Uso de tecnologia na educação requer ação de escolas e pais dos alunos, diz psicóloga

Com o crescimento e a facilidade de acesso de tecnologias, ampliaram-se também suas contribuições nos processos de ensino e aprendizagem. Além das ferramentas que as escolas já utilizam, os educadores e familiares dos atuais estudantes precisam ter atenção com as novidades, dos aplicativos de conversa ao uso cada vez mais frequente das várias possibilidades de inteligência artificial (I.A.). Para isso, é inegável que os alunos necessitam de orientação, e que ela deve ser feita através de parceria entre pais e escola.

Catarina Medeiros, psicóloga escolar do GGE Benfica, diz que isso se chama “letramento digital”. “Essas ferramentas todas têm seus prós e contras. Se usadas de forma errada, é claro que geram prejuízos, mas se usadas cuidadosamente, podem ser importantes para os estudantes”, afirma.

O colégio precisa discutir frequentemente, com professores e pais dos alunos, o que está sendo usado e como isso influencia o aprendizado. No GGE, por exemplo, os educadores prestam muita atenção ao raciocínio dos trabalhos. Respostas que vão além do que as que os alunos costumam dar cotidianamente podem ter sido copiadas, o que não é para acontecer. “Isso não gera aprendizagem”, comenta Catarina, ao discutir, sobretudo, o uso cada vez mais frequente de I.A., como o ChatGPT ou ferramentas similares do Google e WhatsApp, por exemplo. Sobre esse último, há um alerta aos pais: deve-se prestar atenção no que os filhos estão falando e discutindo nesses aplicativos de bate-papo, algo que é exterior ao colégio, explica. “É um trabalho de educação em que escola e pais devem se empenhar em conjunto.”

A especialista, entretanto, elenca os pontos positivos que as ferramentas tecnológicas podem trazer ao ensino. “Podemos citar a facilidade que temos hoje ao acesso de informações instantâneas, que facilitam o estímulo à pesquisa e o aprofundamento de conteúdos. Ou aplicativos educacionais, deixando o aprender mais lúdico e dinâmico. Inclusive possibilitando o acesso a alunos com algum tipo de necessidade específica”, diz.

Além de vídeo aulas, com os conteúdos estudados em sala de aula, que possibilitam o complemento da aprendizagem, o que se pratica no GGE, de acordo com a psicóloga escolar.

Prefeitura de Caruaru promove reunião do Comitê Juntos pela Segurança 2.0 anunciando novidades para as forças de segurança

Foto: Jorge Farias

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Ordem Pública, realizou, nesta terça-feira (28), mais uma reunião do Comitê Juntos Pela Segurança 2.0. O Prefeito Rodrigo Pinheiro, ao lado de representantes dos poderes públicos federal, estadual e municipal, conduziu o encontro na Sala de Monitoramento da Prefeitura.

A reunião começou com a apresentação dos resultados e as expectativas em relação às ações de segurança no município. De acordo com os dados históricos, o município teve redução de 73% de 2017 a 2023 nos números de Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVP), no primeiro quadrimestre dos anos, chegando ao melhor resultado da série histórica em 2023. Ainda em 2024, a redução foi de 6,3% nesse indicador, comparado ao ano anterior.

Em relação ao indicador de Mortes Violentas Intencionais (MVI), Caruaru registrou 42 casos no primeiro quadrimestre, resultando em uma redução de 6,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Destaque para o mês de Abril de 2024 com 7 MVIs, resultando em uma redução de 40% em relação ao mesmo mês de 2023, quando foram registrados 15 MVIs.

Durante o encontro, foi destacado a ativação dos novos Postos Avançados de Segurança, mudança da Feira do Gado, entrega dos novos equipamentos e viaturas para a Guarda Municipal, doação de terrenos para a Diretoria Integrada do Interior 1 (Dinter 1) e o 1º Batalhão Integrado Especializado (1º BIEsp), além da construção da 2ª Companhia do 4º BPM, no bairro São João da Escócia. “O resultado positivo é o reflexo dos números, Caruaru segue sendo o pioneiro em muitas ações, hoje estamos anunciando também o novo espaço para a 1º Companhia do 4º BPM, que será no prédio do Lactário. Os novos equipamentos vão trazer mais agilidade nas ações das forças de segurança”, detalhou o Prefeito Rodrigo Pinheiro após assinar o termo de compromisso para essa obra.

