Um projeto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está criando estratégias para o combate ao coronavírus nas comunidades e favelas do Rio de Janeiro. Batizado de “Conexão saúde: de olho na Covid”, a ideia é intensificar a orientação da população, a realização de testes e o rastreamento das pessoas que tiveram contato com pessoas infectadas.
De acordo com a Fiocruz, a preocupação dos especialistas em saúde é que, apesar da taxa de incidência da Covid-19 ser menor em favelas, são as comunidades que registram as maiores taxas de mortalidade. Além disso, a organização aponta que a falta de testes nessas regiões dificulta a elaboração de estratégias mais efetivas.
O médico sanitarista da Fiocruz, Valcler Fernandes, explica como vai funcionar ação: “Vai ter a divulgação da iniciativa pela comunidade. O paciente é encaminhado para testagem, para fazer o PCR. Depois disso o resultado é enviado em 48 horas. Articulamos com agentes de saúde e uma equipe de campo. Nós visitamos um paciente, ele recebe recomendação de isolamento e passa a ser acompanhado por meio da telemedicina”, explica.
Participam da iniciativa as entidades Conselho Comunitário de Manguinhos, Redes da Maré, Dados do Bem, SAS Brasil e União Rio. A ideia é que o acompanhamento do dia-a-dia das comunidades permita a elaboração de estratégias mais eficazes.
Inicialmente, o projeto será desenvolvido na zona norte do Rio, no Complexo da Maré e em Manguinhos. Mas o objetivo é expandir para outras comunidades.
Eliana Sousa Silva é fundadora da ONG Redes da Maré. Ela explica que esses locais precisam de estratégias diferentes, já que a infraestrutura não permite o mesmo modelo de isolamento social, por exemplo.
“As pessoas que moram em favelas e periferias tem dificuldade de cumprir os protocolos. Não adianta ter as clínicas da família se a gente não conseguir fazer com que elas funcionem e deem uma resposta como deveriam. Essa articulação que tem a sociedade civil, entidades privada e pública é uma demonstração de como, nesse momento difícil, precisamos estar buscando alternativas”, explica Eliana.
Além de coletar amostras e realizar os testes, a Fiocruz vai atuar coordenando e fazendo a capacitação dos profissionais que vão operar nas comunidades.
Fonte: Brasil 61