SENAI define protocolo para retorno às aulas da educação profissional

São tempos de educação a distância, por causa da pandemia de covid-19. Mas, para o ensino profissional, no qual o aluno aprende botando a mão na massa, os cursos exigem etapas presenciais, que deverão ser retomadas seguindo as recomendações e melhores práticas de órgãos internacionais e nacionais para orientar o retorno seguro à escola. Para orientar suas unidades em todo país, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) elaborou um protocolo com critérios de saúde e segurança a serem seguidos, além de reforçar a necessidade de se seguir as normas das autoridades sanitárias do município e da unidade da Federação em que estão localizados.

Com este objetivo, o documento foi enviado pelo SENAI para seus departamentos regionais. O documento foi elaborado por médicos do trabalho, epidemiologistas, engenheiros de saúde e segurança no trabalho, psicólogos e outros especialistas. O protocolo tem como foco a volta das aulas presenciais para o desenvolvimento de habilidades específicas em oficinas e laboratórios, que não puderem ser desenvolvidas por meio de simuladores ou outras estratégias em ambientes virtuais da educação a distância (EaD).

“O SENAI tem um vasto portifólio de cursos EaD que estão sendo utilizados juntos aos alunos. Porém, nossos cursos técnicos exigem momentos presenciais, então, vamos fazer isso de forma gradual, e da forma mais segura possível”, explica Felipe Morgado, gerente-executivo de Educação Profisssional do SENAI. “A continuidade da formação dos técnicos é de grande importância para a indústria enfrentar os desafios da retomada e o SENAI vai seguir preparando os profissionais com as melhores práticas em cuidados com a saúde de nossos alunos”.

Protocolo traz conjunto de medidas a serem adotadas

Entre os cuidados com alunos, cada escola do SENAI deverá fazer, antes da retomada, uma pesquisa entre eles, detectando quais são do grupo de risco e quais realmente poderão voltar às atividades presenciais. As escolas também precisam identificar os cursos que devem ser priorizados na retomada gradual das aulas, levando em consideração as áreas que mais necessitam do momento presencial, como eletrotécnica, mecânica, automação industrial, entre outras que possuem etapas presenciais obrigatórias.

Uma vez retomadas as aulas, os alunos deverão seguir algumas regras, tais como não usar bijuterias nem adereços de metal, além de usar o cabelo preso. Além disso, eles serão orientados a levar seu próprio “Kit aluno covid-19”, com álcool gel (especialmente durante ou após o deslocamento para a escola), recipiente próprio para beber água, de uma a duas máscaras para trocar durante o período dentro da escola, lenço umedecido para higiene pessoal, e saquinho de lixo para colocar os produtos que manuseou e precisa descartar.

No caso de aulas em oficinas e laboratórios, as escolas deverão realizar mudanças físicias nos ambientes para que o distanciamento de dois metros entre instrutores e alunos seja respeitado. No caso de salas de informática, por exemplo, as mesas que eram para duplas, deverão ser ocupadas por uma só pessoa. Assim, as turmas terão apenas a metade de alunos do que o espaço costumava abrigar antes da pandemia.

Ambientes de uso coletivo terão sinalização de alerta

Entre as orientações, as escolas precisarão definir como será a interação entre o aluno e o instrutor, com o objetivo de assegurar o distanciamento sem prejudicar o aprendizado. Além disso, é preciso definir os cuidados com pessoas com deficiência. No caso de deficientes visuais, por exemplo, não é recomendado o uso de material em braile.

Além dos cuidados com desinfecção e limpeza, as escolas deverão colocar cartazes com informações orientativas em ambientes coletivos. Estes locais deverão ser higienizados a cada duas horas. As estações de trabalho também devem ser desinfectadas antes e depois das aulas.

As catracas devem ser desativadas e será preciso identificar com faixas o distanciamento e corredores. Só poderá entrar uma pessoa por vez nos banheiros coletivos, que deverão ficar com a porta principal aberta para identificar que não há usuário. As torneiras com distância menor que dois metros entre elas deverão ser inutilizadas.

