Por Magno Martins
A pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem recebeu, secretamente, no Recife, na semana passada, o governador Paulo Câmara (PSB) esteve, ontem, com o presidente Michel Temer (PMDB), no Palácio do Planalto. Trataram da reforma da Previdência. Temer quer o apoio dos governadores para apoiar mudanças no arcabouço previdenciário. Isso se traduziria na influência que cada governador exercer junto as suas bancadas.
Durante o encontro, Câmara ouviu mais do que falou. Depois de entender as preocupações do Governo deixou também na mesa de negociações as dúvidas que recaem ainda sobre a proposta do Governo que tramita no Congresso, sobretudo depois que Temer decidiu retirar servidores estaduais da reforma e em seguida recuou, dando um prazo de seis meses aos Estados para apresentarem sugestões ao projeto original.
Num primeiro momento, tão logo o Governo se pronuncie sobre os pontos convergentes da reforma, Câmara pretende reunir a bancada para discutir o projeto e encaminhar sugestões. “A reforma da Previdência tem que ser feita, mas sem tirar direito dos trabalhadores”, disse o governador, numa rápida conversa, ontem, com este blogueiro, em Brasília, para acrescentar:
“O presidente revelou que o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da matéria, está ouvindo as bancadas no Congresso e que vai promover mudanças na proposta de Reforma da Previdência encaminhada pelo Governo Federal. Falei também das preocupações dos governadores do Nordeste com relação à assistência social do trabalhador rural e o acesso aos Benefícios de Prestação Continuada. A Reforma não pode prejudicar os mais vulneráveis”.
Câmara relatou que pediu ao presidente que o Governo deixasse as obras hídricas de fora do contingenciamento. “No sexto ano consecutivo de seca no Nordeste, o que precisamos é de acelerar as obras em andamento para que a população de Pernambuco e dos outros Estados do Nordeste diminuam o sofrimento causado pela falta d’Água”, disse Câmara, adiantando que Temer garantiu a priorização para não haver redução dos recursos para os projetos hídricos.