Praias podem reabrir na próxima semana de forma gradual e impulsionam turismo

Comércio só voltará a funcionar na última etapa do plano de reabertura das praias. (Foto: Leandro de Santana/Esp. DP)
Comércio só voltará a funcionar na última etapa do plano de reabertura das praias. (Foto: Leandro de Santana/Esp. DP)

Diário de Pernambuco

Assim como as atividades econômicas, as praias de Pernambuco também vão passar por um processo de reabertura gradual. Os detalhes devem ser anunciados nos próximos dias pelo governo do estado e a liberação está sendo estudada para acontecer a partir da próxima semana, a depender da manutenção da curva descendente da Covid-19 nas cidades banhadas pelo mar. Entre as etapas, o comércio será o último a ter as atividades retomadas, incluindo as barracas e quiosques da orla. Porém, a reabertura da praia, mesmo que de forma gradativa, promete impulsionar o turismo pernambucano, que já teve perdas de R$ 2,52 bilhões nos três meses da pandemia, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

O setor local espera atrair, inicialmente, os pernambucanos para começar a incrementar a ocupação hoteleira, que está entre 8% e 12%. O turismo regional também está no foco, porém o nacional e, principalmente, internacional, só devem ser retomados mais à frente, quando os números da pandemia do coronavírus no mundo estejam mais controlados de forma uniforme.

Segundo Rodrigo Novaes, secretário de Turismo de Pernambuco, a reabertura das praias do estado também vai acontecer em fases, assim como as atividades econômicas, com o objetivo de evitar aglomerações e também de evitar que a curva de contágio do coronavírus volte a subir. “Vamos anunciar nos próximos dias como vai ser a abertura das praias, que deve acontecer na próxima semana. Vamos detalhar tudo, mas o comércio será o último e isso também inclui os quiosques, que vão seguir as mesmas regras das barracas. O comércio vai estar na última fase da abertura da praia”, afirma.

Mesmo com o comércio de praia reabrindo por último, a expectativa é que a liberação gradual das praias volte a impulsionar o turismo pernambucano. “Os hotéis abertos somente não têm como movimentar o turismo, precisa ter as praias abertas para ter o atrativo principal. Desta forma, acredito que os pernambucanos vão começar a se mexer. Na cidade já há um movimento grande, então quando as praias forem liberadas pelas autoridades sanitárias, mesmo as pessoas mais cuidadosas vão entender que não tem problema. Vai haver uma procura maior nesses espaços e nos litorais Sul e Norte de Pernambuco”, ressalta o secretário.

A expectativa se dá porque as praias são um dos principais atrativos para o turismo de lazer do estado. “Esse tipo de turismo precisa da liberação desse espaço e, na hora que as praias estejam liberadas, vai atrair os turistas. No primeiro momento a reabertura será para visitação, prática de esportes e posteriormente com comércio. Primeiro devemos atrair os próprios pernambucanos, depois os turistas que ficam no limite dos estados vizinhos para depois receber o turista nacional, principalmente do Sudeste. Posteriormente que estão os estrangeiros”, detalha Rodrigo Novaes.

O turismo de Porto de Galinhas, que demitiu 40% dos funcionários da rede hoteleira, será um dos beneficiados com a reabertura gradual das praias. “Se imaginar o hotel sem a praia, é inviável, por melhor que seja a estrutura dele. Por isso precisávamos esperar a decisão do governo do estado para quando achasse o melhor momento para a reabertura. A hotelaria vai ter que fazer a parte dela sem oferecer o serviço de praia inicialmente para evitar aglomeração”, diz Eduardo Tiburtius, presidente do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau. Ele acredita que é importante que a retomada seja feita com o caminho inverso do movimento de fechamento. “Primeiro fechou o comércio, ficaram só atividades esportivas e banho de mar. Então agora tem que fazer o caminho inverso, reabre sem o comércio, mas possibilitando uma caminhada com as pessoas distantes umas das outras ou um banho de mar. Tem que dar um passo de cada vez para ir reativando”, acrescenta.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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