Com um ano e registro e participando da primeira eleição, a Rede Sustentabilidade mede o seu desempenho no pleito municipal deste domingo (2) menos pelo número de candidatos a prefeito, vice e vereadores e mais pelo aprendizado dos militantes. O partido criado pela ex-senadora Mariana Silva utilizou a campanha municipal para formar quadros e criar uma estrutura partidária que possa sustentar a candidatura do seu principal nome na disputa presidencial de 2018.
A singela expectativa da Rede é reeleger seus dois prefeitos – Clécio Luiz, em Macapá, e Audifax Barcelos, em Serra, no Espírito Santo. Os dois têm chance. A direção da Rede também tem esperanças em conquistar a vice-prefeitura de Belo Horizonte, com a candidatura de Paulo Lamac, vice de Alexandre Kalil (PHS), e também tentar eleger o candidato a vice em Curitiba, o vereador Jorge Bernardi, na chapa encabeçada por Requião Filho (PMDB).
Clécio foi vereador pelo PT, depois mudou-se para o PSol e, em 2015, transferiu-se para a Rede. Agora, tenta a reeleição. O deputado estadual Lamac desistiu de concorrer sozinho e optou por uma aliança com um nome de maior peso e com mais chances. Audifax, apesar de ter ficado fora da campanha enquanto se recuperava de uma pneumonia, também tem chance de se eleger.
A Rede lançou 3.500 candidatos a vereador em quase todos os estados. Deste grupo, pouco mais de mil são mulheres. E outros 180 concorrentes a prefeito. “A renovação na política que a Rede propõe virá com o tempo. Por enquanto, estamos aprendendo e formando quadros”, disse um dos coordenadores da legenda, Bazileu Margarido.
“Nosso desempenho está dentro das nossas expectativas”, completou.
Na reta final da campanha, Marina Silva vai concentrar seu trabalho em Rio Branco, onde vota domingo, para tentar eleger Carlos Gomes prefeito e Gabriel Santos vice, uma chapa pura. As últimas pesquisas mostram as poucas chances da chapa da Rede na terra de Marina. Além de Macapá e Rio Branco, a Rede lançou candidatos a prefeito em mais outras cinco capitais – Belém (Úrsula Vidal), Manaus (Luiz Castro), Natal (Freitas Junior), Cuiabá (Renato Santana), São Paulo (Ricardo Young) e Rio de Janeiro (Alessandro Molon).
O desempenho do deputado Molon no Rio de Janeiro ficou muito aquém do esperado pela Rede. Mesmo sendo um dos parlamentares mais atuantes em Brasília, e tendo participado de ações políticas de peso, como o trabalho pela cassação do agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), Molon não decolou. Nas pesquisas de quase todos os institutos ele não passa de dois por cento e é o último colocado, atrás de nomes como o do vereador Flávio Bolsonaro. A campanha municipal da Rede está de olho na candidatura de Marina Silva em 2018