Reportagem da Folha de S. Paulo deste domingo (7) traz à tona a informação de que a farmacêutica Pfizer, desenvolvedora da primeira vacina contra Covid-19 com registro no Brasil, confirmou que o governo Jair Bolsonaro rejeitou, em agosto de 2020, a oferta de envio 70 milhões de doses de imunizante ao país. As revelações escancaram a omissão de Jair Bolsonaro e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, diante da pandemia de Covid-19 no Brasil.
De acordo com nota da empresa publicada em 7 de janeiro, a proposta inicial, enviada ao governo federal em 15 de agosto de 2020, previa a entrega de doses já em dezembro do ano passado. Um acordo de confidencialidade firmado entre a Pfizer e o governo brasileiro não permitia que a empresa repercutisse detalhes sobre as negociações.
Do total de doses ofertadas pela farmacêutica, três milhões seriam entregues até fevereiro de 2021, o que corresponde a 20% do número de vacinas que já foram distribuídas pelo Brasil até hoje.
A Pfizer propôs enviar ao Brasil 500 mil doses em dezembro do ano passado, totalizando 70 milhões até junho de 2021.
Quatro dias depois a farmacêutica aumentou a proposta: 1,5 milhão de doses ainda em 2020 e mais 1,5 milhão até fevereiro de 2021. O restante seria entregue ao longo do ano.
Com a demora de uma definição do governo, a empresa deu espaço a outros países, que adquiriram os imunizantes com antecedência. Agora, o governo brasileiro tenta fechar um acordo para a compra da vacina.