O Brasil vive um momento de reencontro. A passagem do ex-presidente Lula e as emocionantes manifestações populares de gratidão, aliadas ao renascimento das organizações populares, testemunhadas nas ruas há 12 dias – desde o início, em Salvador, da caravana Lula pelo Brasil – revelam que o País retoma a esperança e enxerga uma luz que pode levar ao fim do desalento.
A nova caravana de Lula não é igual à de 1993, porque o Brasil não é o mesmo desde seus dois governos. O País mudou porque cresceu e distribuiu renda nos governos Lula e Dilma, tirando 30 milhões de brasileiros da linha da pobreza.
Há quase 25 anos o pré-candidato a presidente do Brasil, fundador e maior líder popular do País, Luiz Inácio Lula da Silva deu início à primeira Caravana da Cidadania, uma peregrinação por sete Estados para conhecer de perto a realidade dos brasileiros das regiões mais carentes do País, vidas desconhecidas ou ignoradas por parte da elite brasileira. Por 20 dias, entre 23 de abril e 12 de maio de 1993, o líder operário e filho de imigrante de Caetés, em Pernambuco, percorreu 4.500 km de realidade nacional, ouvindo e conversando com pessoas que representavam o que o poeta João Cabral de Melo Neto traduziu na sua obra como uma “vida Severina”.
Idealizadas em 1989, quando disputou – pela primeira vez – a Presidência do Brasil, foi a primeira de uma série de Caravanas da Cidadania que contribuiriam com a realidade na construção do projeto de governo democrático e popular que viria a ser vitorioso em 2002. Começava, à época, o projeto de inserção das camadas sociais historicamente excluídas do orçamento e no Estado de bem-estar social.
A passagem do ex-presidente Lula por Pernambuco revelou que o povo brasileiro não esquece aqueles que lhe estendem a mão. Foi assim com Getúlio Vargas, foi assim com Juscelino Kubischek, mas nunca igual a como tem sido com Lula. O pernambucano, em particular, demonstrou que o acolhimento é a melhor expressão de gratidão. Há muito ainda o que ser feito, Lula tem deixado claro, repetindo em Ipojuca e no Recife que tem consciência da esperança que ele representa e tem o compromisso indestrutível de vida com os brasileiros e com o Brasil.
Os ônibus estão de volta às estradas. Lula e sua caravana levam a mensagem de que o País pode se reencontrar com seu povo e um futuro de justiça. Um País das dimensões do Brasil não pode aceitar conviver eternamente com um fosso de desigualdades e segregações. O desenvolvimento passa pela economia e por políticas de inclusão de todas as camadas sociais. O Brasil e Pernambuco querem retomar este caminho. Será a política a via que permitirá esta caminhada. A emancipação do Brasil passa pela emancipação econômica dos brasileiros.