Por ALEXANDRE BARBOSA MACIEL
O mercado da locação de imóveis residenciais em Caruaru está passando por um período de estabilidade nos preços motivado pelo aumento da oferta. Ou seja, os imóveis prontos estão demorando mais a serem ocupados do que em períodos anteriores. Isso é o reflexo da relação entre a oferta e a procura, uma vez que o ritmo da economia reduziu-se um pouco, talvez resultado do período de seca que enfrentamos neste ano ano, o que afetou indiretamente a todos os mercados e também da oferta abundante de crédito no mercado imobiliário, o que está tirando muitas famílias do aluguel.
O IGP-M, que é o índice que reajusta a maioria dos contratos de aluguel, apesar de ter saltado 1,5% em setembro, acumula apenas 4,40% nos últimos 12 meses. Alguns proprietários mais ansiosos em livrar-se das despesas do imóvel quando o mesmo está desocupado já tem tomado a iniciativa de flexibilizar mais os valores dos aluguéis. Outro dado importante que não podemos deixar de considerar é que o recente aumento da Selic tornou as aplicações financeiras mais interessantes se comparadas ao rendimento percentual que o aluguel mensal representa em relação ao valor do imóvel, que hoje em dia está em torno de 0,4%. O ritmo da procura está praticamente o mesmo de dois anos atrás. O nosso m² de área residencial locável é cerca de 25% mais barato do que na capital, Recife.
Tudo isso tem contribuído para a diminuição do número de lançamentos de unidades habitacionais na cidade, restando aos construtores buscarem outros nichos de mercado, como os loteamentos e os empresariais. Outro importante reflexo é a valorização do trabalho realizado pelas imobiliárias e corretores de imóveis especializados nesse segmento, pois os custos empregados no processo de ocupação do imóvel e na administração da locação, como anúncios, consultas aos órgãos de proteção ao crédito, honorários com corretores, além dos custos fixos do negócio, são cada vez maiores.
A expectativa é de que esse período de estabilidade perdure por mais um bom tempo, pois nos próximos anos teremos o incremento de cerca de oito mil unidades habitacionais que já estão em produção na cidade e as construtoras estão com projetos no forno apenas esperando um melhor momento para lançá-los.
Alexandre Barbosa Maciel, advogado, é corretor de imóveis, conselheiro suplente do Creci-PE e diretor da Imobiliária ABM