O papa Francisco enviou dois bispos estrangeiros experientes para investigar a forma como o arcebispo de Colônia está lidando com denúncias de abuso sexual na maior arquidiocese da Alemanha, disse o representante do pontífice no país nesta sexta-feira (28).
O arcebispo Rainer Maria Woelki é criticado pela maneira como lida com denúncias antigas de abuso sexual, em particular por sua decisão de engavetar um relatório sobre irregularidades anteriores de padres por causa de limitações metodológicas não especificadas.
Um relatório de acompanhamento, de 800 páginas, sobre o tratamento dos casos de abuso na arquidiocese de Colônia entre 1975 e 2018 revelou mais de 200 abusadores e mais de 300 vítimas, a maioria com menos de 14 anos.
“O papa Francisco ordenou uma visita apostólica à Arquidiocese de Colônia”, disse Nikola Eterovic, o núncio papal da Alemanha, em comunicado.
“Os delegados da Santa Sé formarão um quadro abrangente da situação pastoral do arcebispado e analisarão possíveis falhas do cardeal Woelki e do arcebispo de Hamburgo Stefan Hesse”, acrescentou.
Colônia, a diocese mais rica do mundo – com renda maior que a do próprio Vaticano – está no centro de uma crise da Igreja Católica alemã, que milhares estão abandonando em protesto contra o tratamento de casos de abuso e sua recusa em abençoar relacionamentos homossexuais.