A farmacêutica Pfizer se comprometeu a reembolsar o valor pago pelo Brasil por doses da vacina contra covid-19 caso o prazo de entrega não fosse cumprido. O compromisso foi firmado em agosto de 2020, segundo documentos entregues à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado e obtidos pelo Fantástico, da TV Globo.
Um dos documentos consultados pela reportagem é uma correspondência enviada em 27 de agosto pela embaixada do Brasil nos Estados Unidos ao Ministério das Relações Exteriores, então comandado por Ernesto Araújo.
Nela, os diplomatas informaram que a farmacêutica “se comprometeria a devolver ao governo brasileiro todo e qualquer pagamento antecipado, na hipótese em que a empresa não consiga honrar a obrigação de entregar a quantidade acordada da vacina”. Na época, a farmacêutica ofereceu 30 milhões de doses.
Ao depor à CPI, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello falou que um dos motivos para o contrato com Pfizer não ter sido assinado em 2020 era a falta de previsão de multa caso as entregas não fossem feitas no prazo determinado.
O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, disse à CPI que governo brasileiro recebeu 6 propostas para comprar vacinas da Pfizer contra a covid-19 até fechar contrato com a farmacêutica.