“Rossini para mim é um herói; lembro sempre aos meus filhos o exemplo que ele deixou, de compromisso e dedicação com o trabalho e com a Justiça. Como promotor, foi uma grande inspiração para mim, uma pessoa que eu admirava nas funções ministeriais e pela forma de atender as pessoas, que lhe rendeu muito respeito em todas as cidades onde passou; e como pai e marido, sempre foi excelente, presente e amoroso. Tenho muito orgulho de ter tido ele ao meu lado”.
Com essas palavras a promotora de Justiça aposentada Sara Souza Silva definiu o promotor de Justiça Rossini Alves Couto, morto a tiros há 16 anos, no dia 10 de maio de 2005 na cidade de Cupira. É sua trajetória que resgatamos hoje, na Série Histórica MPPE.
Rossini trabalhou por pouco mais de sete anos, entre 1992 e 1999, na Promotoria de Justiça de Lagoa dos Gatos, sua primeira lotação na carreira de membro do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Sara Souza Silva relata que a forma simples e objetiva com que recebia os cidadãos e buscava soluções para as suas demandas rendeu para ele, com o passar do tempo, o apreço da população local.
“Nós sempre morávamos na Comarca e tínhamos essa preocupação de participar da vida da comunidade. A população tinha uma confiança tão grande nele que vinha bater na nossa casa, às vezes de noite, para apontar situações de violência ou violação de direitos. E ele atendia, com a isenção e a impessoalidade que se deve esperar de um promotor de Justiça. Era uma referência na cidade”, complementou Sara Souza Silva.
No mês de maio de 1999, Rossini Alves Couto foi promovido à 2ª entrância da carreira, com titularidade na Promotoria de Justiça de Bonito, tendo permanecido na Comarca por menos de um ano. Em março de 2000, ele foi removido para a Promotoria de Justiça de Panelas. Ao longo da carreira, também atuou nas Comarcas de Cupira, Belém de Maria, Gameleira, Catende, Agrestina e Ibirajuba devido a acumulações e substituições de outros promotores de Justiça em férias.
Por sua atuação abnegada no combate à criminalidade, Rossini foi reconhecido, mas também virou alvo. Em 10 de maio de 2005, foi assassinado brutalmente quando fazia refeição no restaurante Tropical, ao lado do Fórum de Cupira.
Apesar de ainda ter sido socorrido ao hospital municipal, Rossini Alves Couto veio a óbito na mesma tarde. Deixou a viúva, Sara Souza Silva, e quatro filhos. No mesmo dia, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) iniciou a articulação com a Polícia Civil para buscar identificar os responsáveis pelo crime e trazê-los à Justiça.
Foi pouco menos de três anos depois, em 3 de abril de 2008, que José Ivan e Sivonaldo foram a julgamento, no Fórum Thomaz de Aquino, no Recife. Ao fim de quase dois dias de júri, foram condenados, respectivamente, a 24 e 20 anos em regime fechado pelo homicídio qualificado cometido.
Em homenagem à memória de Rossini Alves Couto, o Ministério Público de Pernambuco batizou com seu nome o Centro Cultural localizado no cruzamento da Avenida Visconde de Suassuna e da rua do Hospício, no bairro de Santo Amaro, no Recife.