“O Plano Municipal Juntos pela Segurança tem essa missão de integração da gestão municipal com os órgãos operativos do Estado e da União, resultando em uma maior efetividade das ações de combate à criminalidade. O anúncio da 1º Companhia do 4º BPM, além do início dos trabalhos dos novos Postos Avançados de Segurança vão garantir mais tranquilidade para nossa cidade”, destacou o secretário de Ordem Pública, coronel Patrício Filho.

Ainda durante a reunião, foi apresentado o balanço das ações do 4º PBM, Polícia Civil, Guarda Municipal, 2°GB, AMTTC, Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Serviços Públicos, Serviços Públicos e Política Pública para as Mulheres. O encontro foi encerrado com a apresentação das resoluções das demandas da Câmara Intersetorial de Prevenção.

Via Parque terá vacinação noturna para grupos da Poliomielite, gripe e nova vacina da Covid-19 (XBB) esta semana

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Saúde (SMS), realizará uma ação de vacinação noturna na Via Parque (em frente ao INSS), para grupos da Poliomielite (crianças menores de 5 anos), Influenza (público em geral a partir de 6 meses de idade) e da nova vacina da Covid-19, a XBB (crianças menores de 5 anos e grupos prioritários), esta semana. A ação irá acontecer nesta quarta (29), quinta (30) e sexta (31), das 17h às 20h30. Para receber o imunizante, basta comparecer ao local, portando a Caderneta de Vacinação (obrigatória no caso das crianças) e o CPF ou o Cartão do SUS.

Grupo da Poliomielite: Crianças menores de cinco anos, que precisam completar o esquema vacinal.

Grupo da Influenza: População em geral, a partir dos 6 meses de idade.

Grupos prioritários para imunização com a nova vacina da Covid-19 (XBB): pessoas de 60 anos; gestantes e puérperas; pessoas imunocomprometidas; trabalhadores da saúde; pessoas com comorbidades; pessoas com deficiência permanente; pessoas privadas de liberdade e funcionários desse sistema; pessoas em situação de rua; pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores; quilombolas; indígenas; ribeirinhos; adolescentes e jovens em medidas socioeducativas.

Serviço:

. Ação: Vacinação Noturna na Via Parque para os grupos da Poliomielite, Influenza e nova vacina da Covid-19 (XBB)
. Dias: quarta (29), quinta (30) e sexta (31)
. Horário: 17h às 20h30
. Local: Via Parque (em frente ao INSS)

Com investimento de R$ 15 milhões, governadora Raquel Lyra anuncia a 24ª edição da Fenearte e lança o Programa Pernambuco Artesão

A 24ª edição da Fenearte – Feira Nacional de Negócios do Artesanato – foi lançada no auditório do Centro de Artesanato, nesta terça-feira (28), pela governadora Raquel Lyra e a sua vice, Priscila Krause. Este ano, o evento recebe o aporte total de R$ 15 milhões por parte do Governo do Estado. A edição anual da maior feira de artesanatos da América Latina terá como tema “Sons do Criar – Artesanato que Toca a Gente”. A feira será realizada de 3 a 14 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.

“A 24ª edição da Fenearte tem como tema os sons que estão nos ateliês de cada um daqueles que fazem parte da nossa cultura e da nossa história. Serão cinco mil expositores, nesta edição que vai extrapolar os muros do Centro de Convenções de Olinda, chegando ao Interior. Assinamos um convênio com o Sebrae para trabalhar o programa de Pernambuco Artesão, para garantir melhor qualificação aos nossos artistas, de quem faz a economia criativa de Pernambuco, para que os artesãos possam viver do seu ofício no seu chão e não somente a grande culminância, que é a Fenearte”, destacou Raquel Lyra.

O grande homenageado da edição será o Mestre Nado, artesão olindense conhecido por sua produção de instrumentos musicais a partir do barro. Ele será homenageado com uma exposição no Mezanino do Centro de Convenções, na mesma área onde acontecem as Oficinas Fenearte.

