Atividade econômica tem crescimento de 1,31% em maio

Indústria Têxtil ,SENAI CETIQT - Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil. Planta piloto de tecelagem.
Indústria Textil

Após dois meses de forte queda, a atividade econômica brasileira registrou crescimento em maio. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) dessazonalizado (ajustado para o período) subiu 1,31% em maio, em relação a abril deste ano, segundo dados divulgados hoje (14), em Brasília, pelo Banco Central (BC). Essa foi a maior alta mensal desde junho de 2018, quando houve crescimento de 3,3%.

Sob efeitos da pandemia de covid-19, o IBC-Br teve queda de 9,45% em abril, e de 6,14%, em março, na comparação com o mês anterior. Em janeiro e fevereiro houve crescimento de 0,12% e 0,35%, respectivamente, de acordo com dados revisados.

Na comparação com maio de 2019, no entanto, houve recuo de 14,24% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais).

Em 12 meses encerrados em maio, o indicador teve retração de 2,08%. No ano, o IBC-Br registrou recuo de 6,08%.

Avaliação
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, agropecuária e comércio e serviços, além do volume de impostos.

O indicador foi criado pelo BC para fazer um acompanhamento mensal da atividade econômica. Mas o indicador oficial, com metodologia diferente do IBC-Br, é o Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado trimestralmente. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país em um determinado período.

Resultado do Sisu do segundo semestre já está disponível no site

O resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do segundo semestre de 2020 já está disponível no site oficial do Sisu. Para fazer consulta, o candidato deve informando o número de inscrição e a senha. O período para matrícula da chamada regular será de 16 a 21 de julho. O resultado foi divulgado na manhã desta terça-feira (14), pelo Ministério da Educação (MEC).

Ao todo, mais de 814 mil inscrições foram feitas. Segundo o MEC, mais da metade desses estudantes – 424.991 mil – disputam 51.924 vagas ofertadas em 57 instituições públicas de educação superior do país.

Pela primeira vez, o Sisu oferece vagas na modalidade ensino a distância (EaD). Além de ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019, os candidatos não podem ter zerado a redação. Quem fez o exame na condição de treineiro não pode participar.

De acordo com o edital do programa, a ordem dos critérios para a classificação de candidatos é a seguinte: maior nota na redação, maior nota na prova de linguagens, códigos e suas tecnologias; maior nota na prova de matemática e suas tecnologias; maior nota na prova de ciências da natureza e suas tecnologias e maior nota na prova de ciências humanas e suas tecnologias.

Lista de espera
Quem não for selecionado nesta primeira chamada, deverá manifestar o interesse em participar da lista de espera, por meio da página do Sisu na internet, entre hoje e 21 de julho.

A partir daí, a convocação começa a ser feita no dia 24 de julho pelas instituições para preenchimento das vagas em lista de espera. Os selecionados devem observar prazos, procedimentos e documentos exigidos para matrícula ou para registro acadêmico, estabelecidos em edital próprio da instituição, inclusive horários e locais de atendimento por ela definidos.

Gilmar Mendes diz não ter atingido honra das Forças Armadas

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse hoje (14) que respeita as Forças Armadas, embora tenha criticado a formulação de políticas públicas de saúde em meio à pandemia de covid-19 por militares.

“Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual”, escreveu Mendes, em nota. “Vivemos um ponto de inflexão na nossa história republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de Estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo”, acrescentou o ministro.

Ontem (13), o Ministério da Defesa também divulgou nota em que afirmou o empenho de Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira (FAB) em preservar vidas durante a pandemia. O comunicado da Defesa foi motivado por um comentário feito no sábado (11) por Gilmar Mendes. Em uma videoconferência, ele disse que o “Exército se associou a um genocídio”, numa referência ao trabalho de militares no Ministério da Saúde.

No comunicado, a Defesa afirmou que a acusação é grave e que enviaria à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação para adoção das medidas cabíveis a respeito das declarações do ministro.

