pfizer.

Quem vai receber a vacina deve apresentar identificação original com foto, número do CPF e, se possível, a caderneta de vacinação. Para a segunda dose e a dose de reforço é importante levar também o comprovante de vacinação.

A secretaria informa ainda que “é possível antecipar a dose de reforço até o intervalo mínimo de três meses em casos de viagem, problemas de saúde e outras questões pessoais”. Dúvidas e demais orientações podem ser encontradas nas unidades de Atenção Primária à Saúde.

Covid-19: Boletim diário da Secretaria de Saúde – 03.01.22

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que, até esta segunda-feira (3), 97,71% dos pacientes já se recuperaram do novo coronavírus. Hoje, foram registrados nove novos casos, nove pessoas recuperadas da doença e nenhum óbito.

O número de testes realizados subiu para 116.327 dos quais 44.582 foram através do teste molecular e 71.745 pelo teste rápido, com 34.156 confirmações para a Covid-19.

O número de casos descartados subiu para 81.525.

Também já foram registrados 131.912 casos de síndrome gripal e 14 pessoas estão em isolamento domiciliar.

Em investigação, a secretaria informa que são 646 casos, 47 pessoas em isolamento domiciliar 11 internamentos.

Censo 2022: inscrições são prorrogadas até 21 de janeiro

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) faz primeiro teste preparatório do Censo Demográfico 2022, na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prorrogou as inscrições para o processo seletivo para o Censo 2022 até o dia 21 de janeiro. O prazo se encerraria na quarta-feira (29). O IBGE abriu mais de 200 mil vagas para trabalhar no Censo 2022. 

A maioria (183.021) das vagas é para recenseadores, que vão trabalhar na coleta de informações. Quem pretende se candidatar, precisa ter nível fundamental completo e, no ato da inscrição, o candidato deverá escolher a área de trabalho e em qual cidade realizará a prova. A taxa para participar da seleção é de R$ 57,50 e pode ser paga até 16 de fevereiro.. A prova seria aplicada na manhã do dia 27 de março de 2022, mas agora será no dia 10 de abril. 

A ideia da autarquia é que os moradores se inscrevam no processo seletivo para poderem atuar nas imediações de sua própria área. Por exemplo, para a cidade do Rio de Janeiro, há 6.480 vagas em 70 áreas de trabalho, inclusive em comunidades como Complexo da Maré (120 vagas), Vigário Geral (113), Rocinha (65), Complexo do Alemão (60), Cidade de Deus (35), morro do Borel (8) e Vidigal (6).

Como os recenseadores são remunerados por produtividade, o IBGE preparou um simulador online, que calcula quanto o profissional vai receber de acordo com a quantidade de residências visitadas e pessoas recenseadas, considerando ainda a taxa de remuneração de cada setor censitário, o tipo de questionário preenchido (básico ou amostra) e o registro no controle da coleta de dados. A jornada de trabalho recomendável para os recenseadores é de, no mínimo, 25 horas semanais.

Também estão abertas 18.420 oportunidades para agente censitário supervisor (ACS) e 5.450 para agente censitário municipal (ACM), ambas de nível médio. Para essas funções, a taxa de inscrição é de R$ 60,50 e pode ser paga até 16 de fevereiro. A prova também será realizada em 10 de abril, mas na parte da tarde. Como as vagas de agente censitário terão inscrição única, ao candidato com melhor classificação será oferecida a vaga de ACM. Os demais terão direito às vagas de ACS, de acordo com a ordem de classificação. 

Os salários são de R$ 1.700 para agente censitário supervisor e R$ 2.100 para agente censitário municipal. Também terão direito a auxílio-alimentação, auxílio-transporte, auxílio pré-escola, férias e 13º salário proporcionais, de acordo com a legislação em vigor e conforme o estabelecido no edital. 

As inscrições para recenseador e agentes censitários podem ser feitas no site da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Vale ressaltar que os processos seletivos permitem a solicitação da isenção do pagamento da taxa de inscrição para pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, o CadÚnico.

Fonte: Brasil 61

H3N2: ainda não existe vacina para essa cepa de Influenza A no Brasil

Lançamento da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, durante cerimônia em Porto Alegre.

