O Supremo Tribunal Federal (STF) tem quórum suficiente para decidir sobre o pedido de prisão contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), solicitado pela Procuradoria-Geral da República com base nas informações prestadas pelos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do JBS. Para julgar matérias não constitucionais, é exigida a presença de ao menos seis dos 11 ministros. Nove estão em Brasília: apenas Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso estão fora do país.
O tribunal, porém, ainda não confirmou se os ministros analisarão o pedido nesta quinta-feira (18). A inclusão do assunto na pauta depende do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, e da presidente da corte, Cármen Lúcia. Fachin decidiu submeter ao plenário o pedido da Procuradoria-Geral da República. O ministro já determinou o afastamento de Aécio e Rocha Loures do mandato e a prisão de Andrea Neves, irmã do senador, e de Frederico Pacheco de Medeiros, primo do tucano. Além deles também foi preso Menderson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella (PSDB-MG).
Joesley Batista entregou aos procuradores gravação em que Aécio lhe pede, segundo o jornal O Globo, R$ 2 milhões a pretexto de pagar um advogado. O dinheiro foi entregue em quatro parcelas de R$ 500 mil ao primo do senador. De acordo com o jornal O Globo, Rocha Loures foi flagrado recebendo R$ 500 mil de Joesley para tratar de assuntos da JBS. Perrella é pai de Gustavo Perrella, apontado como o dono da empresa que recebeu os recursos destinados a Aécio. Menderson, assessor do senador, foi identificado como a pessoa que transportou os valores.
No encontro, segundo o jornal O Globo, Joesley contou a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro – presos em Curitiba – uma mesada para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.
Após a revelação do caso, dois pedidos de impeachment foram apresentados contra Temer na Câmara. Na presença de Joesley, o presidente indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Em seguida, segundo a reportagem, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelo empresário goiano.