Nesta terça-feira (14), Mendes disse não ter atingido a honra de Exército, Marinha e FAB, e que nem mesmo citou estas duas últimas em seu comentário. “Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”, escreveu o ministro.

Leia a íntegra da nota do ministro:
“Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual. Vivemos um ponto de inflexão na nossa história republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de Estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo.

Em manifestação recente, destaquei que as Forças Armadas estão, ainda que involuntariamente, sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de Estado.

Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas.

Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”.

Bolsonaro prorroga período em que empresas podem suspender contratos e reduzir jornadas e salários

Bolsonaro prorroga período em que empresas podem suspender contratos e reduzir jornadas e salários

O presidente Jair Bolsonaro editou decreto que prorroga o período em que as empresas poderão suspender contratos de trabalho e reduzir salário e jornadas para fazer frente ao impacto econômico gerado pela pandemia de Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.

O decreto, publicado na edição desta terça-feira do Diário Oficial da União, prorroga em 30 dias o período em que as empresas poderão reduzir o salário e a jornada de trabalho de seus funcionários, elevando-o de 90 dias para 120 dias.

Além disso, o período em que o contrato de trabalho poderá ser suspenso foi acrescido de 60 dias e agora a suspensão poderá ocorrer por 120 dias, segundo comunicado da Secretaria-Geral da Presidência da República.

“A justificativa é que a ampliação do tempo prevista na Lei nº 14.020, de 6 de julho de 2020, irá permitir que empresas tenham tempo hábil para se reestruturar, preservando, assim, diversos postos de trabalho”, afirma o comunicado.

O decreto determina ainda que o trabalhador que tiver contrato de trabalho intermitente formalizado até 1 de abril, data em que foi editada a Medida Provisória 936 que permitiu a redução de salário e jornada e a suspensão dos contratos, terá direito a receber por um quarto mês o auxílio emergencial de 600 reais, dado pelo governo federal durante a pandemia.

Correios fazem homenagem ao Postcrossing

Os Correios lança hoje (14), na forma de selo, uma homenagem aos adeptos do chamado Postcrossing,

Os Correios lança hoje (14), na forma de selo, uma homenagem aos adeptos do chamado Postcrossing, que é a troca aleatória de cartões-postais, entre integrantes registrados em uma plataforma online voltada a um público que tem, por hobby, enviar e receber esse tipo de correspondência.

O Postcrossing tem como inspiração o Bookcrossing, que é quando alguém deixa um livro em lugar divulgado para que outra pessoa o recolha e leia. A homenagem feita pelos correios consiste em uma ilustração, em selo, na qual duas pessoas trocam postais.

“Para demonstrar a aleatoriedade da prática, postais foram colocados como se estivessem caindo de ambos os lados. A arte retrata Lisboa, capital do país onde foi criado o Postcrossing, e Paris, cujo monumento Torre Eiffel é um ponto turístico reconhecível em qualquer lugar do mundo. Um dos postais que aparecem no selo retrata o Rio de Janeiro com o Cristo Redentor. Deste modo, o Brasil também está representado. A linha pontilhada que passa por todo o selo remete às viagens pelo mundo e também ao globo terrestre”, informou por meio de nota os Correios.

As técnicas utilizadas no desenho foram nanquim, aquarela, marcador e lápis de cor. Serão emitidos 600 mil selos. Cada um ao custo de R$ 2,45. Os selos poderão ser adquiridos nas agências ou na loja virtual dos Correios.

Rio: prefeito de Barra Mansa é afastado em operação contra corrupção

Polícia Civil.

A Justiça determinou o afastamento do prefeito de Barra Mansa, no sul fluminense, Rodrigo Drable Costa, e de dois vereadores e um oficial da Polícia Militar que tem cargo comissionado na prefeitura. Eles são acusados de corrupção e formação de organização criminosa. As informações são do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Em operação hoje (14), o Ministério Público e a Polícia Civil cumprem 11 mandados de busca e apreensão na prefeitura e na Câmara dos Vereadores de Barra Mansa, além de endereços ligados ao prefeito, aos vereadores Zélio Resende Barbosa e Paulo Afonso Sales Moreira e ao coronel PM Jorge Ricardo da Silva.

