Encerrando as votações na Câmara dos Deputados, antes do início do recesso constitucional, deputados se debruçam sobre duas iniciativas importantes para garantia da educação de qualidade no Brasil. Espera-se que o retorno da votação do Fundeb, com a garantia de destinação exclusiva de recursos para a rede pública, bem com o PL 3477/2020, de autoria do deputado verde Israel Batista, devem ser aprovados pelos parem em sessão nesta quinta-feira (17). A semana é decisiva no Congresso Nacional e os PLs estão na ordem de votação do dia.
O projeto da conectividade, que altera as leis as Leis nº 9.998 de 2000 e 9.472 de 1997, prevê a garantia de acesso à rede, com fins educacionais, aos alunos e professores da educação básica pública, ficando sob responsabilidade da União assegurar, pelo prazo estipulado, os recursos necessários a Estados, Distrito Federal e Municípios.
A pandemia apresentou uma mudança nos paradigmas e uma aceleração das transformações que já estavam sinalizadas para o mundo; o sistema de ensino irá conviver com uma alternância de atividades presenciais e remotas, demandando um esforço para equipar os alunos, especialmente no ensino fundamental, com instrumentos de estudo e de participação de atividades ao vivo desde seu ambiente domiciliar.
Estudo do Ipea, em parceria com a UnB, revela que 5,8 milhões de estudantes da rede pública no País não tiveram acesso às aulas por falta de conexão ou equipamento adequado. No DF, as aulas à distância não alcançaram 120 mil alunos e 23% dos professores, segundo dados do Sindicato dos Professores – Sinpro.
Para o coautor da proposta, deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF), “a pandemia agravou a desigualdade educacional entre alunos da rede pública e privada, e a responsabilidade é da inércia do MEC durante todo esse período. Mais uma vez o parlamento toma a iniciativa pela educação”.
A medida estabelece cota de dados ou isenção de cobrança pelo uso de rede móvel para fins educacionais, em terminais identificados em cadastro nacional de professores e de pais ou responsáveis pelos alunos para liberação do acesso gratuito.
“A verdadeira barreira digital encontra-se no acesso à internet. O custo dos planos de dados no sistema pré-pago é elevado e o volume de dados oferecido é insuficiente para a execução de tarefas estudantis e para o acompanhamento de aulas ou reuniões em tempo real, as “lives”. Sistemas de acesso à internet via wi-fi com tecnologia social existem, mas não há garantia de que deem acesso às localidades em que os domicílios dos alunos se situam”, defendem os autores da iniciativa.
Veto
Mais cedo, o presidente Bolsonaro vetou um artigo do novo marco regulatório do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) que determinava que parte dos recursos deveria servir para universalizar a banda larga nas escolas públicas até 2024.
O fundo seria uma das formas de garantir os aportes financeiros necessários para os investimentos à conectividade. O veto deve ser analisado em breve pelos deputados, no retorno das atividades de 2021.