Presidente da Compesa, Alex Campos, vistoria obra em Caruaru e visita barragem de Jucazinho

Apesar da ocorrência de chuvas em algumas cidades do Agreste, ainda predomina a escassez hídrica na região. Um dos principais mananciais dessa área, a barragem de Jucazinho, em Surubim, continua em situação de pré-colapso devido à estiagem, com apenas 4,6% da sua capacidade de armazenamento. Para enfrentar essa dificuldade, a Compesa está desenvolvendo uma série de iniciativas emergenciais para prevenir e garantir o abastecimento de água para as cidades atendidas pelo sistema.

Dentre as principais ações, que estão em ritmo acelerado, está a transposição das águas do rio São Francisco, por meio da Adutora do Agreste, para o Sistema Adutor de Jucazinho, além dos preparativos para a instalação de duas balsas na barragem, caso o índice chegue a 3% de acumulação. Para acompanhar de perto as ações emergenciais, o presidente da Compesa, Alex Campos e o diretor Regional do Agreste, Daniel Genuíno, acompanhados por gerentes das áreas de produção e distribuição, além de técnicos, vistoriaram a obra de integração da Adutora do Agreste ao Sistema Adutor de Jucazinho, em Caruaru.

A equipe também vistoriou a barragem de Jucazinho para nivelar as ações necessárias para manter o aproveitamento da água do reservatório. Mesmo aguardando o início da quadra chuvosa no Agreste, prevista para ocorrer a partir de março, o presidente da Compesa, Alex Campos, ressalta a importância dessas ações para a manutenção do abastecimento de água para as 15 cidades atendidas por Jucazinho, caso as precipitações pluviométricas não sejam satisfatórias no próximo inverno. “Não podemos deixar de ter alternativas viáveis para a manutenção do atendimento da população dessas cidades pela rede de distribuição”, pontuou.

Em Caruaru, no ponto da conexão entre as adutoras do Agreste e Jucazinho, em execução na Rua Dois Irmãos, bairro Santa Rosa, o presidente Alex Campos explicou que a nova adutora terá três quilômetros de extensão, dos quais 1,2 quilômentro já foi assentado. “Essa integração de sistemas vai permitir que sejam transportados 400 litros de água por segundo do rio São Francisco para a Estação de Tratamento de Água-ETA Salgado, que foi a solução encontrada pelos nossos técnicos para permitir que Jucazinho deixe de atender Caruaru e passe a abastecer, exclusivamente, os demais municípios atendidos por este sistema, diante do seu estado crítico de armazenamento”, afirmou Campos. No conjunto de ações emergenciais, o governo de Pernambuco autorizou a Compesa a investir R$ 4,4 milhões, ações que irão beneficiar 850 mil pessoas.

Frentes de serviços

Outras frentes de trabalho também estão em andamento para viabilizar a operação integrada dos sistemas Adutor do Agreste e Jucazinho. Além desta obra, estão sendo construídas quatro caixas de descargas e três ventosas, dispositivos de operação e segurança da adutora. As ventosas servem para permitir a saída de ar na tubulação, evitando, em caso extremo de alta pressão, vazamentos de grande porte na adutora. As descargas são dispositivos utilizados para a limpeza inicial das tubulações e o esvaziamento da adutora em caso de necessidade de manutenção. A previsão é que todas as intervenções planejadas sejam finalizadas até o final de março.

Ainda de acordo com o presidente da Compesa, as ações foram autorizadas pela governadora Raquel Lyra, que priorizou a antecipação e não dependência da quadra chuvosa. “Pernambuco está sob um decreto de emergência e nessa região de Surubim, onde fica a barragem de Jucazinho, infelizmente não tem chovido. Aguardamos o início da quadra chuvosa no Agreste a partir de meados de março, mas já estamos colocando em prática alternativas operacionais com essa obra emergencial que vai garantir a continuidade do atendimento aos municípios do Agreste que dependem do sistema e o atendimento de Caruaru via adutora do Agreste”, explicou o titular da estatal. Dessa forma, as cidades de Surubim, Casinhas, Salgadinho, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Vertente do Lério, Toritama, Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Bezerros e Gravatá continuarão a receber água do Sistema Jucazinho mesmo que não chova em março.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.