O MPRJ não deu detalhes sobre as investigações ou sobre o esquema criminoso supostamente cometido pelos denunciados porque o processo tem sigilo decretado.

Saque de auxílio emergencial é liberado para beneficiários do 3º lote

Pessoas formam fila em agência da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro

Beneficiários do auxílio emergencial contemplados no terceiro lote podem sacar hoje (14) os recursos da primeira parcela. O saque está liberado para os nascidos entre outubro e dezembro. O auxílio foi criado pelo governo para reduzir os efeitos da pandemia na economia brasileira.

A Caixa antecipou o calendário de saque em dinheiro aos beneficiários com direito a receber a primeira parcela do auxílio emergencial por terem sido aprovados no início do mês de junho.

Essas pessoas, que pertencem ao terceiro lote que a Caixa recebeu da Dataprev, teriam originalmente a liberação do saque em espécie concluída em 18 de julho. O calendário de saque em dinheiro teve início no dia 6 de julho, de forma escalonada pelo mês de nascimento.

Os beneficiários nascidos entre julho e setembro puderam sacar ontem. Os nascidos em junho tiveram o saque liberado no último sábado (11).

Nos dias 16 e 17 de junho, os valores de R$ 600 e R$ 1.200 (no caso de mães solteiras) já haviam sido depositados para esse público na conta poupança social digital da Caixa, de maneira escalonada conforme a data de aniversário do beneficiário.

Nas datas disponíveis para saque, havendo saldo, o valor será transferido automaticamente para a conta que o beneficiário indicou, sendo poupança da Caixa ou conta em outro banco.

Cartão de débito virtual
A Caixa informou que o beneficiário não precisa sacar o auxílio para transacionar o dinheiro. O aplicativo Caixa Tem possibilita que o cidadão faça transferências bancárias e ainda pague contas, como água, luz e telefone.

Além disso, o aplicativo disponibiliza gratuitamente o cartão de débito virtual. Com ele, é possível fazer compras pela internet, aplicativos e sites de qualquer um dos estabelecimentos credenciados. O cartão também é aceito em diversas lojas físicas.

O banco explica que, para utilizar o cartão virtual, o beneficiário precisa gerá-lo. Para isso, o primeiro passo é atualizar o Caixa Tem. Depois, entrar no aplicativo e acessar o ícone Cartão de Débito Virtual.

Feito isso, o usuário deverá digitar a senha do Caixa Tem. Em seguida, aparecerão os seguintes dados: nome do cidadão, número e validade do cartão, além do código de segurança. Ao lado do código, é preciso clicar em “gerar”. Pronto. O cartão está disponível. O código de segurança vale para uma compra ou por alguns minutos. Para realizar uma nova compra é preciso gerar um novo código.

QR Code
Além da possibilidade de uso do cartão de débito virtual, disponível para compras online, o Caixa Tem também oferece a opção “pague na maquininha”, forma de pagamento digital que pode ser utilizada nos estabelecimentos físicos habilitados.

É uma funcionalidade por leitura de QR Code gerado pelas maquininhas dos estabelecimentos e que pode ser facilmente escaneado pela maioria dos telefones celulares equipados com câmera. Quando o cliente seleciona a opção Pague na maquininha, no aplicativo, automaticamente a câmera do celular é aberta. O usuário deve apontar o celular para leitura do QR Code gerado na “maquininha” do estabelecimento.

Ensino híbrido é tendência para a vida escolar no mundo pós-pandemia

ensino online, educação a distância

Com o surgimento da pandemia da covid-19, da noite para o dia professores e alunos tiveram que se acostumar e se reinventar na forma de aprender e de ensinar: com aulas online e vídeoaulas, entre outras ferramentas, os educadores se viram diante de novos desafios, aos quais estavam pouco ou nada preparados.
Embora o ensino a distância (EAD) já seja realidade para os adultos que fazem cursos técnicos, graduação e pós-graduação de forma online, para crianças e jovens a modalidade ainda está em crescimento, mesmo que não seja uma novidade, explica o professor e autor de livros didáticos Ismael Rocha.

