Em época de novo coronavírus, os animais de estimação também estão em quarentena, o que alterou o dia a dia deles. O hábito de ficar em casa pode gerar ansiedade e até mesmo depressão nos bichinhos. Para completar, a redução no número de passeios pode mexer no manejo nutricional ao qual os animais estão acostumados.
É preciso observar se o comportamento do pet está diferente e ele está fazendo algo que não costumava fazer. “Cães estressados, por exemplo, exacerbam o hábito de lambedura nas patas e o ato de dar voltinhas ao seu redor, como se estivessem pedindo para passear. Alguns vocalizam, rosnam e choramingam, como num pedido de socorro, outros se isolam por baixo dos móveis, ficam mais arredios, tornam-se hiperativos ou até mordem”, explica o médico-veterinário Roberto Lange, da Comissão de Estabelecimentos Veterinários do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNEV/CFMV).
O zootecnista Alexandre Rossi, mestre em Psicologia e integrante da Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, alerta que animais estressados podem, ainda, ficar mais tempo dormindo ou reclusos. “Isso costuma acontecer bastante com cães medrosos e gatos, principalmente quando há outros animais ou pessoas na casa. Conhecer o comportamento normal da espécie e do indivíduo ajuda muito”, informa o zootecnista.
Se perceber que seu animal está com algum desses sintomas, está na hora de dar atenção e fazer brincadeiras, como arremesso de bolinhas, o próprio banho em casa e outras formas de interação. Deixá-lo seguro quando não deseja interações também é importante, por exemplo, quando está em sua casinha ou debaixo da cama. Caso nada disso resolva, talvez seja necessária uma medicação para controlar a ansiedade, mas isso só deve ocorrer em último caso e se for receitada pelo médico-veterinário.
Para cães que só fazem as necessidades na rua, o passeio ajuda a controlar a ansiedade. Neste momento, no entanto, é preciso evitar aglomerações e não permitir que outras pessoas façam carinho no animal.
Ronald Glanzmann, médico-veterinário especializado em nutrição clínica, reforça que, além das medidas de biossegurança nos passeios e dos exercícios diários, alimentação balanceada, suplementação e uso de probióticos têm resposta bastante positiva no estímulo à imunidade. “Esses cuidados são importantes para evitar alteração de peso, gordura corporal e os impactos na saúde dos pets”, explica.
Evitar produtos que usem corantes, conservantes artificiais e palatabilizantes, além de fornecer água de boa qualidade são outras recomendações de Glanzmann. Probióticos com bactérias que atuam nos intestinos grosso e delgado são, segundo ele, importantíssimos para modular a microbiota, o que reflete endogenamente em melhora da resposta imune, assim como a suplementação com aminoácidos.
“Anticorpos são proteínas e precisam de ingestão otimizada de bons aminoácidos para ter sua produção modulada. Suplementos orais com microminerais na forma quelato (ferro, cobalto, cobre, zinco e molibdênio), complexo B, clorofila, beta-glucanos, nucleotídeos e vitamina D nano são bastante importantes para diretamente modular e otimizar a resposta imune de forma nutricional, e é muito adequado o uso consorciado com vacinas”, orienta Glanzmann.
Recomendações dos profissionais:
– Os passeios ao ar livre devem ser curtos e focados, só para atender às necessidades fisiológicas;
– Apenas uma pessoa deve passear com o cão, a cada saída;
– Procure lugares menos movimentados e prefira os horários mais tranquilos;
– Evite contato com outros animais e pessoas;
– Na volta para casa, higienize as patas e pelos do pet com água e sabão neutro, de preferência os que sejam adequados a uso veterinário, ou álcool gel;
– No banho em casa, observar odores na pele, ouvido e boca. Unha grandes demais também podem causar problemas articulares e posturais.
– Para reforçar a imunidade, exercícios diários, alimentação balanceada, suplementação e uso de probióticos. Essas medidas também evitam alteração de peso, gordura corporal e outros impactos na saúde dos pets.