A atual presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, a pediatra Mayra Pinheiro, foi convidada ontem (4) para assumir uma secretaria no futuro ministério da Saúde, que será comandado pelo deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) em 2019.
Contrária ao Mais Médicos, Pinheiro foi chamada para assumir a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (STGES), que hoje cuida justamente do programa, além de políticas públicas de gestão da área e formação de profissionais no país. Sua ida para a pasta estaria dependendo de detalhes para ser confirmada.
“O programa Mais Médicos não é e nunca foi uma solução sequer razoável para solucionar os problemas que motivaram sua criação. E o desfecho de agora deixa claro que a saúde da população brasileira não era a motivação da iniciativa. Trata-se de uma tentativa de retaliação, porque quiseram passar o atendimento primário de saúde para Cuba. E agora Cuba quer tentar desarticular o atendimento da população. Os médicos brasileiros não vão permitir”, escreveu a pediatra no Facebook em 15 de novembro, após Cuba anunciar que deixaria a iniciativa.
A médica pediatra, que concorreu ao senado pelo PSDB nas últimas eleições (ficou em 4° lugar, com 882.019 votos), foi uma indicação da frente parlamentar da Medicina, da qual Mandetta é o líder.
“Médicos por amor”
Assim que Cuba anunciou o fim do acordo com o Brasil, no mês passado, a pediatra lançou pelo sindicato o programa “médicos por amor”. A iniciativa é buscar doutores voluntários para atuar, no Ceará, nas cidades onde existiam intercambistas caribenhos.
Mayra Pinheiro afirmou ter recrutado, até o dia 25 de novembro, 211 brasileiros para atender nesses municípios.
O deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), colega de partido e de estado de Pinheiro, diz que ela colaborou por quase um ano na criação da bancada da Medicina, que só foi formalizada em novembro do ano passado. A fundação do grupo foi assinada por 198 deputados e 16 senadores, segundo o site da Câmara.
“Ela tem o perfil que o presidente Jair Bolsonaro procura”, afirmou o congressista.