Os bebedouros só poderão ser usados para encher garrafas, que cada aluno deverá trazer de casa. Dependendo do curso, as escolas deverão fazer marcações no chão ou até barreiras físicas entre os alunos, no intuito de manter os dois metros de distância de afastamento.

Uma equipe médica deverá monitorar a temperatura de alunos e colaboradores. No caso de diagnóstico, o colaborador com covid-19 será afastado, e a recomendação é de que o restante da equipe que teve contato com o membro contaminado também cumpra home office pelos próximos 14 dias.

Cliente agora tem isenção na tarifa para abertura de crédito pelo Pronampe

Caixa Econômica Federal inicia hoje (13) a liberação do saque de até R$ 500 em contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Foi anunciada a isenção da cobrança de Tarifa de Abertura de Crédito (TAC) para a linha de crédito do Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Pronampe. Assim como acontece com todos os produtos de crédito, a tarifa vinha sendo efetivada no momento da contratação da linha. Aqueles que já efetivaram o contrato terão devolução efetuada pela Caixa em conta da empresa.

O Pronampe foi criado para auxiliar micro e pequenas empresas durante a pandemia do novo coronavírus. A linha de crédito oferece empréstimos de até 30% da receita anual registrada em 2019. As contratações devem ser realizadas em até três meses, contando da data de 18 de maio, podendo o prazo ser prorrogado por igual período.

A linha é voltada para empresas com até R$ 4,8 milhões de faturamento anual. Para contratar o financiamento, os interessados podem acessar o site da Caixa, que é caixa.gov.br/pronampe, preencher o formulário e o gerente da região entra em contato por telefone.

Segundo balanço da Caixa, já foram contratados mais de R$ 11,5 bilhões em linhas de crédito para micro e pequenas empresas desde o início da pandemia.

Fonte: Brasil 61

MS muda estratégia e adota nova orientação para atendimento dos casos da Covid-19

O Ministério da Saúde mudou a estratégia e adotou uma nova orientação para pessoas que sentem os sintomas causados pela infecção por coronavírus. A nova diretriz da pasta orienta que se busque ajuda médica nos primeiros sinais de manifestação da doença. Até o momento, a recomendação do Governo Federal era que os cidadãos que sentissem os indícios da Covid-19, ficassem em isolamento.

“Aprendemos ao longo da pandemia que ao aguardar em casa os pacientes chegam aos hospitais em quadros clínicos mais agravados. Em alguns casos, dificulta a reversão do estado de saúde. Ele evolui para UTI rapidamente. O tratamento precoce, no entanto, tem uma resposta mais assertiva, evitando a piora do paciente e a necessidade do uso de respiradores”, destacou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, em entrevista coletiva na noite desta quinta-feira (9).

“A nova diretriz busca adequar o atendimento às melhores evidências e evitar mortes relacionadas à doença”, completou Franco.

O Ministério da Saúde também informou sobre novas orientações para profissionais da saúde. Segundo Elcio Franco, o tratamento e monitoramento devem ser feitos a partir do acesso ao paciente ao sistema de saúde. “Foram feitas propostas de manejo clínico, com a homologação de leitos de cuidados intermediários, com ventilação não invasiva, iniciando de uma maneira precoce a oxigenoterapia, que favorece o não agravamento do quadro clínico do paciente”, pontuou.

Insumos

O ministério detalhou dados relativos ao repasse de equipamentos de proteção individual (EPIs) e leitos a estados e municípios. Até o momento, segundo o Executivo, 6.549 ventiladores pulmonares e 9.201 leitos de UTI foram distribuídos entre todos os entes federativos.
Entre máscaras, luvas, toucas, sapatilhas, álcool em gel, protetores faciais e óculos de proteção, o Ministério da Saúde já enviou 163 milhões de EPIs às unidades da Federação.

De acordo com Elcio Franco, a necessidade de recebimento de insumos e equipamentos é expressa pelos gestores estaduais e municipais, bem como as taxas de ocupação de leitos de UTI. O Ministério da Saúde utiliza como base os relatórios preenchidos pelos gestores locais para mapear as maiores demandas.

