A Prefeitura de Caruaru, por meio da Fundação de Cultura (FCC), realiza uma exposição virtual em homenagem ao centenário do artesão Zé Caboclo. São apresentadas as peças de barro do artista, evidenciando a imagem do artesão que, assim como Vitalino, contribuiu com a difusão da história do Alto do Moura.
Na exposição virtual, obras dos filhos e filhas de Zé Caboclo também serão exibidas, apresentando como a arte do pai influenciou os mesmos. Devido à pandemia da Covid-19, os museus estão fechados e, por isso, o formato para expor é on-line. Confira os links para acessar o material:
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Zé Caboclo
José Antonio da Silva, o Zé Caboclo, nasceu no dia 28 de março de 1921 em Caruaru, Pernambuco. Ele foi casado com Celestina Rodrigues de Oliveira, com a qual teve oito filhos: Paulo, Antonio, José, Horácio, Helena, Socorro, Carmélia e Marliete (as três últimas são renomadas artesãs da nova geração de mestres da arte figurativa popular do Alto do Moura).
Em parceria com o seu cunhado Manuel Eudócio, Zé Caboclo inovou técnicas e formas na produção de suas peças. Diferente dos brinquedos que faziam ainda quando crianças, uma das novidades que trouxeram foi a introdução do uso de arame e criação dos olhinhos em alto relevo, ao invés de fazê-los furadinhos. Os olhinhos dos bonecos passaram a ser pintados com pigmento branco e pontinho preto, uma inovação para a época e que continua sendo utilizada até hoje pelos artesãos de todo o Nordeste.
Além das mudanças impressas no realismo das figuras e cenas mais parecidas, Zé Caboclo destacava em sua produção as figuras de velhos, que era justificada por ele pelo fato de que quando criança gostava de conversar com pessoas idosas. Além disso, de acordo com as tendências do mercado da época, modelava médicos, advogados, dentistas, engraxates, lenhadores, sapateiros, pescadores e outros profissionais. O artesão também ficou famoso pelos seus grandes conjuntos de maracatu (14 peças) e bumba-meu-boi (23 peças), duas manifestações que fazem parte da nossa cultura.