‘Quadrilha’ homenageada na Câmara dos Deputados

Apesar das críticas e dos trocadilhos feitos sobre o termo “quadrilha”, inclusive entre os parlamentares, o deputado Izalci (PSDB-DF) pediu a realização de uma sessão solene nesta tarde (sexta, 24) para homenagear grupos profissionais de quadrilheiros que disseminam a cultura da dança típica. O peessedebista avaliou que mesmo com a possível associação ao sentido pejorativo da palavra – também utilizada para fazer referência a pessoas que cometeram ilicitudes –, a data é importante e merece atenção. Para muitos, a dança não se restringe ao mês de junho.

Grupos profissionais de quadrilheiros levam a sério a dança, se apresentam em festas e participam de concursos até o mês de setembro. Em Brasília, por exemplo, a quadrilha da escola de Samambaia tem 78 membros e coleciona títulos no circuito brasileiro e local.

E ela não é a única. Diversos outros grupos do Distrito Federal e entorno vivem da dança e estão organizados em uma entidade: a Liga Independente de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e Entorno (LinqDFe). “Olhamos aqui, jovens, menores que deixam seus lares na madrugada para dançar. Que lutam para representar um pouco do folclore já esquecido”, enfatizou Márcio Nunes, presidente da Linq, na sessão solene desta tarde. Ao fim do encontro, o grupo Foli Moleque, sob coordenação do músico Thal Matos, apresentou a música Asa Branca e o Hino Nacional do Quadrilheiro.

 

Quadrilheiros profissionais foram homenageados em sessão solene nesta sexta-feira (24)

A quadrilha junina é uma expressão da cultura popular brasileira e tem origem na dança francesa quadrille, que surgiu em Paris (século XVIII) como uma dança de salão composta por quatro casais. Era dançada pela elite europeia e veio para o Brasil durante o período da Regência (1830), onde cativou o ambiente aristocrático. Da corte carioca, a quadrilha acabou caindo no gosto do povo. Ao longo do século XIX, a dança se popularizou e se fundiu com manifestações brasileiras preexistentes. A partir daí, diversas evoluções foram sendo incorporadas à quadrilha, entre elas o aumento do número de pares dançantes e o abandono de passos e ritmos franceses. As músicas e o casamento caipira que antecede a dança, também foram novidades incorporadas ao longo dos anos.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.