“Quando fazemos a distribuição de insumos, de medicamentos, de equipamentos, nós o fazemos em coordenação com Conass e Conasems atendendo à prioridade e a urgência de atenção a esses entes federativos. Os relatórios das unidades de saúde quanto à taxa de ocupação de leitos clínicos de UTI são falhos para que tenhamos a leitura exata das necessidades”, afirmou Elcio Franco.

Fonte: Brasil 61

Brasil cria 889 mil empresas no primeiro trimestre, recorde para o período em 20 anos

A criação de novas empresas bateu recorde no primeiro trimestre deste ano, segundo a Serasa Experian. Dados do Indicador de Nascimento de Empresas apontam que foram registrados 889.003 novos empreendimentos no acumulado dos três primeiros meses deste ano, o maior número observado para o período desde 2010, início da série histórica da companhia. O volume constatado no primeiro trimestre de 2020 é 17,1% superior ao de igual período de 2019, quando 759.257 novas empresas haviam sido abertas.

Quando considerado apenas o último mês de março, o surgimento de novas empresas aumentou em 24,0%, a maior expansão do ano. Já na passagem de fevereiro para março, sem ajuste sazonal, houve uma alta de 10,4%.

Em cada dez empresas criadas entre janeiro e março deste ano, sete (69,6%) atuam no segmento de serviços. O comércio responde por uma fatia de 21,8% dos novos empreendimentos, ao passo que as indústrias representam 7,4% do total de empresas abertas em 2019.

Na avaliação do economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a necessidade de gerar renda em meio ao desemprego tem sido um dos principais motivadores da atividade empreendedora no país. “O custo de abrir o negócio é um fator que pesa na decisão dos novos empreendedores. Despontam aquelas empresas que exigem pouco investimento para equipamentos, não precisam de ponto comercial para funcionar e que dependem, basicamente, da mão de obra do empreendedor”, analisa Rabi.

Brasil ganha mais de 700 mil novos MEIs em 2020

Os microempreendedores individuais (MEIS) são a maior parcela dos negócios criados no primeiro trimestre deste ano. Com um crescimento de 11,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, elas representam 79,3% das aberturas, o que contabiliza 707.022 novos CNPJs que se encaixam nesta natureza jurídica.

As empresas classificadas como Sociedades Limitadas tiveram um crescimento robusto no último trimestre, com um avanço de 60,4% na abertura de novos empreendimentos, mas representam apenas 8,5% do universo de novos negócios, o que significa 75.939 empresas criadas no período. Já as Empresas Individuais perderam espaço no último trimestre, com uma queda de 13,2% – respondendo por uma fatia de 4,1% total de empresas abertas no último trimestre (36.058 novos empreendimentos no período).

Para Rabi, o atual cenário de aumento das demissões em virtude dos impactos do isolamento social sugere que o indicador deverá crescer nos próximos meses, impulsionando a criação de MEIs, modalidade mais comum entre pessoas que recorrem ao empreendedorismo por necessidade. “Pessoas que perderam o emprego neste momento de incertezas econômicas buscam no empreendedorismo e no trabalho por conta própria, geralmente feito de casa, uma saída para voltar ao mercado”, analisa.

Estados do Norte lideram criação de empresas

Dos cinco Estados que lideram o ranking abertura de novas empresas do último trimestre, três estão localizados na região Norte: Amazonas (46,9%), Pará (35,2%) e Roraima (31,9%). A lista ainda conta com Sergipe em terceiro lugar (32,1%) e Maranhão em quinto (31,7%). O Estado que apresentou o avanço mais modesto no nascimento de empresas é a Bahia, com alta de 7,8%.

Embora a região Sudeste tenha apresentado o menor crescimento de novas empresas no primeiro trimestre deste ano (14,7%), ela detém, em números absolutos, a maior quantidade de novos negócios: 462.555. O Norte, com 45.248 empresas criadas no período, desponta na liderança do crescimento, com uma alta de 30,7%. Depois aparecem o Sul (20,2%), Centro-Oeste (20,0%) e Nordeste (16,2%).