A feira é uma realização da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe). Ao todo, irão participar mais de cinco mil artesãos, expositores e empreendedores pernambucanos e também vindos de outros estados e até de outros países. Os artistas irão expor em cerca de 700 espaços de comercialização.

“Nesta edição a gente chega ao Interior, com o circuito Fenearte, onde também vamos ofertar qualificação profissional e empreendedorismo. Vamos valorizar esses artesãos não só durante a Fenearte, mas antes e depois da sua realização. Então, o projeto de investir na economia do artesanato pernambucano perpassa a feira, expandindo por todo o Estado”, afirmou o presidente da Adepe, André Teixeira Filho.

Uma das novidades deste ano é a ampliação da entrada de acesso dos visitantes. Também haverá aumento no número de bilheterias, passando de 18 para 30. Além disso, serão instalados totens de autoatendimento, balcão de informações e telas para que os visitantes acompanhem a programação diária da feira.

“A Fenearte se consolidou enquanto importante política pública do Estado e como ambiente de relevância para o desenvolvimento da cadeia do artesanato e da economia de Pernambuco. Nosso desafio agora é tornar a feira ainda melhor. Temos novidades que trarão maior conforto, acesso e melhores experiências para todos”, disse a diretora-geral de Promoção da Economia Criativa da Adepe e diretora-executiva da Fenearte, Camila Bandeira.

A expectativa é superar o público de 315 mil pessoas que frequentou a feira no ano passado. Otimismo que se reflete no recorde de inscrições para o setor Individual Pernambuco, que reúne artesãos do Estado: 1.400 candidatos para os 300 estandes disponíveis nesta área.

PERNAMBUCO ARTESÃO – Na ocasião do lançamento, a governadora Raquel Lyra assinou, junto ao presidente do Sebrae, Murilo Guerra, o convênio que dá início ao Programa Pernambuco Artesão. A iniciativa consiste numa série de ações, como a continuidade do Estudo da Cadeia Produtiva do Artesanato, iniciado na edição passada; seminários e jornadas criativas em sete regiões do Estado; oficinas, palestras e participação em feiras nacionais.

MESTRES – Dois mestres do artesanato pernambucano, com trabalhos já reconhecidos, passam a integrar a Alameda dos Mestres da Fenearte: Nicinha, de Caruaru, e Saúba, de Jaboatão dos Guararapes.

Cleonice Otília da Silva, a Nicinha, tem o barro como matéria-prima para as suas criações, que são acompanhadas por poemas seus. Sua inspiração é a arte figurativa e imaginativa do Mestre Galdino. A artesã mantém ateliê no Alto do Moura e participa do grupo Flor do Barro.

José Antônio da Silva, o Saúba, é conhecido por fazer brinquedos populares de madeira, como o mané-gostoso (boneco articulado, com braços ligados por barbante a hastes de madeira) e o rói-rói.

INGRESSOS – Pela primeira vez, haverá venda antecipada de ingressos. A medida vai evitar a formação de longas filas durante a feira e traz mais comodidade aos visitantes. As vendas estão abertas pelo site https://www.evenyx.com/24a-fenearte e em pontos de venda físicos: nos shoppings Boa Vista (quiosque Ticket Folia), Guararapes (Loja Artesanato de Jaboatão), Patteo (loja Cobogó Collab), Paulista North Way (loja Luckwu Artes), Plaza (loja Crabolando), Recife (quiosque Ingresso Prime), RioMar (quiosque Ingresso Prime) e Tacaruna (lojas Club da Miçanga e Cia. da Montagem). Os ingressos custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (entrada), de segunda a quinta-feira; e R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia), de sexta-feira a domingo.

O evento contou com a presença dos deputados estaduais Antônio Morais e France Hacker, dos secretários estaduais Amanda Aires (Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo), Cacau de Paula (Cultura), Mauricélia Montenegro (Ciência, Tecnologia e Inovação), Bianca Teixeira (Procuradoria Geral do Estado), Mariana Melo (Mulher), Daniel Coelho (Turismo e Lazer) e Cícero Morais (Desenvolvimento Agrário, Pecuária e Pesca). Também participaram a presidente da Fundarpe, Renata Borba; o presidente da Empetur, Eduardo Loyo; a presidente do IPA, Ellen Viegas, e o presidente da CEPE, João Freire.