“Há muito tempo, diversas escolas praticam o ensino híbrido. A partir do momento em que utilizam diferente plataformas de ensino e aprendizagem, estão trabalhando com o ensino híbrido. Quando há uma excursão para visitar um museu, uma área de mata, essas visitas representam ensino híbrido, que é algo que acontece na sala de aula e fora dela”.

O que não estava estruturado, diz Ismael, era o uso constante do online. “O que nós não tínhamos antes da pandemia era o uso das ferramentas virtuais para o trabalho do ensino híbrido, não tínhamos a construção do online, que era muito pouco utilizado. Algumas escolas já tinham uma plataforma onde os alunos podiam tirar exercícios, publicar alguma lista de coisas que tinham feito, mas da maneira sistemática como estamos começando a ver hoje e como teremos daqui para a frente é uma novidade – não o ensino hibrido, mas o ensino a partir do uso de plataformas digitais, o ensino online”, acrescenta.

Considerada tendência na área da educação para o futuro, a mistura entre o ensino presencial e o online, que prevê um mix entre a sala de aula convencional e conteúdos produzidos com apoio de ferramentas de tecnologia, vai invadir mais fortemente a vida do estudante no mundo pós-pandemia. Mas o formato exige muito mais mudança dos professores do que dos estudantes, acredita Rocha, que também é diretor da Iteduc, organização pioneira em capacitar professores de educação básica para o ensino online.

“É uma mudança de paradigma, que vai levar professores e alunos a acreditarem que a plataforma digital é uma ferramenta extremamente útil para o processo de ensino-aprendizagem, principalmente porque a grande maioria dos jovens, desde as crianças, utilizam as ferramentas digitais para o lazer. A relação com o digital para as crianças e os jovens não é uma relação nova, já é presente”.

Nativos digitais
Na visão do especialista, o esforço está em transferir essa habilidade dos jovens para a área da educação. “O trabalho do professor vai ser fazer a transposição, acreditando que essas ferramentas podem trazer e facilitar o processo de ensino-aprendizagem, vamos ter dados mais significativos, vamos saber quantos alunos estão entrando na plataforma para fazer a tarefa, para cumprir as atividades. Vamos gerar a possibilidade de trazer para esses alunos informações muito mais criativas e envolventes, ou seja, muda muito e muda para melhor”.

A adoção do método exige uma reorganização do tempo de sala de aula, junto com novo plano pedagógico. O professor ganha um papel também de mentor, apto a impulsionar os alunos em direção a uma postura crítica, acompanhando as questões individuais e dando vazão ao que melhor funciona no aprendizado de cada estudante. E as diversas plataformas digitais vêm para somar essa relação ensino-aprendizado.

“Temos inúmeras plataformas que permitem esse tipo de interação. Desde as mais simples, que permitem que você faça uma aula e um exercício online, até as mais sofisticadas. Essas ferramentas ainda não são tão fáceis de serem trabalhadas, porque a grande maioria dos professores não é nativa digital, o que gera certa dificuldade para que o processo todo aconteça de maneira tranquila. Os professores estavam acostumados a ensinar, agora eles terão que aprender para ensinar. Certamente, os professores conseguirão dominar essas ferramentas para colocá-las em prática e permitir que o ensino híbrido se torne cada vez mais uma realidade”.

Ensino híbrido
Também conhecido pelo termo em inglês blended learning, o ensino híbrido se acentuou com o advento da internet e nada mais é do que combinar diversas plataformas, como filmes, rádio e televisão, por exemplo. “Quando eu peço que o aluno assista um filme e, na aula seguinte, tenho um debate sobre o filme, estamos trabalhando com diferentes plataformas para o que o processo de ensino se dê de forma mais intensa, e tudo isso veio de maneira mais forte com o advento da internet”, afirma Rocha.

