Três anos após o vazamento de contas secretas de milhares de brasileiros na Suíça, o chamado caso Swissleaks, a Polícia Federal decidiu aprofundar a investigação contra 660 pessoas suspeitas de manterem conta ou investimentos secretos no HSBC no país europeu. Reportagem do jornal O Globo desta terça-feira (1º) informa que a lista inclui, ainda, 13 ex-funcionários da instituição financeira no Brasil suspeitos de terem atuado na abertura das contas secretas. Os crimes apurados são evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O Globo teve acesso a detalhes inéditos do inquérito, cuja primeira fase foi concluída. Segundo o jornal, a PF identificou 9.325 clientes da instituição financeira com nacionalidade brasileira e contabilizou que eles mantiveram US$ 15,2 bilhões no HSBC Private Bank Genebra à época dos fatos investigados, entre 2006 e 2007. “O valor equivale a R$ 53,4 bilhões, pela atual cotação do dólar — para efeitos de comparação, a Petrobras calculou em R$ 6 bilhões o prejuízo que a corrupção provocou aos seus cofres.”
O envolvimento de brasileiros no caso Swissleaks foi revelado por uma série de reportagens do Globo em parceria com o jornalista Fernando Rodrigues em março de 2015 por meio do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês).
No estreitamento da apuração, os alvos prioritários foram escolhidos por dois critérios: os que possuíam maior quantidade de dinheiro nos ativos do HSBC suíço e os que apareciam como vinculados a mais de dez contas.
No início deste ano, a Justiça Federal autorizou o desmembramento do caso para 12 unidades da PF nos estados, permitindo que a investigação avance à sua fase final, revela o jornal carioca. A Polícia Federal vai analisar se os ativos no exterior haviam sido declarados pelos investigados às autoridades brasileiras — Receita Federal e Banco Central. Deter conta no exterior por si só não é crime, mas a situação se torna grave caso os ativos não tenham sido declarados, já que o detentor deveria pagar impostos referentes a esses recurso