Foto: Hesíodo Góes/Secom

No Recife, governadora Raquel Lyra lança última etapa do Circuito Literário de Pernambuco

A governadora Raquel Lyra e a sua vice, Priscila Krause, deram início, nesta terça-feira (28), à última etapa do Circuito Literário de Pernambuco (CLIPE), denominada Etapa Região Metropolitana e Zonas da Mata. O evento, que segue até a próxima segunda-feira (3), no Parque de Exposições do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, conta com estandes de editoras estaduais e nacionais, montados para a comercialização de livros para todas as idades e gostos. Os servidores da Secretaria Estadual de Educação que estiverem em pleno exercício de suas funções poderão usufruir do Bônus Livro no valor de R$ 1 mil para professores e R$ 500 para analistas e assistentes.

“Estamos investindo muito na formação dos nossos profissionais de educação, dando a oportunidade para que eles tenham acesso à compra de livros e brinquedos pedagógicos. O Circuito Literário de Pernambuco foi descentralizado este ano, já passamos pelo Agreste e Sertão e agora chegamos na Região Metropolitana do Recife. Isso faz parte de uma série de investimentos que estamos fazendo junto a estes profissionais da rede estadual, para permitir que todos possam crescer, continuar alcançando seus sonhos e desenvolvendo melhor as suas atividades”, destacou Raquel Lyra.

De acordo com a secretária executiva de Desenvolvimento da Educação, Tarcia Silvia, nesta etapa, mais de 18 mil profissionais foram contemplados com o Bônus Livro. “O bônus facilita o acesso à leitura, fazendo com que os profissionais adquiram mais livros para que possam ampliar o debate em torno do direito à igualdade, à equidade e à contemplação da diversidade”, ressaltou.

Com o tema “Culturas periféricas de saberes ancestrais: educação, diversidade e equidade”, o CLIPE busca promover o debate sobre educação, diversidade e igualdade racial em solo pernambucano, com uma programação vasta e diversificada.

Professor de matemática da rede pública estadual na Região Metropolitana do Recife, Thiago Burlamaqui destacou a importância do Circuito Literário para os educadores e alunos. “Agradeço o incentivo concedido pelo Governo do Estado a todos nós, professores. Essa é uma grande oportunidade para que, até mesmo os nossos alunos, possam adquirir mais conhecimento”, enfatizou o educador.

Também estiveram presentes no evento o deputado estadual Renato Antunes; o secretário de Turismo e Lazer, Daniel Coelho; os secretários executivos Juliana Gouveia (Mulher) e Igor Cadena (Casa Civil); e o vereador do Recife, Davi Muniz.

Foto: Miva Filho/Secom

Ministério Público começa a receber informações de gestores sobre festas e cachês

A partir da tarde desta terça-feira (28/05) o Painel de Transparência dos Festejos Juninos do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) começa a receber informações das prefeituras e do governo do Estado sobre os gastos com a contratação de artistas. Devem ser repassados, espontaneamente, dados sobre eventos realizados desde abril e que estão programados para até o final de julho deste ano.

Os gestores receberão um e-mail do MPPE informando como acessar o sistema e repassar os dados. O Painel (https://portal.mppe.mp.br/web/festejos-juninos), aberto ao público, reunirá, por município, as atrações contratadas, CPF ou CNPJ do contratado, data e hora das apresentações, valor do cachê e origem do recurso utilizado.

Os leitores poderão gerar relatório com as informações que desejarem. Também há espaço para o envio de sugestões, explica o Promotor de Justiça Hodir Flávio Leitão, coordenador do Centro de Apoio Operacional em Defesa do Patrimônio Público e do Terceiro Setor.

O projeto do MPPE e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) tem o apoio do Ministério Público de Contas, da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), da Associação dos Controladores Municipais, e das Secretarias Estaduais de Cultura, Turismo e Lazer. Os municípios receberão e-mail da Amupe com as informações básicas da iniciativa.