Segundo o professor, atualmente quem não tem acesso à internet e a computadores pode ficar prejudicado, mas há outras formas. “Os alunos que não têm acesso a essas plataformas ficam prejudicados sim, mas temos experiências em alguns lugares do mundo, com características socioeconômicas parecidas com as do Brasil, em que as aulas foram dados pelo rádio por meio de emissoras estatais, ou seja, fizeram aulas permitindo que os alunos daquele país pudessem aprender. Se olharmos de uma maneira muito reducionista, entendendo que o ensino híbrido só pode ser feito por meio de internet com banda larga, não há dúvida de que realmente há um prejuízo para aquelas crianças e jovens que não têm acesso”.

O ensino híbrido pode ser feito por meio de formas bem conhecidas, lembra Ismael Rocha. “Nós temos estações de TV e rádio estatais, temos a possibilidade de fazer a geração de materiais escolares numa velocidade muito rápida. É muito mais uma decisão política, para que o ensino híbrido possa fazer parte do dia a dia das escolas, do que uma decisão de tecnologia. Um exemplo no Brasil é o famoso telecurso, quando uma série de pessoas conseguiu seu diploma dos antigos primeiro e segundo graus, acompanhando aulas todos os dias pela televisão. Elas não tinham oportunidades de ter aulas presenciais”, diz.

Na opinião do professor, a pandemia traz esse avanço para a educação. “Se tiver um programa de educação que seja formatado de maneira que todos possam ter acesso à informação, certamente nós teremos um ganho. A pandemia traz exatamente esse desenho: a possibilidade de mudarmos definitivamente a realidade da educação no Brasil. Para a educação não existem limites, existe sim a necessidade de ter boa vontade, porque aprender é algo que o ser humano faz desde quando nasce, desde os tempos das cavernas, por diferentes plataformas, nós estamos só sistematizando isso”.

Educa Week 2020
Nesta terça-feira (14) no Educa Week, às 9h, Ismael Rocha e mais três especialistas vão falar sobre o tema, em debate de utilidade pública online. O debate contará com a participação de algumas das maiores autoridades no assunto: Ismael Rocha, diretor acadêmico do Iteduc (Institute of Technology and Education), Mario Ghio, diretor-presidente do Somos Educação, Guilherme Cintra, head de Tecnologia Educacional do Eleva Educação e Ademar Celedônio, diretor de ensino e inovações educacionais da SAS plataforma de educação.

A Educa Week 2020 vai até domingo (19 de julho). No total, serão mais de 30 painéis com a participação de 70 especialistas, que vão debater o futuro da educação no Brasil e compartilhar experiências de sucesso do ensino-aprendizagem durante a pandemia, entre outras pautas do setor. Para acompanhar os debates, aberto ao público, basta acessar o site do evento.

Califórnia recua em plano de reabertura com expansão do coronavírus

estudantes na Califórnia

O governador da Califórnia, Gavin Newson, decretou um recuo no plano de reabertura da economia do estado norte-americano, após uma disparada no número de casos do novo coronavírus. 

Newson determinou o fechamento de bares e proibiu o atendimento de restaurantes em ambientes internos em toda a Califórnia. Igrejas, academias e salões de beleza também foram fechados nos condados mais atingidos pela epidemia.

Los Angeles é o segundo maior distrito escolar nos Estados Unidos (EUA) e, juntamente com San Diego, reúne 706 mil estudantes e 88 mil funcionários.

O presidente Donald Trump, que busca a reeleição em novembro, exigiu que as escolas reabrissem em todo o país para o ensino presencial a partir de setembro. A campanha vê a reabertura das escolas como necessária para a retomada econômica, especialmente para trabalhadores que sejam pais de crianças menores.

Trump está atrás de seu adversário democrata, Joe Biden, tanto nas pesquisas de opinião nacionais quanto nas específicas para estados decisivos nas eleições dos EUA.

A Flórida, o Arizona, a Califórnia e o Texas aparecem como os novos núcleos norte-americanos da pandemia. As infecções cresceram de maneira rápida em cerca de 40 dos 50 estados do país nas últimas duas semanas, de acordo com análise da Reuters.

