O presidente do PDT, Carlos Lupi, ameaça expulsar os deputados do partido que votarem a favor do impeachment presidencial. O ofício número 015 trás um aviso duro: “Os parlamentares que votarem a favor do impedimento da presidenta Dilma Rousseff sofrerão as sanções previstas no estatuto que prevê a expulsão e a consequente perda do mandato parlamenta, além da imediata intervenção nas direções estaduais e municipais nos casos pertinentes.
O comunicado assinado por Lupi equivale a uma decisão de “fechamento de questão”, instrumento interno de cada legenda que obriga os deputados a seguir o desejo da maioria do partido, que é contra o impeachment. A direção do PDT enviou o ofício aos seus 19 deputados e exige que assinem para mostrar que tomaram conhecimento das consequências.
O PDT tem nove deputados contra o impeachment, seis indecisos e quatro a favor da saída de Dilma do Planalto. Esse último grupo pode ser expulso.
A decisão da direção do PDT revoltou alguns parlamentares. O deputado Sérgio Vidigal, representante do Espírito Santo, por exemplo, negou-se a assinar o documento e reafirma que vai votar pelo impeachment.
“Estou sendo obrigado a votar e apoiar o PT, que tem dirigentes presos pela Justiça, e serei expulso do partido que ajudei a fundar e pelo qual fui prefeito três vezes?”, protestou.
Vidigal é o presidente do PDT capixaba e candidato a prefeito da cidade de Serra. Se votar pelo impeachment e for expulso, ficará sem legenda para disputar a prefeitura novamente.
Com 28 anos de filiação partidária no PDT, Vidigal teve 161 mil votos para deputado e tem, segundo pesquisas, as melhores chances de ser eleito prefeito de Serra. A sua votação representou 9% de todos os votos válidos no estado para deputado.
“Acho este documento uma violência. Não vou assinar”, avisou. Assim como Vidigal, o PDT tem outros quatro casos de dissidentes. Entre eles está o deputado Mário Heringer, de Minas Gerais, que já deu declarações a favor do impeachment.