Do Diario de Pernambuco
O último debate televisivo dos candidatos ao governo de Pernambuco, realizado ontem pela TV Globo, foi marcado pela polarização entre os dois principais postulantes ao Executivo estadual, Armando Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB). Em alguns momentos, o petebista e o socialista travaram um confronto de palavras. Como foi o alvo das perguntas tanto de Armando quanto do outro candidato presente, Zé Gomes (PSol), Paulo terminou puxando os holofotes porque teve muito mais tempo de exposição. Somente para responder aos adversários, ele utilizou 20 minutos para falar, o que equivaleu a um terço do programa de ontem.
Na primeira oportunidade, Armando perguntou a Câmara o que ele pensava da contribuição do ex-presidente Lula e da presidente Dilma ao governo de Pernambuco. O socialista respondeu que recebeu sim contribuições, mas que as obras só andaram porque o estado sempre teve bons projetos.
Armando respondeu que Paulo sempre se utilizava de discursos decorados, que o estado recebia muitos recursos federais e não investia e ele se apoiava demasiadamente na figura do ex-governador Eduardo Campos.
Paulo rebateu e afirmou que Armando, por sua vez, se guiava pelas pesquisas. “Quando você estava na frente, Eduardo era bom, quando caiu, não era mais. Quando Dilma estava em baixa, você escondia ela, quando subiu, agora você voltou a mostrar”.
Quando teve a oportunidade de perguntar ao petebista, Câmara questionou Armando sobre o que faria para valorizar os servidores públicos e quais as propostas para eles.
Armando agradeceu a pergunta e disse que Paulo quando secretário foi responsável por promover arrocho contra os trabalhadores e “não tinha autoridade para falar em dobrar salário de servidores se, na melhor época de Pernambuco, não havia feito”.
Armando, com direito à pergunta de novo, questionou o uso abusivo da imagem de Eduardo e que ele não tinha lastro político próprio. O socialista disse que falaria do ex-governador quando bem entendesse e fosse necessário e que ele era um exemplo de liderança que seguiria pelo resto da vida.
O socialista ainda rebateu dizendo que não ganharia lastro praticando um tipo de política que incluísse amizades, como Armando faria, com os senadores Fernando Collor (PTB/AL), Renan Calheiros (PMDB/AL) e José Sarney (PMDB/MA).