O Brasil tem vivido, nos últimos dias, uma epidemia de gripe causada pelo vírus Influenza A. Com isso, o brasileiro está correndo atrás de imunização contra a doença. O que muita gente não sabe é que não existe, no momento, vacina para a cepa H3N2. O Brasil possui vacinas que protegem contra os vírus Influenza A e B. No entanto, elas não são específicas para a variante que está atingindo o país. 

De acordo com o Ministério da Saúde, o aumento do número de casos está sendo acompanhado  em alguns estados. Neste momento, a pasta avalia as evidências científicas em relação à eficácia da vacina utilizada na campanha deste ano para a prevenção da nova cepa circulante. 

A pasta informa, ainda, que já iniciou as tratativas para aquisição de vacinas para a campanha de 2022. O imunizante encomendado é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Hemisfério Sul e contempla em sua composição o vírus H3N2, circulante no país neste momento.

Durante viagem com a família no litoral nordestino, Gabriel Estrela sentiu fraqueza no corpo, dores de cabeça, coriza, febre e tosse. “Suspeitei que era essa virose porque estava em uma praia e soube que a UPA estava cheia de casos de Influenza.”

Pessoas que sentirem sintomas gripais devem procurar atendimento médico na Unidade Básica de Saúde mais próxima. Mesmo com letalidade menor que a Covid-19, o H3N2 tem mais chances de evoluir para casos graves em grupos de risco (crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades). 

O H3N2 é uma variante do vírus Influenza A, que é um dos principais responsáveis pela gripe comum e pelos resfriados. Ele pode ser transmitido entre pessoas por meio de gotículas liberadas no ar quando a pessoa gripada tosse ou espirra, explica a infectologista Joana Darc da Silva.

“Os sintomas são bem acentuados, muito intensos,  muita dor no corpo, febre que incide de forma súbita, coriza, dor de garganta, que pode complicar com falta de ar que a gente chama de síndrome respiratória que pode levar a óbito.”

Vacinas existentes

A campanha de imunização contra a gripe foi lançada em março pelo Ministério da Saúde e deveria durar até julho. Inicialmente, seriam vacinadas somente as pessoas de grupo prioritário, mas diante da baixa procura da população, a campanha foi estendida para todas as faixas etárias.

Com óbitos confirmados por H3N2 em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, recomendou  que a população mantenha os protocolos de biossegurança usados para a Covid-19, para diminuir a disseminação do vírus da Influenza H3N2. Conforme o Boletim Epidemiológico da Influenza, referente a semana epidemiológica 51, divulgado na terça-feira (28), a SES registrou 44 casos positivos para H3N2, além de duas mortes ocorridas em Campo Grande e Corumbá. 

De acordo com a secretaria, é importante que a população se vacine, pois, com as comemorações e as férias, a população precisa estar atenta, e quem apresentar os sintomas deve evitar comparecer aos locais de festividades e procurar uma unidade de saúde.

Fonte: Brasil 61

Terceira dose de vacina da AstraZeneca aumenta significativamente anticorpos contra variante Ômicron, diz estudo

Uma terceira dose da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 aumenta significativamente os níveis de anticorpos capazes de neutralizar a variante Ômicron do novo coronavírus. A descoberta consta em novo estudo realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade de Oxford. 

A pesquisa foi feita com 41 voluntários. Um mês após terem tomado a terceira dose do imunizante, eles apresentaram anticorpos contra a Ômicron em níveis semelhantes aos anticorpos que combatem as variantes Alfa e Delta depois da segunda dose. 

A infectologista Joana Darc Gonçalves destaca que após a descoberta de novas variantes é comum haver pesquisas em profusão para investigar se as vacinas existentes são ou não eficazes para proteção contra um determinado tipo de vírus. A especialista diz que, até o momento, os estudos trazem resultados positivos. 

“Tanto a AstraZeneca, como a Pfizer, Moderna e  outros centros de investigação estão avaliando essa questão da eficácia e, para nossa sorte, muitas têm demonstrado serem eficazes após a terceira dose, aumentando o número de anticorpos circulantes e evitando, assim, infecção e doença grave”, destaca. 

O estudo foi publicado em uma plataforma internacional de biologia e mostra que os anticorpos neutralizantes contra a variante aumentaram 2,7 vezes após a terceira dose da AstraZeneca. Os pesquisadores salientaram que “a campanha para fornecer doses de reforço deve adicionar considerável proteção contra a infecção pela Ômicron”. 