Lives no Instagram e curso on-line orientam empresários em dificuldade

Para ajudar os pequenos empresários que estão enfrentando dificuldades no atual momento, a Serasa Experian lançou uma série de iniciativas que podem ser conferidas no site. Entre as ações estão lives semanais no Instagram da Serasa Experian (@serasa_experian) com a presença de especialistas da companhia e convidados especiais que dão dicas e orientações para os donos de negócios.

Entre as principais temáticas, estão capacitação remota de colaboradores, gestão de pessoas à distância, segurança nas vendas e criatividade para vender.
A Serasa Experian também lançou um curso gratuito e on-line que auxilia consumidores a organizar suas finanças pessoais, algo cada vez mais necessário nesses tempos de instabilidade. O conteúdo ensina a elaborar o orçamento doméstico – com dicas de como priorizar pagamentos, dividir ganhos e despesas –, fazer o planejamento e construir uma reserva de emergência e concretizar ambições de curto, médio e longo prazos.

Cuidar das finanças do negócio desde o início é essencial

Como as micro, pequenas e médias empresas dependem mais do capital de giro do que as companhias de porte maior, é importante que os novos empreendedores façam um planejamento financeiro desde o início da operação do negócio. Estar pronto para encarar momentos de incerteza e ter algumas estratégias planejadas podem fazer a diferença na manutenção da receita. Para isso, os especialistas da Serasa

Experian dão algumas dicas:
– Expanda sua carteira de clientes e busque mercados que não haviam sido mapeados ainda;
– Utilize a tecnologia a seu favor, criando canais nas redes sociais e se cadastrando em aplicativos de entrega e outros sites de marketplace, que reúnem pequenos e médios lojistas de setores variados para novas vendas;
– Peça crédito com cautela, buscando sempre as menores taxas e prazos para o seu negócio;
– Busque desde já implementar outras ações que impactarão as vendas e a fidelização de clientes, como oferta de brindes e benefícios para aqueles que compram com periodicidade.

Em laboratório, antivirais contra Hepatite C conseguem conter Covid-19

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estudam aplicar um antiviral originalmente usado contra hepatite C no tratamento da Covid-19. Os testes, realizados em células in vitro mostram que a droga daclatasvir teve bons resultados ao inibir a replicação do novo coronavírus. A droga também reduziu a produção de substâncias inflamatórias associadas aos casos graves da doença.

No artigo científico que divulgou a descoberta, os pesquisadores ponderam que antivirais contra o vírus da hepatite C estão entre os mais seguros e por isso defendem a realização de ensaios clínicos. Contudo, defendem também cautela na liberação de medicamentos contra o novo coronavírus.

Tratamentos experimentais contra covid-19 ganham força no Brasil

“Estamos vivendo aquela figura de linguagem de ‘trocar o pneu do carro com carro em movimento’. O mundo só tem 5 meses de conhecimento sobre essa doença. Não tenho dúvida que a ciência vai entregar o melhor cronograma de antiviral, anti-inflamatório ou anticoagulante. Só que isso leva tempo. Como a gente ainda não tem essas respostas, o isolamento social e o uso de máscara é o recomendado”, orienta Thiago Moreno, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz (CDTS) e líder do estudo.

Os testes tanto com o daclatasvir como com outro antiviral usado contra hepatite C, o sofosbuvir, foram aplicados em três tipos de células, inclusive pulmonares humanas. As duas drogas agiram impedindo que o vírus replicasse seu material genético, contudo foi o daclatasvir que apresentou efeitos mais potentes. A substância foi até 4 vezes mais eficiente do que a cloroquina e também mais eficiente do que a combinação entre lopinavir e ritonavir, coquetel em fase de testes clínicos.

O infectologista Alberto Chebabo, do Laboratório Exame, comemora os resultados da pesquisa da Fiocruz, mas ressalta a importância da realização de testes em humanos: “É uma droga com atividade in vitro, como temos várias outras, mas que precisa ser comprovada. Temos muitas substancias que nos estudos em células isoladas certifica uma boa atuação, mas que na hora dos ensaios clínicos elas não se mostram eficazes”, explica.

