Congresso em Foco
Quatro fatores vão determinar o impeachment ou não da presidente Dilma Rousseff: o comportamento do PMDB ao longo do processo, a mobilização das ruas, a reação dos mercados e a eventual revelação de algo que ponha em dúvida a conduta ético-moral da petista.
Essa é a avaliação do analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). “Dos quatro fatores, o governo não controla diretamente nenhum”, observa o jornalista em sua coluna publicada nesta terça-feira pelo Congresso em Foco.
O destino da presidente começa a ser traçado nesta terça-feira (8), com a instalação da comissão que vai analisar o pedido de impeachment. Até ontem, mais de 60 nomes haviam sido indicados. O colegiado será composto por 65 titulares e igual número de suplentes. O PMDB, até o momento, indicou deputados que têm se manifestado contra o impedimento da presidente. Mas a ala oposicionista do partido resiste e promete lutar por assentos na comissão.
Para Antônio Augusto, o primeiro fator decisivo para Dilma será o comportamento dos aliados do vice-presidente Michel Temer.
“Eventual movimentação, ainda que nos bastidores, de pessoas vinculadas ao partido na defesa do impeachment poderá atrair o apoio de atores políticos, econômicos e sociais, que se movem menos por lealdade e mais por perspectiva de poder”, escreveu o analista político ainda antes da divulgação da carta de Temer à presidente Dilma. No texto, o peemedebista reclama de ter perdido o protagonismo político, de ter virado um “vice decorativo” e de nunca ter tido a confiança da petista.