Por Dr. Victor Peixoto
Correr ao ar livre, brincar na praia e praticar esportes são atividades deliciosas da infância, mas que escondem um silencioso perigo para a pele: a superexposição aos raios UV. Pensando nos riscos graves à saúde das crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria lançou um guia de proteção solar para crianças e adolescentes. O documento faz um alerta preocupante à população, que não aplica corretamente os protetores solares.
Em geral, embora tenha o mesmo número de camadas, a pele das crianças possui apenas um quinto da espessura da pele dos adultos, o que as coloca em maior risco. Estima-se que cerca de 80% da exposição solar da vida ocorrerá até os 20 anos. Portanto, é preciso pensar na infância e adolescência como uma importante fase para prevenir doenças e cânceres de pele.
Entre as recomendações do guia, para os bebês de até seis meses, é não utilizar o protetor solar. Isso porque as substâncias químicas da formulação podem ser absorvidas pela pele. O ideal é evitar a superexposição aos raios solares e utilizar roupas adequadas, com proteção UV. A partir dessa idade, o recomendado é que as crianças se exponham ao sol até as 10h da manhã e após as 16h. Ou seja, no início da manhã e no fim da tarde, horário em que os raios solares são menos intensos e prejudiciais à saúde da pele.
A segunda recomendação é, dentro dessa janela de tempo, aplicar de maneira correta o protetor solar e investir em roupas, bonés e óculos solares com proteção UV. Hoje já é possível encontrar roupas tratadas com a tecnologia que bloqueia até 98% dos raios ultravioletas. Procure por marcas certificadas pela Arpansa, o único órgão no mundo responsável por testar fator UV em roupas e acessórios, que fica na Austrália.
Além disso, para evitar a desidratação durante a exposição ao sol, e também horas depois, é preciso tomar bastante líquido, principalmente água para se manter hidratado. Sobre a pele, pode ser utilizada uma loção à base de Aloe Vera. Com tantas recomendações médicas, pode parecer que o sol é um vilão, mas na realidade se expor ao sol é extremamente saudável para todos, inclusive para as crianças.
Os raios solares provocam reações biológicas extremamente positivas, sendo a principal delas a síntese de vitamina D. Esta vitamina estimula o metabolismo do cálcio e favorece o crescimento ósseo. Precisamos apenas ter cuidado com o exagero e principalmente com o descuido. A prevenção é a melhor saída quando se trata de minimizar os riscos e efeitos do sol sob a pele.