Do Portal Folha/PE
Já foi liberado pela Polícia o quarto de motel onde Paulo Cesar Morato – investigado na Operação Turbulência, da Polícia Federal (PF) – foi encontrado morto. Depois de muita polêmica envolvendo a investigação, a Secretaria de Defesa Social (SDS) convocou uma coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira (27), que expôs contradições entre os envolvidos na investigação. Participaram o secretário-executivo da pasta, Alexandre Lucena, a delegada Gleide Ângelo, que assumiu o caso, e o perito papiloscopista Lauro Macena, que esteve no motel Tititi na noite em que o corpo foi encontrado.
Quanto ao pedido de perícia feito pela delegada Gleide Ângelo e não executado, a SDS reconheceu que “houve uma falha de comunicação”. Um dia depois do corpo ser encontrado, três peritos foram ao motel, mas não tiveram nem acesso ao quarto, pois receberam ordens para suspender o procedimento. Segundo o secretário-executivo, todos os exames necessários, inclusive o papiloscópico, já haviam sido feitos, ainda na noite da quarta-feira (22), quando o corpo foi encontrado.
Na coletiva, a delegada explicou que redigiu o pedido de continuidade da perícia apenas por volta das 3h da quinta-feira (23), após ter atendido a outras ocorrências, pois ela não sabia que os exames já tinham sido feitos. Ela reforçou que a emissão do pedido foi um erro de comunicação.
O perito Lauro Macena confirma que realizou a papiloscopia no local naquela noite, mas que, achando necessário dar continuidade aos trabalhos, teria solicitado apenas verbalmente a Gleide Ângelo que houvesse nova perícia no dia seguinte. No entanto, documento obtido pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco e pela Associação dos Peritos Papiloscopistas de Pernambuco (ASPPAPE) traz ofício formal emitido pelo perito solicitando a nova perícia.
O presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, afirmou que as explicações dadas na coletiva não foram satisfatórias. Segundo ele, o procedimento adotado no caso fugiu aos padrões normais.