“Os festejos juninos são importantes manifestações da cultura nordestina e movimentam a economia. Quando damos transparência aos investimentos públicos possibilitamos o controle externo e social”, explica o Procurador-Geral de Justiça, Marcos Carvalho.

Quase 2 milhões de pessoas receberam absorvente de graça este ano

São Paulo (SP), 19/06/2023 - Projeto contra a pobreza menstrual realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental - EMEF Espaço de Bitita disponibiliza absorventes nos banheiros da escola. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Quase 2 milhões de pessoas retiraram absorventes de graça por meio do Programa Dignidade Menstrual, lançado neste ano, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Os produtos podem ser retirados em unidades da Farmácia Popular. Estima-se que o programa pode beneficiar cerca de 24 milhões de pessoas, com idades entre 10 e 49 anos, e que não têm acesso ao item durante o ciclo menstrual.

“Até a data de 24 de maio, 1.737.061 pessoas foram atendidas pelo Programa, retirando seus absorventes em estabelecimentos credenciados ao Programa Farmácia Popular”, informou o ministério à Agência Brasil, por meio da assessoria de imprensa.

Nesta terça-feira (28), é lembrado o Dia Internacional da Dignidade Menstrual.

A pasta destaca que a data é reconhecida em mais de 50 países e tem o intuito de discutir e enfrentar a pobreza menstrual, que afeta significativamente a vida de quem menstrua.

O ministério não manifestou-se sobre estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), segundo o qual menstruação segura ainda é um desafio no Brasil. O estudo concluiu que “o direito de menstruar de maneira digna, segura e com acesso a itens de higiene ainda é um desafio para adolescentes e jovens, o que inclui meninas, mulheres, homens e meninos trans e pessoas não binárias que menstruam”.

Dificuldades

A médica ginecologista Daniela Angerame Yela, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), concorda com o Unicef.

Segundo a médica, existem políticas públicas que estão tentando mudar esse cenário no país, mas ainda se vê bastantes dificuldades, em especial entre a população mais carente. Informou que teses feitas por alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontaram carências em termos de menstruação digna em populações ribeirinhas da Amazônia e em zonas de fronteiras que recebem muito imigrantes. “Essas pessoas têm muita dificuldade”. Explicou que também em grandes centros, como São Paulo, há muitas mulheres com dificuldade de se cadastrarem nos programas governamentais para terem acesso aos absorventes higiênicos. “Tem muitos programas públicos, mas nem todo mundo consegue ter acesso a tudo”.

Na avaliação da ginecologista, deveriam ser feitas campanhas de conscientização nas escolas, visando acessar meninas e adolescentes. “Acho que é onde a gente vai conseguir uma abrangência maior, além de divulgação, porque aí elas conseguem passar para as mães e para o restante da população”. Em relação aos programas públicos, Daniela Angerame Yela defendeu que sejam ampliados, porque, a seu ver, isso não representará um custo grande para os governos. A Unicamp realizou campanha de arrecadação de absorventes que foram doados a populações carentes de Campinas e Valinhos.

Ação permanente

A Central Única das Favelas (Cufa) mantém campanha permanente de combate à pobreza menstrual, arrecadando absorventes que são distribuídos para meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade social. Em entrevista à Agência Brasil, a presidente da Cufa Brasil, Kalyne Lima, destacou a vivência da organização nos trabalhos realizados há alguns anos que envolvem essa temática.

Kalyne destacou também o Programa Dignidade Menstrual, do governo federal. “A gente identifica, muitas vezes, um nível de vulnerabilidade tão grande que até mesmo com uma política como essa, que promove o acesso a absorventes, muitas mulheres sequer têm conhecimento ou conseguem fazer o trâmite burocrático para poder se cadastrar e ser contemplada com esse tipo de política. A gente está dentro de um contexto social de muitas camadas”.

Para ela, trata-se de uma política superimportante e necessária. “Reconhecemos, inclusive, que ela auxilia muito no direito da mulher mas, em contraponto, a gente percebe que existe um distanciamento, muitas vezes, de certas políticas ao seu público-alvo”. Isso ocorre, segundo Kalyne, porque há mulheres em situação de extrema vulnerabilidade a quem falta conhecimento e campanhas mais abrangentes e didáticas que as façam compreender aquilo que elas podem alcançar enquanto direito. Afirmou que, de certa forma, ainda ficam muitas mulheres e homens que menstruam à margem dessa política.

