Folha de S.Paulo
O secretário de controle externo do Tribunal de Contas da União, Tiago Alves, sustentou nesta segunda-feira (13) que o governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, deliberadamente atrasou o pagamento das dívidas do Plano Safra devidas ao Banco do Brasil em 2015, o que caracterizou as chamadas pedaladas fiscais.
“Os valores referentes que deveriam ter sido pagos em janeiro de 2015 e em julho de 2015 só foram pagos no dia 28 de dezembro, o que caracterizaria a operação de crédito. […] A última vez que isso foi feito em relação ao Plano Safra da forma correta foi em janeiro de 2012”, disse.
Ele foi a primeira testemunha ouvida pela comissão especial do impeachment nesta segunda. O colegiado ouvirá, ainda nesta noite, Leonardo Albernaz, secretário de macroavaliação governamental do Tribunal de Contas da União. Os dois foram arrolados por senadores da base aliada do presidente interino, Michel Temer.
De acordo com Alves, não houve erro contábil por parte do governo mas, sim, uma decisão por atrasar os pagamentos ao banco público caracterizando operações de crédito ilegais por descumprirem a Lei de Responsabilidade Fiscal, e não apenas um simples atraso de pagamento.