Ao contrário de outros serviços, como energia elétrica, água e esgoto e serviços postais, que aplicaram elevados reajustes, o setor de telecomunicações tem registrado quedas sucessivas de preços. Nos últimos cinco anos, segundo levantamento da consultoria Teleco para a Telebrasil, o minuto do celular no Brasil caiu 43%, passando de R$ 0,15, em 2013, para R$ 0,09, em 2017. A atualização mais recente, de julho de 2018, mostra uma nova redução, para R$ 0,08.
A maioria dos serviços, no caminho inverso, apresentou aumento de preço, em muitos casos acima de 50%. Isso sem considerar os recentes aumentos de 30% da energia elétrica, que serão aplicados ainda neste ano. Nesse período, a inflação (IPCA) foi de 36,%.
O levantamento mostra queda também no preço em outros serviços de telecomunicações, como a telefonia fixa, que teve redução de 15%. Na banda larga fixa, o valor médio mensal por 1MB caiu 44%, passando de R$ 8,21 para R$ 4,62, segundo dados da Anatel.
Essa queda é fruto de uma intensa competição entre as empresas e elevados investimentos feitos pelo setor de telecomunicações, de cerca de R$ 28 bilhões ao ano, que permitiram a expansão das redes e a possibilidade de acesso a um número cada vez maior de brasileiros.
Mas ainda há uma parcela da população de rendas mais baixas e de área remotas que não tem acesso aos serviços e uma das barreiras é a elevada carga tributária brasileira, uma das maiores do mundo, e representa metade da conta do usuário.
Para chegar a essa população, é necessário que as telecomunicações sejam prioridade nas políticas públicas, permitindo, entre outras ações, a utilização dos fundos setoriais, como o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), na expansão dos serviços e na inserção dos ainda excluídos.
O país precisa, neste momento, retomar sua capacidade produtiva e competitiva e as telecomunicações, por sua essencialidade e transversalidade, pode ser o motor desse desenvolvimento econômico e da geração de renda.