Um levantamento do Instituto de Pesquisa do Risco Comportamental (IPRC), realizado com 2.435 colaboradores de 24 empresas privadas brasileiras, revelou que 17% dos profissionais priorizam seus interesses pessoais em detrimento das organizações. O estudo apontou também que 42% dos entrevistados têm dificuldade em identificar o comportamento no espaço ocupacional. De acordo com Ruth Almeida, psicóloga da Paralaxe, empresa especializada em Recursos Humanos (RH), além de representar um risco nas relações entre equipes e tornar o ambiente de trabalho menos colaborativo, o problema pode trazer diversos prejuízos financeiros, reputacionais e jurídicos.
“O conflito de interesses acontece em situações em que um profissional busca vantagens pessoais ou para terceiros, sem levar em consideração as normas éticas e legais da empresa. Isso pode afetar desde o bem-estar dos colaboradores até o relacionamento com clientes, fornecedores e investidores”, explica a consultora e especialista. Para identificar e superar esses desafios, é fundamental estabelecer discussões acerca das metas e formas de atuação no espaço de trabalho, sem deixar de levar em conta o cuidado com o clima organizacional.
“O departamento de RH tem um papel indispensável para mediar esses processos e auxiliar os colaboradores, através de ferramentas de monitoramento, autoconhecimento e desenvolvimento profissional e pessoal. Assim, o planejamento da organização pode ser implementado, considerando os riscos que as diferenças de interesses podem trazer”. Nesse sentido, uma solução eficiente para prevenir e resolver conflitos é a adoção de uma comunicação constante e transparente entre equipes, gestores e o próprio setor de RH.
Ruth Almeida ressalta ainda que a atuação dos líderes também é essencial para garantir que essa comunicação ocorra de forma efetiva, a fim de facilitar a transmissão de informações, o alinhamento de expectativas e, principalmente, uma tomada de decisões alinhada com todos os envolvidos. “O posicionamento aberto de lideranças estruturadas facilita o acesso dos colaboradores a novas oportunidades e a feedbacks positivos e negativos, o que faz toda a diferença no ajuste das atividades”, conclui.