Artigo: Os últimos suspiros da Operação Lava jato

Por João Américo

A música popular do cancioneiro nacional Regra Três, de Toquinho e Vinícius, pode retratar o atual momento da operação lava jato. Diz o início da música: “Tantas você fez que ela cansou”. A Lava Jato cansou e dá os últimos suspiros. A falta de um juiz ativista deslumbrado pela fama, embriagado no seu próprio eu, aliado a uma briga fraticida no seio do Ministério Público, com divergência de rumos e métodos, tudo isso engendrado em um ambiente de ocultação de informações, abuso de poder, egocentrismo institucional e diminuição por desinteresse do apoio popular estão levando a Lava Jato para o fim.

A Lava Jato de hoje é uma sobra pálida do que já foi um dia. As preocupações atuais da operação que mudou o rumo da política no Brasil, e que colocou o combate à corrupção em outro patamar, são internas, e o seu maior inimigo, o mais atual e iminente, é o Procurador Geral da República (PGR) Augusto Aras, que abriu uma campanha conflagrada contra os “menudos de Curitiba”. No projeto de asfixia institucional da lava jato, já existe uma proposta, em Brasília, de centralização das operações anticorrupção no âmbito federal, com a criação de um órgão central que substituiria os modelos atuais de forças-tarefas, a chamada Unidade Nacional de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (UNAC). Se a centralização for colocada em prática, eliminará a Lava Jato e todas as forças tarefas do Brasil. O projeto já tem empenhada a concordância do Procurador Geral da República, contado com sua simpatia e entusiasmo.

Ainda internamente, a Lava Jato sofreu com decisão recente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que considerou irregularidades na forma de distribuição de processos, com tentativas de alteração do sistema, e determinou a suspensão de casos para a Lava Jato de São Paulo. Hoje, são três pedidos de providências que tramitam no (CNMP) contra a Lava Jato de Curitiba, ainda sem contar com o controverso caso de camuflagem de nomes, pessoas que não poderiam ser investigadas pela operação por conta do foro, mas tiveram os nomes deliberadamente “camuflados”, tais como “Rodrigo Felinto” ou “Davi Samuel” ou Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Nessa camuflagem haveria até nomes incompletos de ministros do STF, que podem ter tido seus sigilos quebrados de maneira irregular.

Outra controvérsia atual acerca da autointitulada “força-tarefa” da “Lava Jato” diz respeito ao uso de equipamentos de gravação para monitorar ligações que depois desapareceram, e a parceria oculta com agências de inteligência dos Estados Unidos, sem respeito a uma legislação correlata ao tema.

E, além do desidratado apoio institucional interno, a Lava Jato vem amargando derrotas em série ao longo de 2019. O Supremo Tribunal Federal (STF), antes o grande aliando dos ares de Curitiba, impôs revés à operação com decisões acerca do caixa dois, prisão em segunda instância e delação premiada, e a mais recente decisão do Ministro Dias Toffoli que determinou que a Lava Jato, em todas as suas extensões, compartilhe dados com a PGR.
Foi ainda no ano de 2019 que a reportagem do Intercept demonstrou a relação nada republicana e viciada entre o Juiz Moro e os Promotores, com uma constante troca de mensagens, mostrando a intimidade de quem acusava e de quem julgava, em uma ciranda onde a defesa não era chamada a participar, mas no final, era quem dançava.

Por todos esses motivos, podemos vislumbrar que a saída de Moro, a politização consentida por promotores, que deixaram a Lava Jato sair do campo “neutro” da Justiça para ser capturada pela pauta das conveniências políticas, são alguns dos pecados da Camelot da República de Curitiba, e o fim da operação, que nasceu reta, vai morrer torta.

A múscia referência no início desse artigo termina assim:
“Tinha deixado raízes no seu penar/ Depois perdeu a esperança/ Porque o perdão também cansa de perdoar.”

João Américo é advogado