Após prorrogação do prazo, as escolas públicas de Pernambuco têm até 19 de março para realizarem a escolha de materiais didáticos de transição para o novo Ensino Médio, previstos para serem utilizados em sala de aula no segundo semestre de 2021. As mudanças, uma das mais relevantes na educação em décadas, seguem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). E pela programação começam a entrar em vigor em 2022.
O Novo Ensino Médio terá ampliação da carga horária mínima, flexibilização curricular, foco no estudante e no seu desenvolvimento integral e a incorporação de práticas escolares mais dinâmicas e interativas, que considerem as especificidades e demandas de jovens que já nasceram no século XXI. Ao invés de 13 disciplinas distintas, serão quatro Áreas do Conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Os materiais de transição – Projetos Integradores por Área de Conhecimento e Projetos de Vida – são complementares ao trabalho feito atualmente e introduzem uma nova maneira de atuação em sala de aula, sem a necessidade de abrir mão imediatamente dos livros didáticos disciplinares existentes. Todo o conteúdo para que os professores possam saber mais sobre as obras está disponível no https://pnld.nees.ufal.br//. As escolas podem escolher obras de diferentes editoras.
Os livros de Projetos Integradores representam a oportunidade para os professores irem se adaptando aos novos materiais didáticos integrados, passando a trabalhar de maneira interdisciplinar com outros professores.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Editores e Produtores de Conteúdo e Tecnologia Educacional (Abrelivros), Ângelo Xavier, o país precisa oferecer no Ensino Médio uma trajetória escolar que faça mais sentido, gere maior engajamento, dialogue com o projeto de vida dos estudantes.
“Mais da metade dos brasileiros com 25 anos ou mais não concluiu o Ensino Médio. E cerca de 30% dos jovens de 15 a 17 anos não estão cursando esta fase final da Educação Básica. A desmotivação e o desinteresse dos jovens estão diretamente ligados a um descompasso entre a formação oferecida, os desejos pessoais e as exigências do mundo contemporâneo”, destaca.
O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) realiza anualmente, através de editais, a avaliação, aquisição e distribuição de materiais didáticos para todas as escolas públicas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, na modalidade regular e de Educação de Jovens e Adultos (EJA). E em seu Edital 2021 ofereceu a educadores e gestores de escolas públicas, através do Objeto 1, a escolha das obras didáticas de transição. Em 2020 o PNLD distribuiu mais de 170 milhões de exemplares a escolas públicas, beneficiando mais de 30 milhões de alunos.
“A educação é um inegável caminho de transformação social e de formação do indivíduo. E o livro didático tem um papel imprescindível neste processo. Sem livro, não há aula de qualidade. E sem aula de qualidade não há ensino-aprendizagem”, completa Xavier.