Portugal começa a repatriar passageiros de cruzeiro que saiu do Brasil

As autoridades portuguesas iniciaram o processo de teste de coronavírus e repatriação dos 1.338 passageiros a bordo de um cruzeiro que partiu do Brasil e aportou em Lisboa neste domingo, depois que as outras escalas europeias do navio foram canceladas.

O Ministério do Interior disse que os passageiros do MSC Fantasia, a maioria deles oriundos da União Europeia, Reino Unido, Brasil e Austrália, permaneceriam a bordo até que todos sejam testados para o vírus. Depois, aqueles que testaram negativo poderão desembarcar.

Segundo o ministério, as autoridades em Portugal, que impuseram um estado de emergência sobre a pandemia na quarta-feira, com restrições ao movimento de pessoas, estavam coordenando os esforços de repatriação com as embaixadas de vários países.

Existem 27 cidadãos portugueses e alguns outros com autorização de residência no país que serão testados neste domingo à tarde. Até o momento, nenhum caso suspeito foi registrado no navio, que saiu do Rio de Janeiro no dia 9 de março, segundo a autoridade portuária de Lisboa.

“A partir de terça-feira… após verificação pela autoridade de saúde, o restante dos passageiros desembarcará e eles serão escoltados até o aeroporto Humberto Delgado para embarcar em voos humanitários para seus países de origem”, afirmou o ministério.

O destino final do navio, que pode transportar 4.363 passageiros e 1.370 tripulantes, seria Gênova, na Itália, o país mais atingido pelo novo coronavírus na Europa.

“Não tem corona aqui, o corona está lá”, gritou um passageiro em português com sotaque brasileiro do convés do navio atracado.

Portugal registrou 1.600 casos do vírus e 14 mortes, muito abaixo das dezenas de milhares de casos na Itália e na Espanha — os dois países europeus mais atingidos.

Depois de dobrar no sábado para 12, o número de mortos aumentou pouco neste domingo, mas o número de infecções cresceu em um quarto, informou a autoridade de saúde local.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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