Com a chegada das temperaturas mais quentes, a preocupação com a proteção também se faz presente nos tecidos, que possuem proteção contra raios ultravioletas (UV) e que já estão começando a se difundir nas mais variadas peças, saindo dos limites do campo praiano. Além desse tipo de proteção, também há alguns tecidos que já são tradicionais em ‘verões’ de vários anos. Algodão, seda e linho são tecidos de fibras naturais que deixam a pele respirar, absorvem o suor, e com essa questão, também são antibactericidas. Os tecidos fluidos são destaque dessa estação.
Segundo Andrea Julião, docente do curso de vestuário do Senai, os tecidos naturais também são mais funcionais, possibilitando a criação de diversas peças para compor looks diversos. “Seja para ocasiões mais simples, até para eventos mais formais, esses tecidos de origem natural trazem consigo a possibilidade de adaptação. Fazem com que roupas consideradas mais quentes, como o blazer, fiquem mais refrescantes”, explica Andrea. Além disso, também há a valorização da malharia, como alternativa mais barata e que possibilita a combinação com os tradicionais, principalmente com o algodão.
A tecnologia também trabalha junto com a indústria têxtil e de moda, facilitando combinações e cuidados com a saúde dos consumidores. Um dos tecidos que apresentam uma crescente é o tencel, que é semelhante à viscose, porém mais estruturado. “É indicado para confecção de roupas leves de verão, como vestidos e saias, por exemplo. As peças que possuem essa composição são mais estruturáveis e adaptáveis. E ainda têm um plus: a capacidade de absorção da umidade muito superior ao algodão, evitando algumas condições, como alergias”, detalha a docente, que também cita as super microfibras: “com filamentos extremamente finos, elas garantem alto desempenho, com secagem rápida, proteção UV 50+ e menor consumo de água na produção”.
PANDEMIA – A atenção ao combate da propagação de Covid-19 também foi objeto de estudo de muitas empresas têxtil, como a suíça HeiQ, que lançou o HeiQ Viroblock NPJ03, que é “um tratamento têxtil antiviral e antibacteriano – uma combinação única de tecnologias de prata projetada para reduzir significativamente a infecção viral em superfícies tratadas”.
Esta nova forma de ver o mundo está impactando as tendências da moda brasileira. Segundo Andrea, o que será visto tanto em eventos como nas lojas e distribuidoras serão lados opostos, sendo uma forma de quebrar padrões e normalizar o que se é diferente. “Tons pasteis e amanteigados, além das estampas florais e com a temática do campo, refletem a busca da população mundial pela tranquilidade e calma, diante um cenário de calamidade. Já as cores vibrantes e as estampas geométricas são o espelho do inconformismo frente ao que se era comum e não se é mais aceito, atualmente”, adianta.