Para intensificar o combate à variante, o Ministério da Saúde já anunciou a redução de cinco para quatro meses do intervalo entre a segunda e a terceira dose da vacina contra a Covid-19. 

“É importante falar do reforço da terceira dose. Alguns países já estão iniciando essa campanha para vacinar toda a população já pensando nessa questão das variantes e das mutações”, destaca a infectologista. 

O que especialistas dizem sobre a Ômicron é que, embora se dissemine com mais facilidade, sendo altamente transmissível, ela é menos letal do que as demais variantes do novo coronavírus. Para Joana Darc, isso pode ser um indicativo promissor em relação à pandemia da Covid-19. 

“O que a gente tem visto até agora é que realmente ela produz menos mortalidade, menos complicações, menos hospitalizações e muita gente está na expectativa de que seja já um vírus atenuado e que, no futuro, talvez a gente nem precise de  vacina, caso esse vírus se torne dominante e seja realmente menos letal e agressivo. Isso seria o ideal pra gente. Mas ainda temos que aguardar as consequências dessa quantidade de pessoas que estão se infectando”, ressalta. 

A disseminação da Ômicron levou a uma nova onda de contaminações na Europa. A França, por exemplo, registrou 208 mil casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, recorde desde o início da pandemia. A Espanha, por sua vez, registrou cerca de 100 mil casos em um dia, mais que duplicando o recorde anterior. 

Covid-19: Rio tem 22,8% vacinados com dose de reforço

Vacinação em massa contra a covid-19 de moradores do Complexo da Maré.

A cidade do Rio de Janeiro vacina hoje (3), com a dose de reforço contra a covid-19, quem tem 55 anos de idade ou mais. Para receber o imunizante é preciso ter sido vacinado com a segunda dose há pelo menos três meses.

Também estão sendo vacinados pacientes com alto grau de imunossupressão que tenham 12 anos ou mais e pessoas com 18 anos ou mais que tomaram a segunda dose há pelo menos quatro meses.

No Rio, já receberam a dose de reforço 1,54 milhão de pessoas, ou seja, 22,8% da população e 29,1% da população adulta.

Com a segunda dose, foram imunizados 80,7% da população total e 96,7% da população adulta.

Covid: Austrália tem recorde de casos, mas mantém abertura econômica

FILE PHOTO: People are silhouetted against the Sydney Opera House at sunset in Australia

A Austrália registrou nesta segunda-feira (3) um número recorde de quase 40 mil infecções da covid-19, mas o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse que se manteria fiel aos seus planos de reabrir a economia.

“Mudamos de velocidade. Estamos gerindo de forma diferente para que possamos viver com o vírus. As pessoas podem continuar a trabalhar, as crianças podem voltar à escola quando a escola recomeçar. As pessoas podem manter os seus negócios abertos e ganhar a vida”, disse Morrison à Nine Network television.

A região de New South Wales, a mais populosa e mais duramente atingida pela variante Ômicron, registrou 20.794 infecções, e o estado vizinho de Victoria, o segundo mais populoso, notificou hoje 8.577 casos.

As hospitalizações em New South Wales totalizaram nesta segunda-feira 1.204, o número mais elevado desde 23 de setembro, enquanto que em Victoria as autoridades sanitárias pediram às pessoas que só procurem os serviços de emergência em casos “absolutamente necessários”.

O governo Morrison – que no fim de semana passado mudou a definição de contato próximo, favorece a utilização de testes domiciliares e está empenhado em administrar a vacina de reforço – é fortemente criticado por se recusar a subsidiar testes ou a dar qualquer outra ajuda financeira, como fez no início da pandemia.

“Mudamos as engrenagens com a Ômicron. Os requisitos para teste, isolamento, tudo isso mudou porque a Ômicron, como sabemos agora, é 75% menos virulenta e menos severa do que a variante Delta”. E acrescentou: “se você foi hospitalizado agora é porque não foi vacinado ou porque tem a Delta e não a Ômicron”.