Vacina

A Fiocruz também trabalha, em Minas Gerais, no desenvolvimento de uma possível vacina contra o novo coronavírus, que atualmente é testada em animais. A vacina sintética contém pequenas partes de proteínas do vírus Sars-CoV-2 capazes de induzir a produção de anticorpos específicos no processo de defesa do organismo.

Fonte: Brasil 61

Enem: aulas gratuitas sobre Química e Matemática são realizadas

Com o objetivo de ajudar as pessoas que farão a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Faculdade UNINASSAU Caruaru está realizando desde a semana passada o projeto “ENEM UNINASSAU Live”. A programação é gratuita, aberta ao público e acontece na conta do Instagram da uninassau.caruaru.

No dia 11, às 15h, acontece a aula sobre Química Geral, com o docente Ênio Bruce. Já no dia 16 de julho, duas lives serão realizadas. A primeira sobre a disciplina de Matemática, com o professor Francisco Nilson, a partir das 10h. A segunda abordará a disciplina de Geografia e será comandada pelo docente Eduardo Laime. Para fechar a semana, no dia 17 a temática será sobre a área de Educação Física, a partir das 17h, com o professor Bruno Basílio.

Segundo a diretora da Instituição, Asilane Belo, milhões de estudantes não deixaram de se preparar para o Enem. “Pensando nessa preparação, a UNINASSAU levará de maneira gratuita lives que abordarão diversas disciplinas, com professores da nossa instituição, intensificando esses momentos preparatórios para um dos maiores exames do ensino médio”, afirma.

A programação segue nos próximos meses, sempre com lives pelo Instagram da UNINASSAU Caruaru.

OMS: transmissão de vírus pelo ar pode se dar em procedimento médico

Logo da OMS na sede da organização, em Genebra

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quinta-feira (9) que a transmissão do novo coronavírus pelo ar pode ocorrer durante procedimentos médicos que geram aerossóis.

Segundo a organização, alguns relatos de casos de covid-19, relacionados a espaços internos lotados, sugeriram a possibilidade de transmissão por aerossol, combinada com a transmissão por gotículas, como em restaurantes, aulas de ginástica ou durante ensaios de coral.

A OMS reconheceu na última terça-feira (7) “evidências emergentes” da propagação do novo coronavírus pelo ar, depois que um grupo de cientistas pediu que a organização atualizasse suas orientações sobre como a doença respiratória se espalha.

Painel

A Organização Mundial da Saúde anunciou que está montando um painel independente para revisar sua conduta em relação à pandemia de covid-19 e a resposta dada pelos governos.

O anúncio foi feito após críticas duras do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, que acusa a instituição de ter viés favorável à China, e da notificação formal do governo norte-americano, na terça-feira, de que se desligará da agência dentro de um ano.

A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark e a ex-presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf concordaram em liderar o painel e escolher seus membros, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em reunião virtual com representantes dos 194 países-membros da organização.

“Este é um momento de autorreflexão”, afirmou Tedros, observando que os Estados-membros da OMS pediram por unanimidade, em maio, uma avaliação da resposta global à pandemia.

“Este não é um relatório padrão em que se marca um quadrado e depois é colocado em uma estante para acumular poeira. Isto é algo que levamos a sério”, afirmou Tedros, acrescentando que o painel fornecerá um relatório provisório em uma reunião anual de ministros da Saúde, que será reconvocada em novembro.

Ao participar da reunião, Helen Clark disse que a atribuição “só pode ser descrita como excepcionalmente desafiadora”.

Tedros observou que, em maio, países-membros da OMS adotaram por unanimidade resolução proposta pela União Europeia, que pediu uma avaliação da reação global à pandemia.

De acordo com contagem da Reuters, mais de 12 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus e 548.429 morreram até agora em todo o mundo.

