O Hays Journal – publicação que fornece insights globais sobre o mundo do trabalho – reportou em sua mais recente edição que, de acordo com a análise da Deloitte sobre os dados da Organização Internacional do Trabalho o crescimento da produtividade não superou o pico de 3,9% atingido em 2006, antes de cair acentuadamente após a crise financeira de 2008.
As organizações valorizam a produtividade porque é um dos principais direcionadores de negócios e de crescimento econômico – sendo o outro o aumento no número de pessoas que trabalham. Entretanto, de acordo com a Hays, muitas empresas estão começando a questionar os métodos atuais de mensuração da produtividade.
“A estagnação dos baixos índices de produtividade citados traz a necessidade da revisão dos critérios utilizados globalmente para a análise deste parâmetro. Muitas companhias globais ainda utilizam como base da medição da produtividade principalmente os resultados finais isolados, o que na prática significa que estão apenas buscando melhores resultados por meio da pressão dos colaboradores. Há mais fatores envolvidos na produtividade – tanto organizacionais quanto relativos às pessoas. Assim, as organizações devem focar sua atenção em uma gama mais ampla de fatores para obter um cenário mais balanceado do desempenho de produtividade e ter uma maior chance de melhorá-lo “, afirma André Ferragut, Gerente Sênior de Recrutamento da Hays no Brasil.
Serviço ao cliente: A empresa global de educação Pearson viu seus níveis de produtividade melhorarem desde que os negócios se afastaram de um foco tradicional de produção por hora O estudo do Hays Journal aponta outras soluções para ser abordadas nesse cenário:
Para a qualidade do serviço ao cliente.
“Medir seu desempenho em relação à qualidade do serviço oferecido ao cliente mantém você ágil, revisando seus processos e analisando sua cultura e, portanto, é menos provável que a produtividade caia”, afirma Kevin Lyons, gerente sênior de RH de Londres.
Reorganização de processos: a gigante farmacêutica Pfizer simplificou processos, estruturas e governança para criar uma organização mais produtiva que capacite colegas e conduza à tomada de decisões mais rápidas.
Reuniões e e-mails são processos que tomam muito tempo e prejudicam a produtividade, por isso um time de voluntários se engajou para criar soluções implementáveis, práticas e rápidas a fim de reorganizar este processo. “As mudanças ajudaram a liberar capacidade de crescimento e também o nosso tempo para focar no que realmente importa – agregando valor aos pacientes e pessoas que precisam de nós”, declara Yulia Novoderezhkina, Business Partner de RH da Pfizer na Rússia.
Revisando funções e responsabilidades: uma pesquisa da consultoria Bain & Company revela que as melhores empresas são 25% mais produtivas do que as demais devido à maneira como gerenciam seus melhores talentos, incluindo as funções e responsabilidades atribuídas a eles.
Isso envolve identificar e acompanhar o progresso do talento, reunir equipes com profissionais altamente qualificados e colocá-los para trabalhar em iniciativas mais críticas, e superar obstáculos para que a equipe trabalhe efetivamente em conjunto.
Identificação das necessidades da força de trabalho: Olhar além das funções e responsabilidades organizacionais e atender às necessidades pessoais dos funcionários também pode ajudar a aumentar a produtividade.
Juliet Turnbull é fundadora e CEO da 2to3days, uma startup cujo objetivo é promover a igualdade das mulheres no local de trabalho por meio do poder do trabalho flexível. Ela diz que as empresas que estão dispostas a se adaptar para acomodar funcionários flexíveis – através, por exemplo, de uma mudança no horário de trabalho ou oferecer tecnologia para adotar o trabalho remoto – têm muito mais chances de ter trabalhadores felizes, mais produtivos e leais. Isso, por sua vez, reduz os custos de recrutamento, impactando imediatamente o lado do custo no cálculo da produtividade.
• Impulso tecnológico: Em seu relatório de 2017 “Um futuro que funciona: automação, emprego e produtividade” o McKinsey Global Institute destaca a automação como uma maneira de compensar o impacto da parcela da população em idade ativa que está em declínio. De acordo com a análise de cenário, a automação poderia aumentar os níveis de produtividade de 0,8 a 1,4% ao ano.