Do G1/PE
Diversas categorias de trabalhadores planejam para esta sexta-feira (25) uma paralisação geral, em consonância com o Dia Nacional de Paralisação. Anunciaram que vão cruzar os braços bancários, metroviários, Polícia Civil, professores em todas as instâncias, petroleiros, operários da construção civil, Previdência Social, Correios e Detran. Os detalhes foram divulgados nesta quinta (24), na sede da Força Sindical, no Recife.
O Sindicato dos Rodoviários informou que não vai aderir ao movimento, que é realizado em todo o país em protesto contra a PEC 55, que tramita no Senado e, se aprovada, limitará os gastos do governo por ao menos dez anos, podendo estender-se por outros dez. No Recife, ao menos cinco centrais sindicais devem realizar atos durante o dia, com promessa de bloqueios de rodovias e piquetes em frente a fábricas do estado. Entre as centrais, estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central Sindical Popular, União Geral dos Trabalhadores, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e a Central Intersindical.
As paralisações nos diversos setores começam a partir da meia-noite da sexta-feira. Carlos Veras, presidente da CUT em Pernambuco afirmou que a paralisação é uma forma de pressão no Legislativo. “A PEC 55 significa o fim de diversos direitos conquistados ao longo de muito tempo. Ela acaba, por exemplo, com a possibilidade de um trabalhador de acessar a universidade, já que provoca o sucateamento principalmente da Educação e Saúde. Por trás de tudo isso, está a tentativa de privatização”, disse.
Segundo Áureo Cisneiros, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco e representante da Central Intersindical, nas delegacias, durante a paralisação, serão realizados apenas procedimentos de flagrantes de delitos. “O efetivo que continuará trabalhando só dará continuidade ao trabalho de flagrantes. Nossa pauta também diz respeito ao sucateamento da segurança pública e, principalmente, da segurança das mulheres, já que a data também representa a luta contra a violência às mulheres”, afirmou.
Às 15h, um ato com concentração na Praça do Derby será realizado e os trabalhadores sairão em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista, no centro da capital. Cidades como Petrolina e Serra Talhada também deve ter protestos ao longo do dia. Para o próximo dia 29, quando deve ser votada a PEC 55, haverá uma marcha de categorias de todos os estados a Brasília, tentando pressionar o Senado a rejeitar a proposta.
Greves nas universidades
O movimento contra a PEC do teto dos gastos envolve também professores das universidades públicas de Pernambuco. Os docentes da UPE cruzaram os braços em protesto contra a medida no dia 28 de outubro. Eles seguem negociando com o governo estadual pautas próprias também, como as modificações em relação a remuneração da dedicação exclusiva. Diversos prédios da universidade estão ocupados desde outubro.
Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decretaram greve por tempo indeterminado em assembleia realizada no campus Recife da universidade, no dia 10 de novembro. Antes de a greve ser decretada, estudantes da instituição de ensino ocuparam alguns dos prédios do campus para demonstrar contrariedade à PEC 241. Os centros de Artes e Comunicação (CAC), o de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), de Educação (CE), de Biociência (CB) e o Núcleo Integrado de Atividades de Ensino (Niate) são alguns dos prédios ocupados na instituição de ensino.
Os professores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) decretaram greve por tempo indeterminado em assembleia realizada no dia 8 de novembro. Alunos ocupam prédios da instituição em protesto contra a PEC desde outubro, o que obrigou a instituição a suspender as aulas de diversos cursos.