Prefeito e vice de Itaguaí são cassados pela Câmara de Vereadores

O prefeito de Itaguaí (RJ), Carlo Busatto Júnior, Charlinho, e o vice Abeilard Goulart, Abelardinho, tiveram seus mandatos cassados em decisão da Câmara Municipal, na madrugada de hoje (10). Eles sofreram impeachment, por 16 votos a favor e um contrário, por crimes de responsabilidade.

O único voto a favor foi do líder do governo na Câmara, Sandro da Hermínio (PP). A sessão da câmara começou às 18h de ontem e aprovou o relatório da Comissão Especial Processante (CEP), que concluiu que os dois gestores cometeram esses crimes.

A maioria dos vereadores considerou que Charlinho cometeu ilegalidade em procedimento licitatório em contratação de empresa de lixo e danos ao erário público. Já Abelardinho foi cassado por ter, segundo o relatório da CEP, favorecido terceiros.

Com a cassação, os dois tornaram-se inelegíveis por oito anos. Eles já tinham sido cassados em sessão em março deste ano, mas continuaram no cargo devido a uma liminar obtida no Supremo Tribunal Federal (STF).

A prefeitura de Itaguaí será assumida pelo presidente da Câmara, Rubem Ribeiro (Podemos). O vice-presidente da Casa, Noel Pedrosa (PSL) assume a presidência da Câmara.

Famílias têm papel fundamental na relação da criança com mundo digital

Entre paredes: crianças na pandemia - Caminhos da Reportagem.

Durante a pandemia de covid-19, os dispositivos eletrônicos com acesso à internet se tornaram um elemento fundamental na vida de muitas crianças brasileiras. Os tablets, celulares, smart TVs (televisor com acesso à internet) e os vídeogames se tornaram o único passatempo de muitas crianças e adolescentes, que estão confinados em casa há mais de 100 dias.

Para construir uma relação saudável, criativa e segura das crianças com o mundo digital, as famílias têm papel fundamental, diz a pesquisadora do programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, Maria Isabel Amando de Barros. Segundo ela, para começar, pais, mães e responsáveis também precisam rever os hábitos digitais.

“Somos um verdadeiro espelho para as crianças. Nesse sentido, é muito bom compartilhar com elas que vários desafios estão postos também para nós: sentimos que a internet “rouba” tempo de outras atividades como sono, alimentação, atividade física e lazer. Muitas vezes não temos clareza sobre os pensamentos, sentimentos ou impulsos que nos levam a pegar o celular e temos muito a aprender para, de fato, usar a tecnologia a nosso favor”.

É assim que a consultora imobiliária Carla Christiane de Carvalho Pereira procura orientar seu filho Caio, de 10 anos, e a filha Clara, de 8. “Oriento a pesquisar sobre significado das coisas, manuais, configuração da televisão, do celular, dos eletrodomésticos. Acho importante, já que eles têm essa facilidade com a tecnologia”.

Carla diz que faz acertos com eles e direciona os conteúdos a serem vistos, sempre com muito diálogo. Para jogos e navegação eles só podem ficar até as 21h. “Não tenho muito regra de quantidade de horas, mas não pode usar nenhum tipo de tecnologia durante as refeições, durante as lições, não podem levar para o banheiro. São pequenas restrições, para educação mesmo. O restante do dia é liberado”.

Ela conta que sabe o que eles acessam e quando tem algo que não acha adequado, conversa com eles. “O Youtube deles é monitorado, sei o que consomem. O Caio vê muito tutorial de vídeogame, já a Clara vê músicas e desafios. As crianças nasceram preparadas para essa era digital, a preparação que a gente tem que fazer é na absorção de conteúdo. Quando o Caio vê um vídeo que tem muito palavrão, ou linguagem e conteúdo impróprios, converso com ele. Quantos aos canais da Clara, verifico quem a está seguindo e digo que só pode segui-la quem tem até 12 anos, então ela mesma fica atenta. Acho que a vigilância existe, mas é adaptável. Então, eu trabalho a questão do discernimento ao receber esses conteúdos, sempre com muito diálogo”.

