Uma recente pesquisa do sueco Instituto Karolinska, com duas mil suecas, aponta que a obesidade mascara a presença de nódulos malignos nas mamas, dificultando assim, a detecção precoce, umas das ferramentas mais importantes no combate ao câncer de mama. O trabalho mostrou que aquelas com índice de massa corporal (IMC) acima de 30 correm o risco de descobrir os tumores apenas quando eles já estão maiores e, consequentemente, mais difíceis de curar. Dessa forma, os pesquisadores sugeriram a realização da mamografia com mais frequência. Mas os médicos brasileiros questionam essa recomendação.
Eles defendem que a densidade da mama é o que dificulta o diagnóstico da doença e ressaltam que algumas mulheres, mesmo não sendo obesas, também podem apresentar esse problema. “Quem precisa de vigilância maior são as mulheres com mama densa, sendo elas obesas ou não”, defende a mastologista da Oncoclínica Recife, Alessandra Saraiva. Os médicos explicam ainda que aumentar o número de mamografias não resolveria, pois a mutação celular acontece lentamente e a possibilidade de encontrar alterações em um curto intervalo de tempo é muito pequena. “Aumentar o número de mamografias também expõe a paciente a mais radiação e isso pode trazer riscos”, explica a oncologista da Oncoclínica Recife, Sílvia Fontan.
Mesmo assim, os médicos são unânimes em defender o estilo de vida saudável como um grande aliado contra o câncer. Alimentação balanceada, atividades físicas e o acompanhamento de um mastologista trazem resultados satisfatórios para as pacientes. O peso excessivo e o sedentarismo são fatores de risco para o câncer de mama, principalmente porque a gordura transforma outros hormônios em estrogênio, ocasionando uma maior concentração desse hormônio, que é um dos fatores que favorece a ocorrência do câncer.