A campanha de arrecadação e distribuição de absorventes da CUFA é feita de forma descentralizada e se intensifica mediante algumas programações, como o Mês da Mulher, o Dia das Mulheres, ou algumas ações específicas. “Mas a campanha é permanente, porque a gente entende que é necessário esse tipo de subsídio e que, associado a essas campanhas, a gente tenta levar a informação sobre a política que o governo federal desenvolve e que as mulheres precisam ter acesso de toda forma”.

Escolas

O presidente da Comissão de Ginecologia Endócrina da Febrasgo, José Maria Soares, também supervisor do Setor de Ginecologia Endócrina e Climatério do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), lembrou que a pobreza menstrual acontece muitas vezes com adolescentes e mulheres de baixa renda, que não têm dinheiro para arcar com o custo dos absorventes no comércio durante o período menstrual. Soares disse à Agência Brasil que, com isso, elas são obrigadas a usar panos para fazer a higienização pessoal. “Algumas perdem dias de aula por causa disso”.

Como nem todas as adolescentes e mulheres têm acesso ao programa governamental, ele sugeriu que o ideal seria mandar um agente de saúde ou agente social às escolas para efetuar o cadastramento das estudantes. “Seria até uma forma de o programa ser mais efetivo. O governo faz um programa desse, algumas pessoas têm acesso, outras não. Já se você vai falar sobre menstruação na escola, além de prestar uma educação, você também dá orientação de que existe um programa do governo para isso”. Destacou, ainda, que a adolescente, nesse caso, funciona como multiplicadora porque pode falar com a mãe, amiga, tia, vizinhas que, se estiverem na mesma situação, poderão conseguir acesso à distribuição de absorventes e isso vai multiplicando as informações.

Câmara aprova imposto para compras internacionais de até US$ 50

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (28) a cobrança de taxa para produtos que custam até US$ 50 comprados em sites internacionais. Esses produtos são bastante comuns em sites como Shein e Aliexpress.

A medida foi incluída dentro do Projeto de Lei 914/24, que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), destinado ao desenvolvimento de tecnologias para produção de veículos que emitam menos gases de efeito estufa.

Pela legislação atual, produtos importados abaixo de US$ 50 (cerca de R$ 255) são isentos de imposto de importação.

O relator do projeto, deputado Átila Lira (PP-PI), incluiu a taxação de 20% de imposto sobre essas compras internacionais. Até US$ 3 mil, o imposto será de 60%, com desconto de US$ 20 do tributo a pagar.

Projeto Mover

Os deputados federais aprovaram o texto-base do Mover, que prevê incentivos de R$ 19,3 bilhões em cinco anos e redução do IPI para estimular a fabricação de carros e outros veículos menos poluentes.

Decreto presidencial e portarias já definiram o imposto menor e quais projetos das indústrias e montadoras poderão ser beneficiados.

Agora, os parlamentares votam os destaques ao texto aprovado.

Brasil condena Israel por “sistemática violação aos direitos humanos”

A displaced Palestinian girl, who fled her house due to Israel's military offensive, sits outside her family's tent, in Rafah, in the southern Gaza Strip May 13, 2024. REUTERS/Mohammed Salem

O governo brasileiro voltou a condenar as ações de Israel na Faixa de Gaza. Nesta terça-feira (27), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou nota criticando a “contínua ação das forças armadas israelenses contra áreas de concentração da população civil de Gaza”. No comunicado, o Itamaraty também condenou a retomada de lançamento de foguetes do Hamas contra o território israelense.

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação e perplexidade, das notícias sobre ataques conduzidos por Israel, um dos quais contra campo de refugiados nas imediações da cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza”, diz a nota.

Para o MRE, as ações militares de Israel nas regiões densamente povoadas de Gaza “constitui sistemática violação aos Direitos Humanos e ao Direito Humanitário Internacional, assim como flagrante desrespeito às medidas provisórias reafirmadas, há poucos dias, pela Corte Internacional de Justiça [CIJ]”.