Segundo a pesquisadora do Instituto Alana, os responsáveis devem seguir esse caminho, o do diálogo. “As pesquisas mostram que a principal estratégia para ajudar as crianças a terem bons hábitos é mediar sua relação com o mundo digital de forma construtiva, ou seja, mostrando os desafios e analisando como suas ferramentas podem nos ajudar a ter experiências online onde prevaleçam as conexões significativas, os aprendizados com sentido e a diversão saudável”.

Maria Isabel explica que essa mediação ativa é diferente para cada faixa etária e deve ser adequada a cada criança, de acordo com sua individualidade e interesses. Deve também ser baseada no diálogo, na escuta e reflexão com a própria criança sobre a forma como ela se apropria das tecnologias.

“Há que se avaliar qual caminho faz mais sentido em cada fase da infância: dosar o tempo, considerar a qualidade do conteúdo, combinar onde e como os dispositivos podem ser acessados e, acima de tudo, fazer do mundo digital uma experiência compartilhada entre crianças e adultos, pais, mães e filhos, educadores e estudantes”, diz a pesquisadora. Para ela, “há outro aspecto importante: a construção de um sólido repertório de interesses, habilidades e rotinas offline, que certamente irão ajudar a criança a desenvolver a autorregulação em relação ao uso do ambiente digital”.

Dessa forma, a consultora financeira Luciana Flávia Bonsembiante busca conduzir o filho Enzo, de 6 anos, no mundo digital. “Digo para ele ver conteúdos educativos, como os aplicativos de leitura, jogos voltados para a idade dele, incentivo também para a criatividade, ele adora gravar vídeo e tem um canal no Youtube, então eu procuro incentivar essa parte também”.

Quanto ao tempo, ela diz que há horários determinados para usar as telas. “Cerca de uma hora durante a manhã e mais uma hora à noite. A tarde é voltada para o estudo e algum tipo de educação física. A gente orienta sobre os conteúdos inadequados, sobre conversas com estranhos e, graças a Deus, nunca tivemos nenhum tipo de contratempo em relação a ele conversar com qualquer tipo de pessoa. Ficamos muito atentos porque é um perigo na época de hoje. Fora de casa, a utilização é muito esporádica, ele tem o próprio celular, mas geralmente evito que ele saia de casa com o aparelho”.

Ela conta que às vezes o filho quer ficar mais um pouco com o celular, mas aí ela o chama para outras atividades. “Gosto muito de brincar com ele de quebra-cabeça, lego, ele adora montar e desmontar coisas e assim vai. É muito disciplinado e é bem obediente”.

Tempo de exposição às telas

No caso de crianças até 2 anos, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda evitar exposição às telas. Para crianças de 2 a 5 anos, a recomendação é de até uma hora por dia, sempre com supervisão. Esse tempo pode ser estendido até duas horas por dia para crianças de 6 a 10 anos. Já crianças e adolescentes entre 11 e 18 anos devem limitar seu tempo online a duas ou três horas por dia.

“Entretanto, as pesquisas também mostram que o tempo de tela não é a medida mais relevante ou a única variável a ser considerada quando pensamos em cuidar da relação que as crianças estabelecem com o mundo digital. Afinal de contas, passar uma hora assistindo sozinho filmes violentos, permeados por mensagens publicitárias, é completamente diferente de assistir em família a um documentário sobre música ou vida selvagem”, pondera a pesquisadora.

Maria Isabel acrescenta que é fundamental avaliar e refletir a intenção do tempo de tela: por que a criança vai ter essa experiência, o que ela vai aprender ou vivenciar com ela, a qualidade do conteúdo acessado e ainda se esse tempo de tela está impedindo que a criança realize atividades importantes como dormir, se alimentar, brincar ao ar livre e interagir com outras crianças e adultos.

Dieta digital

A pesquisadora Maria Isabel considera que uma forma de avaliar se um conteúdo digital é bom é semelhante a quando escolhemos o que vamos comer. “Numa boa dieta digital prevalecem conteúdos sem violência gratuita, conteúdos publicitários, notícias falsas, mensagens discriminatórias e desafios perigosos”.

