Em fevereiro de 2015, a família do empresário e escritor Alexandre Slivnik desembarcava no aeroporto internacional de Orlando, nos Estados Unidos. Inicialmente, a ideia era permanecer no país apenas durante um tempo, para estudar a língua inglesa e por isso, ingressaram em solo americano com o visto F.
Mas depois de quase dois anos em contato diário com a cultura americana, Slivnik não quis mais voltar ao Brasil. ” Devido a minha estabilidade financeira, conseguia proporcionar uma vida de muito conforto para a minha família, mas a qualidade de vida e a segurança foram dois fatores determinantes para iniciar o processo de mudança definitiva”.
Após a decisão, Alexandre procurou um escritório próximo a sua cidade e que fosse especializado, para saber qual visto ele se encaixaria e também para que tivesse auxilio necessário em todas as etapas do processo. ” A princípio seria o visto E, mas depois de conversar com o meu advogado, conclui que o EB1 seria a melhor opção devido as minhas palestras, livros publicados e todo o trabalho que desenvolvo há mais de 20 anos no Brasil voltado a gestão de pessoas”, explica o empresário.
Alexandre recorda que formalizou a solicitação do visto em março de 2017, mas o levantamento dos documentos exigidos começou bem antes, em outubro de 2016, totalizando um arquivo de mais de mil páginas. “Foram solicitados mais informações no mês de julho e, em 15 dias, tive a resposta da aprovação. O processo demorou cerca de seis meses”, destaca.
Agora, Slivnik solicitou o green card que deverá chegar até o começo de janeiro. “Depois que o documento chegar, consigo obter o social security que dá acesso a várias facilidades como financiamentos e crédito principalmente quando o solicitante muda de status e se torna residente”, conclui.
Daniel Toledo, advogado especialista em direito de imigração, negócios, investimento e diretor da Loyalty consultoria, explica que entre as solicitações para os vistos permanentes em solo americano, as modalidades EB-1 e EB-2 são as que se referem a profissionais com longa experiência em suas áreas de conhecimento e que, além da habilitação e experiência comprovadas, possuam também um histórico de contribuições e reconhecimentos no decorrer de sua carreira.
Médicos, advogados ou cientistas que deram grandes contribuições para a sociedade, se encaixam nesta modalidade. “Profissionais do segmento de artes, esportes, negócios também podem solicitar o EB1 é muito mais acessível que o EB-5 e demais vistos, porque o seu custo fica em torno de 25 mil dólares”, destaca o diretor da Loyalty.
Segundo o advogado, o processo é divido em três fases e dura em média dois anos, mas esse tempo pode ser reduzido em menos tempo, mediante uma taxa de urgência no valor de US$ 1.200. ” A primeira fase é a entrega ao USCIS (United States Citizenship and Immigration Services) de um dossiê com as comprovações de mérito, que pode aprovar, exigir mais informações ou até negar o pedido. Já a segunda parte, o National Visa Center solicita mais documentos pessoais, antecedentes criminais e uma avaliação física com um profissional credenciado. A terceira e última fase, por sua vez, compõe-se de uma entrevista no consulado americano”, destaca Toledo.
Vale lembrar que existem três subcategorias para essa petição: EB-1A, para profissionais com habilidades extraordinárias; EB-1B, para professores e pesquisadores; e EB-1C, para executivos. “No entanto, há algumas implicações para as duas últimas, por isso é importante ter uma oferta de emprego, uma vez que necessitam ser preenchidas por um empregador nos EUA”, alerta Daniel.
Já o EB-2 é a petição em que se enquadram profissionais dos mais diferentes setores, mas que tenham mais de 10 anos de experiência comprovada e também devem atestar que seus trabalhos podem colaborar com a economia, cultura ou educação nos EUA.
Para qualquer uma dessas categorias, reunir antecipadamente documentos que certifiquem as qualificações é essencial. Ser membro de associações, participar ativamente do setor em que atua e até mesmo prêmios aumentam a elegibilidade para o visto.
*Daniel Toledo é consultor de investimentos e novos negócios da Loyalty Miami, empresa que também é sócio fundador. A consultoria que atua há 11 anos no segmento de obtenção de vistos e transferências de executivos realiza, em média, cinco atendimentos por dia. Em 2016, foram mais de 150 processos. Para mais informações, acesse: http://www.loyalty.miami/inicio.html; contato@loyalty.miami ou pelo +1 (305) 988.2283