Patronato Penitenciário emprega mais de 1,5 mil egressos

É sobre futuro, oportunidade e vida nova. É sobre poder sonhar, confiar na sua capacidade de recomeçar e acreditar que, logo ali, tem pessoas e empresas que creem no seu potencial e confiam no seu profissionalismo. É assim que caminham os egressos ligados ao Patronato Penitenciário de Pernambuco que, por meio da empregabilidade, da educação, da fiscalização, do apoio psicossocial e jurídico, são inseridos na sociedade com emprego, renda e dignidade.

No Estado, o Patronato Penitenciário, ligado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), por meio da Secretaria Executiva de Justiça e Promoção dos Direitos do Consumidor, atende 17.582 reeducandos, entre homens e mulheres, com idade entre 18 e 70 anos. Um total de 1.549 egressos estão trabalhando em empresas conveniadas, ligadas a cerca de 37 órgãos públicos e empresas privadas espalhadas pelo Recife, Região Metropolitana, e municípios pernambucanos.

Na Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), por exemplo, 25 reeducandos fazem parte do quadro de funcionários do órgão. Lá, eles ocupam diversos cargos, entre eles, o de pedreiro, de manutenção, de recepcionista, de pintor, de eletricista e de auxiliar administrativo. “A gente tá falando sobre quebrar tabu, gerar oportunidade e mudar vidas”, pontuou o Gerente Administrativo da Cehab, André Moraes. O colega, Diretor Financeiro, Administrativo e Operacional, Marcílio Valença, falou sobre confiança. “Quando você trabalha oferecendo o seu melhor, não tem como cometer erros. A dedicação, a vontade de que tudo dê certo, e o foco levam o profissional ao sucesso”, destacou ele, ao explicar que, a parceria com o Patronato Penitenciário encurta a burocracia. “A gente que contrata obtém isenção dos encargos trabalhistas no período em que o reeducando estiver trabalhando e cumprindo pena”, finalizou ele.

Levado pelo tráfico e pela vida fácil, Leonardo Lima Nascimento, 24 anos, viu seu futuro ir por água abaixo. Em um caminho quase sem volta, ele se deixou levar pela oportunidade de conquistar o que quisesse com rapidez e facilidade. “Era muito novo, tinha acabado de sair da casa da minha mãe e vi ali a oportunidade de ter tudo o que quisesse”, disse ele, ao destacar que, trabalhar com construção é sua paixão. Pai de dois filhos, Léo, como é chamado, só quer uma vida digna para eles. “Espero que os dois estudem e tenham um futuro brilhante”, disse com os olhos marejados ao se referir aos filhos. No futuro, ele deseja cursar faculdade de engenharia.

A recepcionista, Luana Carla de Souza, 32 anos, também viu sua vida mudar rapidamente. Motivada pela oportunidade de obter um dinheiro fácil, ela resolveu arriscar. “Um certo dia, a pessoa que levaria drogas para um determinado lugar, não foi. Eu fiquei sabendo e resolvi arriscar. Faltei ao trabalho e fui, mas não deu certo. Fui pega e minha vida despencou”, contou ela. Mãe de três filhos, Luana só quer trabalhar para que seus filhos tenham estabilidade financeira. “Quero que eles tenham o melhor e tenham orgulho da mãe que tem. Quero que estudem e tenham uma vida promissora”, finalizou.

A amiga, e também reeducanda, Willanili Inalda Moreira Rosa da Silva, concorda com Luana e quer uma vida melhor para os seus dois filhos. Pega por porte ilegal de armas, ela só deseja que sua filha de 19 anos e seu filho de 8 anos, possam sonhar. “Quero que eles realizem seus sonhos, que estudem e que tenham uma vida melhor”, disse ela que, no futuro, quer cursar a faculdade de direito.

No Patronato Penitenciário, é exigido apenas o Salário mínimo vigente, acrescido do valor destinado à alimentação e transporte (nos casos de jornada de 44 horas/ semanais). Para jornadas de 36 horas semanais, apenas salário e auxílio transporte. O contrato dura até o final da pena ou desligamento pela empresa contratante.

Mensalmente, é feito o acompanhamento de todos os reeducandos vindos das unidades prisionais de Pernambuco que tenham progredido para regime aberto ou livramento condicional. No Estado, os núcleos estão localizados em Recife, Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Petrolina.

O objetivo principal é proporcionar a inclusão produtiva, a qualificação social e profissional, fortalecendo os vínculos afetivos dos reeducandos, a prevenção da violência e a diminuição da reincidência criminal. Os interessados em fazer parte da parceria com o Patronato Penitenciário devem entrar em contato pelo seguinte e-mail: emprego.patronato@sjdh.pe.gov.br.

“Estamos trabalhando para expandir o número de reeducandos do Patronato inseridos no mercado de trabalho. Nosso objetivo é mostrar para as empresas, e demais convenentes, as vantagens dessas contratações, bem como os benefícios para esses reeducandos”, disse o Secretário Executivo de Justiça e Promoção dos Direitos do Consumidor, Anselmo Araújo, ao destacar que, na maioria das vezes, os reeducandos se qualificam profissionalmente e, ao término da pena, continuam na mesma empresa, através de contrato regular de trabalho, regido pela CLT. “A parceria acaba por beneficiar a empresa, que ganha por ter a mão de obra qualificada, com os encargos sociais reduzidos, e o egresso, por ser reinserido no mercado de trabalho”, finalizou ele.

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