Por Betânia Santana
Não faltaram agradecimentos, histórias, alegria e emoção. Embalado pelo índice de 75% das intenções de voto, segundo o Instituto Datafolha, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), despediu-se ontem das entregas e inaugurações.
Para quem vai disputar a eleição deste ano, elas estão suspensas de hoje até 6 de outubro. Um João brincalhão e sério fez um dos mais longos discursos. Foram cerca de 40 minutos, após inaugurar parte do Parque da Tamarineira, na Zona Norte.
Homenageou trabalhadores, registrou a importância da parceria com a Câmara de Vereadores e ressaltou a eficiência do secretariado. Destacou a atuação da ex-secretária Marília Dantas (MDB). Falou dos aperreios que ela deu e que ele devolveu para tirar projetos do papel.
E pela primeira vez, publicamente, sublinhou as ações do ex-chefe de gabinete Victor Marques (PCdoB). “Ele foi o responsável por tudo que eu pude andar, fazer, trabalhar. Pude ter a tranquilidade de estar na rua e saber que contava com o time coordenado por ele para tocar coisas estratégicas”.
Prestou contas. Teve os olhos marejados ao dizer que várias das suas ações são guiadas pensando em Miguel, irmão mais novo e que tem síndrome de Down. Emocionou também a mãe, Renata, que o acompanhou em pelo menos três agendas ontem.
Mandou recados e falou do seu amor pela política. Resgatou a história de vida permeada pela história do pai, Eduardo Campos, e do bisavô Miguel Arraes, um cearense acolhido no Recife e eleito anos depois pela “poeira” do mesmo Recife.
A “poeira” eram as gentes dos morros e da periferia. As mesmas que deram chance ao seu pai. As mesmas que hoje reconhecem seu trabalho. Depois do discurso, um banho na fonte interativa do novo parque. Lavou a alma.
*Jornalista da Folha de Pernambuco
Wagner Gil
Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.