Wagner Gil
Esta semana o programa Jornal VANGUARDA, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h, na Rádio Caruaru FM, sabatinou a deputada estadual Priscila Krause (DEM). Ela falou das primeiras medidas do governo de Jair Bolsonaro, avaliou algumas como positivas e destacou o acirramento político entre as últimas gestões e a atual. “A transição entre Fernando Henrique e Lula foi relativamente tranquila. O mesmo correu entre Dilma e Lula, já que eram aliados. Agora, com essa mudança geral que o presidente está tentando fazer, muita coisa precisa ser melhor explicada”, disse.
Priscila Krause iniciou a entrevista fazendo um agradecimento à prefeita Raquel Lyra e aos votos que obteve na cidade, quase dez mil. “Gostaria de agradecer à prefeita Raquel Lyra pela confiança que me deu em representar o povo e os interesses de Caruaru. Tive uma votação expressiva e estou aqui à disposição da cidade”, pontuou.
Ela defendeu a Reforma da Previdência, disse que ela é fundamental para o desenvolvimento do país, mas alertou que o texto tem que ter algumas alterações. “Alguns presidentes passaram e não fizeram a reforma. Ela é fundamental e, hoje, todos concordam. O governo teve a coragem de apresentar uma proposta e isso tem que ser valorizado. Agora, o papel do Congresso é aperfeiçoá-la”, afirmou a democrata.
“Essa polarização política depois de quatro mandatos de continuação atrapalha bastante os interesses do país. Não foi o presidente Jair Bolsonaro que criou essa crise. Ele tem apenas cinco meses no governo. Mas temos um governo que inaugura uma nova forma de relacionamento com o Congresso e a imprensa.”
Priscila disse ainda que essa forma que o presidente está tratando os políticos fez o Congresso retomar seu papel de protagonista em temas importantes. “O Congresso está puxando para si alguns temas polêmicos, entre eles a própria Reforma da Previdência. O modelo que está aí é insustentável. Muita gente pode até discordar de alguns pontos, mas todos estão empenhados em fazer essa mudança”, disse.
Indagada se cada Estado ou município deveria fazer sua própria reforma da Previdência, ela disse que sim e aproveitou para atacar o governador Paulo Câmara. “Sim, cada um tem que assumir sua responsabilidade. Não adianta jogar só para deputados. Temos um exemplo aqui, o governador Paulo Câmara. Ele diz em reunião fechada, em um café da manhã particular, que a reforma é necessária e urgente, mas vai à imprensa, ao público, e critica. Isso é um discurso fácil e populista. Não traz os caminhos que se precisa. Não estou defendo o modelo que está lá, mas alguns estão em consenso, como o BCP e a aposentadoria rural”, argumentou.
Ela também afirmou que Paulo Câmara só foi reeleito porque conseguiu tirar Marília Arraes (PT) do páreo. “Tenho dificuldade de analisar os primeiros cinco meses dele porque não são cinco meses. São quatro anos e cinco meses. Um governador que não disse para que veio”, criticou. Ela comparou ele com Bolsonaro. “O Governo Federal pode estar batendo cabeça porque é seu primeiro mandato, mas o governador não. Passa de 50 meses no comando e ele já mostrou práticas reprováveis do comportamento institucional”, disparou.
Segundo ela, Paulo Câmara tem dificuldade de trabalhar com ajuste fiscal, mas é rápido para aumentar impostos. “Ele é muito rápido em cobrar, em aumentar impostos. Tem aumento na receita em 2018, mas lento em dar retorno à população. O governador aumentou vários impostos, entre eles de herança, água mineral, IPVA etc. Vale lembrar que foi reeleito, mas teve mais de 1 milhão de votos a menos.”
Indagada se disputará a Prefeitura do Recife em 2020, a deputada disse que era muito cedo e que outros nomes do seu partido, entre eles, o do ex-ministro Mendonça Filho, podem disputar. “Ainda é muito cedo para falar em eleição. A oposição precisa conversar, ter uma estratégia definida. Dentro do meu partido tem outra liderança e também potencial candidato a Prefeitura do Recife. Mendonça Filho teve uma votação expressiva nas últimas eleições. No momento certo, vamos combinar. Nos democratas não haverá disputa para quem será candidato, apenas diálogo. Vamos conversar para chegar a um consenso.”
Ela lembrou ainda que a eleição municipal será diferenciada e a mudança nas regras vai fazer partidos estudarem melhor o pleito. “Muitas questões serão colocadas à mesa, entre elas a eleição de vereadores, já que não teremos mais coligações proporcionais. Também temos que analisar se a oposição terá um candidato ou mais”, analisou. “Minha preocupação agora é seguir o mandato, representar bem a Região Metropolitana e o Agreste, com Caruaru e Garanhuns. Venho trabalhando para isso.”
Priscila falou ainda que tem vindo com frequência a Caruaru. “Tenho conversado bastante com a prefeita Raquel e seus assessores. Tenho tentado ajudar junto à órgãos federais, ministérios etc. Também converso muito com a equipe dela, para entender e aprender como representar Caruaru da melhor forma possível”, finalizou.