Nova técnica do hemocentro de MG reduz transmissão de doenças

Uma nova Técnica de Inativação de Patógenos (TRP) implantada pelo hemocentro de Minas Gerais traz mais segurança à transfusão de sangue no estado. O método, o primeiro no sistema público, inibe agentes infecciosos, bactérias, entre outros germes, antes do procedimento. De acordo com a Fundação Hemominas, a técnica é uma resposta a ameaças infecciosas, tendo em vista que pode conter até mesmo microorganismos que tenham surgido recentemente ou desconhecidos e para os quais não há testes laboratoriais na triagem do sangue doado.

A presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, aponta que a fundação já analisava a importância do método que é aplicado em diversos países. “Quando começou a pandemia de covid, quando ainda não se sabia que esse vírus não era transmissível pelo sangue, a gente colocou a importância de ter uma metodologia como essa para prevenir ainda mais essas doenças infecciosas”, explica. Ela lembra que a TRP protege as plaquetas de vírus, como “dengue, chikungunya, Zika, gripe H1N1 e qualquer outro”.

O método foi aprovado para uso em toda a Europa, em 2002; nos Estados Unidos, em 2014, e no Canadá, em 2018. Ele é importante, sobretudo, para pacientes imunossuprimidos, como pessoas em tratamento quimioterápico ou que passaram por transplante de medula óssea, pois ele evita a transmissão de bactérias que podem ser fatal para esse público. De acordo com a Fundação Hemominas, a reação mais comum à transfusão de plaquetas é justamente a transmissão de bactérias.

De acordo com a Hemominas, além de melhorar a qualidade do processo de transfusão de hemocomponentes, a inativação de patógenos também impacta o aproveitamento dos estoques de plaquetas, pois aumenta de cinco para sete dias a vida útil desse produto. O custo total de implantação do método foi de cerca de R$ 5 milhões.

“Ele tem um custo alto de implantação, mas depois fica muito próximo dos procedimentos que a gente já faz de manutenção. A gente faz a mudança de metodologia, têm alguns testes que não vão ser mais necessários de serem feitos por causa da contaminação bacteriana”, explica a presidente da Hemominas.

A tecnologia implantada altera os ácidos nucleicos dos microorganismos que podem estar presentes nos componentes do sangue. Esse procedimento faz com que os agentes infecciosos deixem de se replicar e deixa o hemocomponente mais seguro.

A Hemominas aponta que o método tradicional de testagem pode escapar pela janela imunológica, que é o período de contaminação de um indivíduo e o aparecimento do positivo no teste diagnóstico, seja sorológico ou molecular. “A gente tem que continuar seguindo a legislação brasileira, mas o que nos propicia é aqueles doadores que são assintomáticos, e que poderiam transmitir, [são cobertos pela técnica], explica a presidente da fundação.

A inativação de patógenos já está sendo realizada desde 1º de dezembro. “Nós vamos começar com a região metropolitana e o Hemocentro de Belo Horizonte, que já recebe hemocomponentes de várias cidades onde nós temos unidades e equivale a aproximadamente 50% do que a gente produz”, apontou Júnia.

Ela acrescenta que há um projeto para ampliar esse processo para outras unidades, mas que, atualmente, é possível atender demandas específicas no estado. “Para os pacientes que têm necessidade maior, como esses transplantados e que fazem tratamento com quimioterapia, mesmo em cidades onde ainda não está sendo feito esse processo, os hospitais podem receber o hemocomponente já inativado porque a gente tem uma logística de estoque de transporte de hemocomponente em todo estado.”

Doação

Júnia Cioffi segue alertando para a necessidade de recomposição dos estoques de sangue nos hemocentros de todo o país. “A pandemia trouxe uma dificuldade para todos os hemocentros na manutenção dos estoques. Isso aconteceu por causa dos protocolos de distanciamento e necessidade de maior cuidado na hora de atender os doadores. No momento, nosso estoque [em Minas Gerais], não está muito ruim, mas nós continuamos precisando de doadores dos grupos A positivo, O positivo e todos os negativos”, destacou.

A presidente lembra que neste período de Ano-Novo o reforço dos estoques é ainda mais importante.

“Infelizmente, a gente sempre vê mais acidentes nessa época, então a gente acaba usando mais bolsas de sangue. Eu aproveito para convidar as pessoas a doarem em qualquer hemocentro do país, porque todos os estados precisam de doação.”