O câncer colorretal é o quarto mais diagnosticado ao redor do mundo, de acordo com o relatório Globocan de 2012. No Brasil, o INCA (Instituto do Câncer) previu que, em 2016, que a doença tivesse cerca de 34 mil novos casos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. A neoplasia é a segunda mais diagnosticada em mulheres e a terceira que mais atinge os homens.
Segundo pesquisa realizada pelo Centro de Coloproctologia do Hospital Samaritano de São Paulo, 45% das colonoscopias realizadas em 154 pacientes, todos acima dos 40 anos, que não apresentavam sintomas da doença e realizavam acompanhamento preventivo, deram um resultado positivo, sendo: 31% dos exames apontaram a presença de adenomas simples, ou seja, tumores benignos, de baixo grau. Outros 11% denunciaram a presença de tumores mais complexos, com maior risco de evolução para o câncer. 2% foram diagnosticados já com o carcinoma em fase inicial e 1% teve como resultado já a presença do câncer em fase avançada.
Março é considerado o mês de conscientização contra o câncer colorretal. Parte de um movimento global, a ação tem como objetivo alertar a sociedade sobre a alta prevalência da doença e a importância de evitar os fatores de risco e realizar o acompanhamento preventivo.
Não há como não relacionar os hábitos modernos com o aumento da incidência desse câncer. O sedentarismo e a má alimentação são os principais fatores de risco, juntamente ao tabagismo e o consumo excessivo de álcool. “5% dos casos estão relacionados à síndrome genética, e esses casos são mais abordados por estarem relacionados à pólipos, cânceres”, afirma o Dr. Alexandre Fonoff, gastroenterologista do Hospital Samaritano de São Paulo.
Quando se fala nas formas de prevenção desse câncer cada vez mais comum, existem duas vertentes. A prevenção primária é a prática rotineira de atividades físicas em conjunto com uma alimentação balanceada e saudável. “A base das refeições deve ser de vegetais, cereais, fibras e proteínas magras”, aconselha o especialista. “O consumo de carne vermelha é permitido, mas de forma moderada”.
Já a prevenção secundária foca no que o Dr. Fonoff chama de “vacina”, e é adotada por pessoas que estão expostas aos fatores de risco, ou seja, quem tem histórico familiar e mais de 50 anos de idade, por exemplo. Ela consiste no acompanhamento médico e na realização da videocolonoscopia, que visa encontrar com antecedência um pólipo adenomatoso, tipo de pólipo que pode virar câncer, e até mesmo um carcinoma em estágio inicial.
Caso um adenoma seja encontrado, ele é retirado antes que possa se tornar maligno, ou seja, um câncer de fato. Se encontrado já um câncer, em fase inicial ou não, o tratamento geralmente inclui cirurgia para sua retirada e a utilização da radioterapia para evitar que as células mutadas voltem a crescer na região.