Ela orienta que bons conteúdos são aqueles em que há respeito à privacidade e à identidade online. “São aqueles vinculados aos produtos e plataformas que respeitam nossa capacidade de desconectar e nos ajudam a encontrar espaço e oportunidades para brincar, criar, ler, desenhar, jogar, entre inúmeras possibilidades de encontros significativos conosco e com o outro. Em suma, bons conteúdos digitais são aqueles que trazem mais autoria – em oposição àqueles de uso mais passivo -, são acessados com intenção e nos fazem bem”.

Responsabilidade 

Na visão da pesquisadora, a responsabilidade com o ambiente digital não é apenas do usuário. “É muito importante também percebermos – e compartilharmos esse aspecto com as crianças – que a responsabilidade por uma relação saudável, criativa e segura com o ambiente digital não é apenas do usuário. É também do governo, das empresas e das plataformas de tecnologia. É fundamental advogarmos por um ambiente digital mais humano, que proteja nossa privacidade, resguarde nossa capacidade de desconectar e fortaleça nossos laços sociais”, defende Maria Isabel.

Para contribuir com esse debate, o Instituto Alana, com o apoio do Nic.Br, da Safernet Brasil e do portal Lunetas, está realizando o evento “Ser Criança no Mundo Digital – série de conversas online”. Os diálogos serão transmitidos pelo Instituto Alana. A estreia da série de conversas foi no dia 26 de junho, e os dois primeiros episódios podem ser acessados em Episódio 1 e Episódio 2.

OMS quer mais evidências sobre transmissão da covid-19 pelo ar

Prédio da OMS em Genebra, Suíça

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nessa quinta-feira (9) novas diretrizes sobre a transmissão do novo coronavírus, que reconhecem alguns relatos de transmissão pelo ar do vírus causador da covid-19. A instituição, no entanto, não chegou a confirmar que o vírus se propaga pelo ar.

Em suas diretrizes mais recentes sobre transmissão da doença, a OMS reconheceu que alguns relatos sobre casos relacionados a espaços fechados lotados sugeriram a possibilidade de transmissão por aerossol, como restaurantes ou aulas de ginástica. Mas a organização observou que mais pesquisas são “urgentemente necessárias para investigar esses casos e avaliar seu significado para a transmissão da covid-19”.

Com base na revisão das atuais evidências, a OMS afirmou que o novo coronavírus, causador da covid-19, se espalha entre as pessoas por contato direto ou indireto com superfícies contaminadas ou o contato próximo com pessoas infectadas que espalham o vírus pela saliva, secreções respiratórias ou gotículas liberadas quando uma pessoa infectada tosse, espirra, fala ou canta.

O documento foi divulgado após carta aberta de cientistas especializados na propagação de doenças pelo ar – os chamados aerobiologistas – que solicitaram ao organismo global atualizar suas orientações sobre como a doença respiratória se propaga, para incluir a transmissão por aerossol.

“Este é um movimento na direção certa, embora pequeno. Está ficando claro que a pandemia é causada por eventos de grande propagação e que a melhor explicação para muitos desses eventos é a transmissão por aerossol”, disse Jose Jimenez, um químico da Universidade do Colorado que assinou a carta, publicada segunda-feira (6) na revista Clinical Infectious Diseases.

A frequência com que o coronavírus se espalha pela via aérea ou pelo aerossol – ao contrário de gotículas maiores em tosses e espirros – não é clara.

Em entrevista coletiva, Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (EUA), disse que ainda não existem muitas evidências sólidas sobre a transmissão aérea do novo coronavírus. “Eu acho é uma suposição razoável que isso ocorra”.

Embora incompletas, as evidências até o momento são “a base fundamental do motivo pelo qual agora estamos tão empenhados em fazer com que as pessoas – particularmente as sem sintomas – usem máscaras. Para poder ver se podemos mitigar isso”, disse ele.

As orientações da OMS reconhecem que a transmissão pelo ar do novo coronavírus pode ocorrer durante procedimentos médicos específicos que produzem aerossóis, como durante a intubação.