A prefeitura do Rio informou que a Defesa Civil fará inspeções técnicas e será a responsável por indicar as estruturas que deverão ser demolidas na comunidade da Muzema, onde dois prédios desabaram no último dia 12. As informações serão repassadas à Secretaria Municipal de Conservação (Seconserva) que já elabora um cronograma de ações.
A Defesa Civil está com quatro agentes no local. “Os técnicos avaliam a área do desabamento para auxiliar nos preparativos para as demolições programadas, além de orientar e acompanhar moradores que necessitem recolher documentos e pertences que ainda se encontram nas oito unidades interditadas emergencialmente”, informa a prefeitura em nota.
Depois de encontrar o corpo da última pessoa desaparecida, uma mulher, o Corpo de Bombeiros anunciou hoje o fim das buscas na comunidade, localizada na zona oeste do Rio de Janeiro. Ao todo, a tragédia deixou 23 mortos e oito feridos.
A demolição de pelo menos três edifícios já foi confirmada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação. Eles foram construídos sem autorização dos órgãos competentes e em área de preservação ambiental, assim como os dois prédios que caíram. Sem previsão para serem reassentadas em definitivo, as famílias desalojadas receberão inicialmente o aluguel social, benefício financeiro concedido pelo município.
De acordo com a prefeitura, desde 2005, o Poder Público interdita obras na Muzema. No entanto, os tapumes são arrancados e os trabalhos, retomados. No caso dos dois prédios que caíram, a última interdição foi feita em novembro do ano passado. O município sustenta que, por se tratar de uma área dominada por milícia, precisa de apoio da Polícia Militar para atuar na área.
Três homens foram apontados pela Polícia Civil como responsáveis pela tragédia na Muzema: José Bezerra de Lima, o Zé do Rolo; Renato Siqueira Ribeiro; e Rafael Gomes da Costa. Acusados de homicídio por dolo eventual, eles são considerados foragidos da Justiça. Desde sexta-feira (19), há pedidos de prisão temporária dos três.
De acordo com a Polícia Civil, Zé do Rolo teria construído os prédios enquanto os outros dois seriam corretores informais encarregados da venda dos imóveis. Um possível envolvimento dos três com grupos milicianos está sendo investigado.