A prioridade do próximo presidente da República deve ser a promoção de mudanças sociais, com melhoria da saúde, educação, segurança e desigualdade social, se depender da opinião da maior parte dos brasileiros. Essa foi a opção que teve o maior número de votos (44%) entre os brasileiros entrevistados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Ibope para realizar a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Perspectivas para as eleições de 2018.
Em segundo lugar, com 32% dos votos, aparece a moralização administrativa, com combate à corrupção e punição de corruptos. Um número menor de pessoas acredita que entre as três opções apresentadas, a prioridade deve ser a estabilização da economia, com queda definitiva do custo de vida e do desemprego (21%). Do total de entrevistados, 1% não quis escolher entre as três opções e 2% não souberam responder.
Apesar de desejarem que o foco do próximo presidente esteja nas questões sociais, 92% das pessoas defendem que é importante ou muito importante que o candidato também defenda o controle dos gastos públicos. O levantamento entrevistou 2 mil pessoas em 127 municípios sobre qual deve ser a prioridade do próximo presidente da República e quais características a população busca no candidato.
“É muito importante que a população tenha consciência da necessidade de se ter o controle das despesas públicas. É uma das propostas previstas no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 por ser fundamental para garantir a estabilidade e a previsibilidade no ambiente macroeconômico, além da melhoria do ambiente de negócios”, afirma o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
PERFIL DO PRESIDENTE – A maioria dos eleitores concorda que é importante que o candidato acredite em Deus (79%), mas não necessariamente o candidato precisa ser da mesma religião que eles – apenas 29% acham muito importante que o candidato seja da mesma religião. Questionados sobre a classe social do candidato, 52% concordam que preferem candidatos de família pobre. Quanto menor a renda familiar dos eleitores, maior o percentual de concordância de que eles preferem votar em candidatos de família pobre.
Entre as características pessoais que são consideradas muito importantes no candidato, 87% disseram que a principal é ser honesto e não mentir em campanha. Como podiam votar em mais de uma opção, aparecem outras com percentuais acima de 80%: nunca ter se envolvido em casos de corrupção (84%) e transmitir confiança (82%). As características pessoais com menor quantidade de avaliações como ‘muito importantes’ entre as opções apresentadas foram: ter pouca exposição da vida pessoal (40%) e ser da sua religião (29%).
Já entre as características profissionais, a primeira é conhecer os problemas do país (89%), seguida por ter experiências em assuntos econômicos (77%), por ter boa formação educacional (74%). As opções menos votadas foram: ter trabalhado no setor privado (40%) e ser militar (27%).
EXPERIÊNCIA NA VIDA PÚBLICA – Para 72% dos brasileiros, é importante que o candidato tenha experiência como prefeito ou governador. E a opção de ter experiência e trajetória na política de forma geral foi apontada como muito importante por 62%. A maioria dos brasileiros estuda as propostas dos candidatos antes de decidir o voto (84%), mas 75% dizem não acreditar nas promessas de campanha.
CANDIDATOS X PARTIDOS – A grande maioria (72%) concorda que votam nos candidatos que gostam, independentemente do partido em que estejam. Questionados sobre que partido têm mais simpatia, menos da metade quis escolher uma opção. Enquanto 48% dos eleitores dizem não ter preferência por nenhum partido, 5% não souberam ou não quiseram responder.
Somente quatro partidos tiveram mais de 1% de votos. São eles: PT (19%), MDB (7%), PSDB (6%) e PSOL (2%). Outros 11 partidos tiveram 1% de votos cada e 3% dos eleitores escolheram partidos com menos de 1% de citações cada.
Dos entrevistados, 58% discordam que o seu voto para deputados e senadores serão para candidatos do mesmo partido do voto para presidente.
CORRUPÇÃO PREOCUPA – A pesquisa mostra que 44% dos eleitores estão pessimistas em relação às eleições. Outros 23% não estão otimistas nem pessimistas, 20% estão otimistas e 13% não souberam responder.
O principal motivo para o pessimismo é a corrupção – apontada por 30% em pergunta com resposta espontânea. Também foram apresentados como motivos para o pessimismo a não confiança no governo e nos candidatos (19%). Questionados sobre votar em um candidato acusado de corrupção, mas que tenham o mesmo alinhamento ideológico que eles, 79% dos entrevistados discordaram.
Dos 20% da população que se dizem otimistas, 32% afirmam acreditar na mudança e renovação, 19% têm esperança no voto e na participação popular.
A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 10 de dezembro de 2017 e possui margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.