Os pernambucanos tiveram que desembolsar um pouco a mais para pagar as contas de luz em 2019. No segundo semestre, por exemplo, os consumidores lidaram com tarifas de bandeira vermelha nas faturas – R$ 4 a cada 100 quilowatts/hora. Com a proposta de sanar esse gargalo, a Câmara dos Deputados analisa o PL 1.917/2015, conhecido como projeto da portabilidade da conta de energia, que promete tarifas mais baratas.
O que o PL quer fazer é semelhante ao que já é feito na telefonia. Isso quer dizer que o consumidor, independentemente da quantidade de quilowatts, poderia escolher de onde quer adquirir a energia utilizada no dia a dia. A proposta também prevê a abertura do mercado de energia no país, aumentando a competitividade entre os fornecedores e reduzindo as tarifas para os brasileiros.
Para o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), é importante para o consumidor ter o direito de escolha. “Assim como as pessoas escolhem a operadora de telefonia celular, buscando o melhor plano e a melhor qualidade, a gente tem que oferecer também essa alternativa na conta de luz.”
O parlamentar ressalta também que o PL pode evidenciar as práticas sustentáveis. “É interessante até para que o consumidor opte por uma energia mais limpa e, claro, mais barata”, defende.
Pernambuco já vem implantando a ideia de instalar painéis fotovoltaicos em todo o estado. Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico pernambucana, a energia solar, captada por meio dos painéis, é uma alternativa para escapar das altas tarifas energéticas. As pessoas jurídicas, segundo a secretaria, já contam com essa opção desde 2015. A ideia agora é ampliar o processo para pessoas físicas. Com a adesão dos painéis, a promessa é que o consumidor pague apenas a taxa mínima de luz, que ficaria em torno de R$ 24 para as residências e R$ 80 para estabelecimentos comerciais.
Energia sustentável
De acordo com o parecer do PL 1.917/2015, a previsão é de que o Poder Executivo apresente um plano para a valorização dos benefícios ambientais relacionados às fontes de energia com baixa emissão de carbono. Para o diretor-sócio da empresa Prime Energy, Leonardo Granada, as benfeitorias para o meio ambiente e a abertura de mercado são vantagens do projeto.
“Você poderia negociar livremente com qualquer fornecedor de energia. Teria um benefício econômico, além de sustentável, porque você pode optar por comprar uma energia solar, eólica, ambientalmente limpa”, avalia Granada.
Tramitação
O PL 1.917/2015 dispõe sobre a portabilidade da conta de luz, as concessões de geração e a comercialização de energia elétrica, além de alterar algumas leis. Na Casa, o PL, de autoria de vários parlamentares, quer, também, abrir o mercado de energia e aumentar a competitividade entre fornecedores, de forma gradativa. Isso quer dizer que o consumidor, independentemente da quantidade de quilowatts, poderia escolher de onde quer adquirir a energia utilizada no dia a dia – semelhante ao que acontece com a telefonia.
A matéria vem sendo discutida em comissão especial, destinada especificamente para o tema. O relatório com parecer pela admissibilidade do projeto foi lido em dezembro 2019 e seguirá em discussão com caráter conclusivo – ou seja, não precisa passar pelo Plenário da Casa, apenas pelas comissões designadas para análise. Caso seja aprovado, a proposta vai direto para votação no Senado.
No Senado, tramita um projeto de lei semelhante. O PLS 232/2016, de autoria do senador Cássio Cunha Lima, dispõe sobre o modelo comercial do setor elétrico e as concessões de geração de energia elétrica. O projeto se encontra na Comissão de Serviços de Infraestrutura.
Fonte: Agência da Rádio Mais