Na sexta-feira (24), a CIJ exigiu que Israel suspendesse os ataques em Rafah.

A cidade de Rafah, próxima à fronteira com o Egito, se transformou no principal refúgio da população civil de Gaza desde que começou a atual fase do conflito no Oriente Médio. Estima-se que 1,5 milhão de pessoas estejam vivendo no local, a maioria em tendas improvisadas.

Israel tem ampliado os ataques contra a cidade, provocando, ao menos, dezenas de mortes e a condenação internacional.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, alegou que um desses ataques foi um “acidente terrível”.

Segundo a agência de notícias Reuters, tanques israelenses teriam chegado ao centro de Rafah pela primeira vez nesta terça-feira (28).

O Itamaraty afirma que qualquer ação militar de Israel em Rafah terá efeitos devastadores, “conforme manifestações e apelos unânimes da comunidade internacional, e diante dos deslocamentos forçados por Israel, que concentraram centenas de milhares de refugiados, em condições de absoluta precariedade”.

O governo brasileiro afirmou ainda que “deplora também a retomada, pelo Hamas, de lançamentos de foguetes de Gaza contra o território israelense, ocorrida no final de semana”. Além disso, expressou solidariedade às vítimas em Rafah e condenou “toda e qualquer ação militar contra alvos civis”.

Por último, a nota do Itamaraty pede que a comunidade internacional exerça máxima pressão diplomática “a fim de alcançar o imediato cessar-fogo, a libertação dos reféns e o urgente provimento da assistência humanitária adequada à população de Gaza”.

Menos de 15% dos juízes brasileiros se declaram negros; juízas são 36,8% da magistratura

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou nesta terça-feira (28) o mais recente levantamento sobre a igualdade racial e de gênero no Judiciário brasileiro.

De acordo com os dados da pesquisa Justiça em Números 2024, o Brasil tem 14,25% de juízes que se declaram negros. O número de negros sobe para 27,1% entre os servidores do Poder Judiciário.

A Justiça Eleitoral (18,1%) é o ramo com o maior percentual de magistrados negros, seguido pela Justiça do Trabalho (15,9%), Justiça estadual (13,1%), Justiça Federal (11,6%) e Justiça Militar (6,7%).

Na distribuição pelas regiões do país, os maiores índices de juízes negros estão em tribunais do Acre, Piauí, Sergipe e Bahia. Os tribunais do Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina possuem menor presença de magistrados negros.

Ao comentar as estatísticas, o presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, disse que o órgão já adotou medidas para ampliar o número de juízes negros, como o programa de bolsas para financiar os estudos de candidatos negros à magistratura.

“Nós pretendemos mudar progressivamente essa estatística, que não reflete a demografia da sociedade brasileira”, afirmou.

Mulheres

A pesquisa Justiça em Números também mostra o cenário da participação feminina no Judiciário brasileiro. A média nacional indica o percentual de 36,8% de juízas em todo o Brasil. O número de servidoras chega a 53,3%.

A Justiça estadual lidera o ranking nacional, com 38,2% de juízas, seguida pela Justiça do Trabalho (39,7%), Justiça Federal (31,3%) e a Justiça Eleitoral (32,9%). Os tribunais superiores (23,2%) e a Justiça Militar (22,2%) são os ramos com menor presença de magistradas.

Sobre a questão, Barroso avaliou que o percentual mais baixo de mulheres na magistratura está na Justiça de segunda instância. Segundo o ministro, em tribunais regionais federais, a média está abaixo de 20%.

“O CNJ também tem uma política de alternância nas promoções por merecimento. Se for promovido um homem, a promoção seguinte será de uma mulher. Estamos tentando equalizar raça e gênero na Justiça brasileira para fazer corresponder a estatística da população brasileira”, completou.

A pesquisa também identificou que a produtividade do Judiciário subiu 7% em 2023. O custo do Judiciário foi de R$ 132,8 bilhões, valor equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Em contrapartida, a Justiça arrecadou R$ 68 bilhões para os cofres públicos.