O PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) vão recorrer na Justiça para garantir a permanência do acampamento montado em defesa do ex-presidente Lula, em Curitiba. Na última sexta-feira (13) o juiz Jailton Juan Carlos Tontini determinou a saída imediata dos manifestantes – favoráveis e contrários ao petista – sob pena de pagarem multa diária de R$ 500 mil. Os protestos são feitos nas imediações da Superintendência da Polícia Federal, no bairro de Santa Cândida, na capital paranaense, onde o ex-presidente se encontra preso dede sábado passado (7).
O recurso será apresentado pelo ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão como representante do Comitê Popular em Defesa de Lula e da Democracia, que reúne diversas entidades e militantes em defesa do petista. Segundo Aragão, a decisão do juiz paranaense é “inconstitucional e arbitrária”.
Em nota divulgada pelo comitê, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirma que a atitude do magistrado é “antidemocrática” e política. “É a Justiça aproveitando a baderna em que o golpe jogou o Brasil para fazer política, tentar interferir no processo eleitoral criminalizando os movimentos populares e sindicais e partidos progressistas”, diz o sindicalista.
Em seu despacho Tontini, cita a CUT e o PT, que fazem vigília pró-Lula, e os movimentos Curitiba contra Corrupção, Brasil Livre (MBL) e UFPR Livre, que apoiam a prisão do ex-presidente. O juiz alega que fixou o valor de R$ 500 mil “diante do elevado número de pessoas existentes na área e com o intuito de dissuadir os réus”.
Ele argumenta que os movimentos descumpriram a decisão do juiz Ernani Mendes Silva Filho, que determinou, no último domingo (8), que os manifestantes deixassem de transitar em determinados locais, impedir o livre trânsito área e montar estruturas e acampamentos nas ruas e praças da cidade.