O sonho de abrir seu próprio empreendimento está presente em vários grupos da sociedade, inclusive, no da população mais nova. Para entender melhor como os jovens pensam a respeito, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios fez uma pesquisa e perguntou: “você pretende abrir seu próprio negócio no futuro?”. O estudo foi feito entre 27 de janeiro e 7 de fevereiro, contou com a participação de 41.516 indivíduos e apontou certa preocupação com a questão financeira.
A alternativa com a maioria dos votos, 14.859 (ou 35,8%), foi “sim, mas pretendo fazer mais cursos de especialização antes”. Para a analista de treinamento do Nube, Skarlett Oliveira, ter essa percepção é vital para se preparar para a empreitada. “Isso pode não reduzir as chances de risco, porém, aumenta a segurança na busca de soluções quando as adversidades surgirem”, explica.
Em contrapartida, outros 24% (9.971) contaram preferir seguir carreira em uma empresa. Para esses, a especialista comenta: “não conseguimos definir se trilhar uma caminhada profissional é melhor em relação a inaugurar uma companhia ou vice-versa”, conta. Porém, essa visão é capaz de mudar. “Muitos brasileiros podem nem pensar em abrir suas próprias organizações na adolescência, por exemplo, mas com o incentivo e estudos cada vez mais focados no tema, consequentemente, o interesse aumenta. Assim, há meios de descobrir possibilidades de desenvolver esse lado”, compartilha.
Outros 21,7% (9.017) se mostraram indecisos e disseram “talvez, vai depender da minha condição financeira”. Para Skarlett, as limitações monetárias devem ser respeitadas, entretanto, esse não é o único ponto imprescindível. “Muitas circunstâncias precisam ser ponderadas ao decidir fundar uma instituição. Primeiramente, é importante estudar os cenários existentes, como por exemplo, uma prestação de serviços a priori individual, social e outros. A partir disso, é necessário um planejamento orçamentário, até porque é plausível não ter lucro no início e será crucial separar despesas pessoais dos gastos com o projeto”, orienta.
Em seguida, 16,7%, ou 6.942 participantes, afirmaram “sim, tenho perfil empreendedor”. Nesse sentido, a dica é apostar no autoconhecimento para descobrir se, de fato, os pontos fortes têm esse alinhamento. “Existem algumas perguntas a serem feitas para refletir. São elas: quais são minhas principais qualidades? Possuo boas habilidades sociais e de comunicação? Sou capaz de assumir riscos, lidar com incertezas, ansiedades e sair da minha zona de conforto? São questionamentos de extrema importância para entender se é momento para partir para a ação”, defende.
Ao final, 1,7% (727) estão desanimados e escolheram “não, os números da economia me desestimulam”. “No cenário atual, inovar já é uma demanda e isso exige das empresas investimentos constantemente em novas ações e projetos. Logo, esse não é um motivo para as pessoas desistirem, na verdade, é mais um desafio para se atentar”, afirma. Dessa maneira, para entender melhor e planejar seu futuro, é indispensável definir um escopo. Para concluir, Skarlett diz: “estabelecer metas alcançáveis de curto, médio e longo prazo é essencial para executar qualquer plano e evitar frustrações à toa”.